Santos Populares

Dia 12 de Junho dia de Santo António. Em Portugal o dia marca o inicio das Festa dos Santos Populares comemorados em arraiais pelo país afora durante todo o mês. Em lisboa o dia e marcado pelo desfile das Marchas Populares, evento que está para a  país como o Carnaval está para o Brasil. A principal avenida de Lisboa é cortada ao trânsito para receber as marchas. O desfile começa por volta das vinte horas e termina lá pela meia noite mais coisa menos coisa, que é como cá se diz mais ou menos. As marchas são pequenos agrupamentos de marchantes – como são denominados os participantes – cada uma representando um freguesia. Nem todas as freguesias possuam marcha. Clique aqui para aceder ao site das Festas de Lisboa e saber de tudo.

“As Marchas Populares são avaliadas com uma pontuação de 0 a 20 e em dois momentos, no Pavilhão Atlântico (nos passados dias 4, 5 e 6 de Junho) e na Avenida da Liberdade (12 de Junho) nas categorias de Coreografia, Cenografia, Figurino, Melhor Letra, Musicalidade, Melhor Composição Original e Desfile da Avenida.”

(fonte: EGEAC)

Este ano a vencedora foi a Marcha de Alfama uma dos bairros mais tradicionais. As festas dos Santos Populares têm na sardinha o seu maior símbolo. Esta iguaria muito apreciada pela generalidade dos portugueses é consumida às toneladas. Neste dia Lisboa sabe à sardinha. A fumaça deitada pelos braseiros a assá-las, espalha o seu cheiro marcante por toda a cidade. Nas diversas freguesias os arrais são percorridos por uma massa de gente em busca de um bom prato de sardinha acompanhadas de pão, de preferência rústico ou saloio, salada de pimentos, cebola e tomates regada a azeite e, é claro, uns bons copos de vinho tinto embora a malta mais jovem prefira a cerveja. Tudo embalado por músicas pimba (brega). Em varias cidades do país decorre os festivais da sardinha, em muitos se as come gratuitamente. A sardinha esta presente em tudo: Nos cartazes dos restaurentes com a frase “Há Sardinhas Assadas” nas publicidades, nos materiais de divulgação do turismo e nos estandartes perdurados aos postes a promoverem a festa. Para os interessados em apreciar uma boa sardinhada aqui vai a receita:

Sardinha à Portuguesa

Pegue numa quantidade de sardinha suficientes para o numero de pessoas que vão comer. Eu as aprecio imenso e como entre 6 e 10. As sardinhas devem ser de preferência frescas e quanto mais gordas melhor pois a brasa faz derreter a gordura e deixa a carne mais saborosa. Tal e qual como saíram do mar ponha-as num recipiente e deite bastante sal grosso, não a ponto de as cobrir totalmente. Esta operação deve ser feita pelo menos 1 hora antes de as levar à brasa. Acenda o carvão e quando a brasa estiver bem viva e uniforme leve-as a assar cuidadosamente dispostas numa destas grelhas de abrir que permite virá-las de uma só vez. As sardinhas não devem assar muito. Basta uns poucos minutos de um lado e outro e já está. Uma boa indicação de que já estão boas é quando sua superfície começa a ficar esbranquiçada e com umas poucas marcas douradas da grelha. Desta forma a sua pele solta-se facilmente e facilita a degustação. Uma vez assadas come-se como preferir. Alguns gostam de pegar numa fatia de pão mais ou menos grossa e deitar por cima uma sardinha de seguida, com a ajuda de uma faca e um garfo, vai se lhes retirando a pele, os intestinos e a espinha até que só reste a carne. Alguns preferem fazer esta operação  no prato onde já deve estar a salada. Há quem as coma completamente, outros retiram apenas o conteúdo da barriga e a cauda e devoram-nas chuchando a cabeça.  Nunca asse sardinhas dentro de casa. O fumo e o cheiro vai demorar para desaparecer. 

Voltando às marchas populares. A marcha têm por regra um padrinho ou madrinha, as vezes os dois, normalmente alguma figura pública, um porta estandarte e os marchantes. Levam alegorias relativas ao tema que escolhido e são acompanhados por uma pequena banda que executa a marcha da freguesias. Num determinado ponto do trajecto, que vai da Rotunda do Marques de Pombal aos Restauradores, param em frente a tribuna onde estão os convidados ilustres e o juri e aí executam suas coreografias para apreciação e pontuação

Os noivos de António

A abertura do desfile das marchas é feita pelos Noivos de Santo Antonio. Trata-se de trinta casais que se casaram neste dia ao quais é dado a honra de abrir o desfile. Para além da honra de abrir o desfile eles ganham as despesas do casamento inclusive e a festa.

Ah sim, ia esquecendo dos manjericos outro símbolo da festa. Trata-se de pequenos vasos com um tufo de manjerico – que nos brasileiros conhecemos como manjericão –  ainda muito novo no meio do qual se espeta uma bandeirola na qual está escrito um verso. 

As Festas de Lisboa não se restringem as marchas. Por estes dias a cidade fervilha. O verão está à porta, os festivais se multiplicam o Rockin Rio Lisboa decorreu há, sensivelmente, duas semanas e abriu a temporada. Há para todos os gostos – jazz, rock, reggae, pop, etc. – pagos evidentemente. Mercdo Mundo Mix, Lounge, Teatro no Metro e Fado no 28, do qual falarei num outro post, e muito mais.

Se esta de viagem marcada para Portugal não deixe de vir a Lisboa. Isto é uma festa!

Redação

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