Homero Icaza Sánchez (1925-2011)

Da Folha de S.Paulo

O “bruxo” da Globo era apaixonado por poesia

CARLOS MESSIAS
DE SÃO PAULO

Ainda criança aprendeu o valor do conhecimento. Nascido em 10 de janeiro de 1925 na Cidade do Panamá (Panamá), o jovem Homero Icaza Sánchez se formou no Colégio de La Salle em 1953.

Em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, recebeu uma bolsa do Itamaraty para estudar direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ainda não sabia que jamais abandonaria o Brasil.

Foi durante a graduação, em 1947, que publicou “Primeros Poemas”, seu livro de estreia, uma coletânea de poesia em espanhol. Ainda publicaria outras duas antologias com os seus poemas, como o melancólico “Poemas para Cuerda” (1956) e o romântico “Un Solo Amor” (1979). Algumas de suas obras chegaram a ser traduzidas para o português.

Ainda antes de se formar, inscreveu-se em uma pós-graduação em sociologia na Fundação Getulio Vargas (FGV), o que contribuiu com a sua carreira como cônsul do Panamá no Rio de Janeiro, função que exerceu por 18 anos.

Mas foi em 1971 que encontrou sua verdadeira vocação. Enquanto o Brasil ainda engatinhava nas pesquisas de mercado, tornou-se diretor da área na rede Globo.

Provocou mudanças bem-sucedidas, como transferir as novelas de época para a faixa de horário das 18h. Sua habilidade para interpretar os números do Ibope era tamanha que ganhou o apelido de “El Brujo”.

Ocupando o cargo de consultor da Central Globo de Controle e Qualidade (CGCQ), morreu ontem, aos 86 anos, no Rio de Janeiro. Seu corpo será cremado hoje, às 15h, no crematório do Caju.

Luis Nassif

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