Grupo Pandora relembra ditadura militar em espetáculo

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Foto: Luh Silva

Jornal GGN – O Grupo Pandora de Teatro está de volta aos palcos com o espetáculo “Comum”. Esta é a montagem mais recente do grupo e traz para a cena as memórias e marcas da ditadura militar brasileira. Com entrada gratuita, a temporada entre 18 de outubro a 10 de novembro, está em cartaz Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo.

A peça teatral apresenta a história real da descoberta de uma vala clandestina do Cemitério Dom Bosco em 1990, local que fica a cerca de 2 quilômetros da sede do grupo em Perus, a Ocupação Artística Canhoba. Na vala comum foram achadas mais de mil ossadas, onde foram identificadas pessoas desaparecidas e mortas pela violência da ditadura militar.

Com o espetáculo o grupo ressalta que o período ditatorial “não deve ser esquecido” e mostra como a revelação da existência de uma vala clandestina dentro de um cemitério oficial, desencadeou um processo de busca da verdade, responsável por  trazer à tona os crimes e as crueldades cometidas pelo regime militar surgido com o golpe de 1964.

As apresentações de “Comum” fazem parte das ações do projeto do Grupo Pandora contemplado na 30ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo. O espetáculo já passou pela Ocupação Artística Canhoba, pelo Teatro de Contêiner Mungunzá, pela Companhia do Feijão e também pelo Espaço Cultural CITA (Campo Limpo).

Foto: Ana Paula Umeda

“Comum” Duração: 110 min – Faixa etária: 12 anos

Sinopse: Três histórias ligadas à descoberta de uma vala comum clandestina criada no período da Ditadura Militar Brasileira. A busca de um filho por informações de seus pais desaparecidos políticos. O dilema de dois coveiros encarregados da criação de uma vala. Uma jovem estudante que se aproxima do ativismo político. 1970/1990 épocas distintas se entrelaçam nos fragmentos dessas histórias e evidenciam causas e consequências. Inspirado na história da vala comum do Cemitério DomBosco no bairro de Perus, São Paulo/SP.

Ficha Técnica

Criação: Grupo Pandora de Teatro |Texto e direção: Lucas Vitorino | Elenco: Filipe Pereira, Rodolfo Vetore, Rodrigo Vicente, Thalita Duarte e Wellington Candido | Figurino: Thais Mukai | Design de luz e músico: Elves Ferreira | Operação de Luz: Caroline Alves | Edição de Vídeo: Filipe Dias | Cenografia: Lucas Vitorino e Thalita Duarte | Cenotecnia: Eprom Eventos e Luis Fernando Soares | Operação de Vídeo: Lucas Vitorino | Treinamento corporal: Rodrigo Vicente e Rodolfo Vetore | Preparação corpo e voz: Paula Klein | Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini | Produção: Caroline Alves e Thalita Duarte.

Serviço

Espetáculo “Comum”, com Grupo Pandora de Teatro

Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade

Endereço: Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro, São Paulo – SP, 01123-001

Temporada: de 18 de Outubro a 10 de novembro

Dias e horários: quintas e sextas-feiras, às 20h00, sábados às 18h

Programação gratuita.

Lotação: 30 lugares.

Foto: Luh Silva

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

1 Comentário

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  1. Mas não foi só

    A economia muito poucos mencionaram. O mais marcante, para mim, foi a gigantesca incompetência adminstrativa. Teve época que havia cerca de 200 produtos tabelados, é tabelados, tudo era tabelado, arroz, feijão, leite, ovo, diesel, gasolina, passagem, mensalidade escolar, eletricidade etc etc. Basicamente era o autoritarismo aplicado a economia, e a inflação nunca, que eu me lembre, esteve abaixo dos 30%.

    Quando ganhei os meus primeiros trocados, salário mínimo devia ser uns 80 dólares, eu ganhava uns 40, fiz as contas em dolar para saber quanto precisaria para comprar um fuscão 1500(o sonho de consumo de um classe média como eu), 25 mil dólares pelo fusca, e tive idéia do buraco em que me encontrava. Deve-se esclarecer que havia o câmbio oficial(que batia continência), e o câmbio paralelo, paralelo cerca de 10 vezes o oficial, meu sonhado fuscão, no paralelo chegava 250 mil dólares, hoje seria 1 milhão.

    Mas o que descarrilhou o a economia militar foi o fim dos elevados saldos do sistema de aposentadorias que deixou de ser superavitário, em parte pelos desvios, aposentadorias irregulares e total falta de controle, onde a base parlamentar trocava os favores por votos. Obras gigantescas, carissimas, desnecessárias, financiamento de estatais, subsídios, compra de empresa falidas de amigos,  deram cabo do superávit da previdência e estouraram o tesouro.  Hoje as estatais,  construidas com o supervit da previdência foram repassada graciosamente a amigos dos novos donos poder. A maioria já faliu ou se mantém a beira do fechamento.

    Sim, a violência era bem menor, mas tive a oportunidade de estar no Rio durante a primeira intervenção militar na segurança do estado. Os motivos foram os mesmos desta última, e como esta, nada resolveu. A única coisa que não mudou neste período foi a estrutura da políca, claramente incompativel com os novos desafios.

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