Seminário evidencia culinária de origem africana

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Foto: Luiz Santos/ Divulgação

Jornal GGN – A culinária brasileira marcada pela herança africana irá reunir chefes de cozinha, pesquisadores e religiosos no seminário “Comida patrimonial de matriz africana: o caso do Xangô pernambucano”, nesta terça-feira, 4 de setembro. Entre ingredientes, processos culinários, cardápios, além de rituais de como servir e comer específicos étnico africano, o encontro acontecerá no Museu da Cidade do Recife, em Pernambuco, a partir das 8h.

Com a coordenação do especialista em antropologia da alimentação, Raul Lody, a mostra  será focada no caso dos terreiros de Xangô de Pernambuco. Na abertura terá lugar a conferência “Comida, História e Sociedade: Matrizes Africanas e Sistemas Alimentares”, ministrada pelo professor Elmo Alves Silva, da UNIFACS Laurante e Babalorixá do Ilê Asé Tolorí Jàgún Ejí Egbé.

O encontro seguirá com quatro mesas temáticas: “Comida, Identidade e Direitos Culturais nas Tradições De Matriz Africana”, às 10h; “Acervos Culinários: Um Olhar Da Gastronomia sobre as Comidas de Terreiro”, às 11h; “Panela De Iemanjá: Festa, Tradição e Comida”, às 14h30; “Axé: Os Rituais De Alimentação”, às 16h.

Entre os participantes, estará o chefes de cozinhas e estudioso da comida regional como Claudemir Barros, Paulo de Oxum, Ilê Asé Oyá Megué, do Nação Xambá. O encerramento fica por conta do coral do Sítio de Pai Adão.

“O Xangô é lugar de preservação de acervos africanos e afro-pernambucanos através da música instrumental e vocal, das danças, das indumentárias, do artesanato, da mitologia, das tradições orais e, em especial, dos sistemas alimentares, que mostram uma ampla e diversa cozinha ritual, integrada na formação dos hábitos alimentares e milhares de pessoas”, comentou o coordenador Raul Loby.

O evento da Aurora 21 com parceria da Funcultura, tem consultoria técnica de Manoel Papai, Babalorixá do Sítio de Pai Adão.

Foto: Luiz Santos

Serviço

Seminário “Comida patrimonial de matriz africana: o caso do Xangô pernambucano”

Local: Museu da Cidade do Recife 

Endereço: Praça das Cinco Pontas, s/n – São José, Recife – PE, 50020-500

Quando: 4 de setembro, terça feira, às 8h

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

4 Comentários

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  1. Controvérsias!…

    Há muito romantismo nessa visão.

    Os negros e negras que vieram pro Brasil, vinham com escravos, a ferro e fogo, nenhum trazia Receitas!…

    Tudo isso foi desenvolvido aqui, na cozinha da Casa Grande!…

    A chamada cúlinária afro,penso,  foi desenvolvida na cozinha portuguesa. As cozinheiras portuguesas é que burilaram, claro que com a memória cultural das negras que as ajudavam na cozinha!…

    1. Voce esta falando de fusion. 

      Voce esta falando de fusion.  A comida Africana se mantem praticamente a mesma em qualquer pais fora da Africa.  Mesmo usando ingredients nao africanos.

  2. “Açucar”, por Gilberto Freyre / Morram de inveja.

    Segundo o autor, e sem bairrismo (mas ele era muuuito vaidoso), Pernambuco tem a mais rica (diversificada) culinária do país. Onde a escravidão foi mais forte, as sinhás não tinham o que fazer e as escravas “da família” ficavam dias, horas inventando receitas de bolos e doces na cozinha, algumas comidas (não só doces) só encontrados em Pernambuco, alguns já desapareci-dos. E onde houve forte miscigenação, desde o “tempo dos flamengos” (invasão holandesa que teve aqui sua maior base), corsários de várias origens, franceses, britânicos. O “Bolo de Noiva” , gostosíssimo, é uma adaptação melhorada e mais elaborada do Christmas Pudding. O “Queijo do Reino” vem dos holandeses que penetraram até Minas Gerais, lá encontrando um microclima cujas vacas davam um queijo parecido com o deles, e passaram a “importar” de Minas Gerais pra Recife. Pena que a indústria foi tirando a qualidade. Desapareceu a muqueca (não confundir com muqueca baiana, nem com peixada pernambucana): só com muitíssima sorte se encontra em beira de praia no extremo litoral norte de PE e no extremo sul da PB. Jinjibirra (a daqui) nem guia turístico daquela região litoral norte (Igaraçu ou Igarassu) nunca ouviu falar, gostosura de fermentado de abacaxi em cabaças por dias, semanas. Morram de inveja. “Açucar “é fininho e agradável, e tem receitas.

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