Embraer e a educação para a competitividade

Jornal GGN – A necessidade de mão de obra especializada é um dos principais déficits da competitividade nacional e, em diversas cadeias de valor, é frequente a queixa de que faltam profissionais de qualidade, na quantidade necessária.

A saída encontrada por algumas grandes empresas é investir em programas próprios de formação e especialização, como é o caso da Embraer, que depois de quase quebrar no final da década de 90, conseguiu esboçar uma reação na virada do século e se viu cheia de projetos para desenvolver e com uma grande demanda por mais engenheiros.

A solução encontrada foi criar um programa para familiarizar profissionais recém-formados com as peculiaridades da engenharia aeronáutica e as ferramentas da empresa. Em parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a companhia conseguiu desenvolver uma grade que contempla e integra diferentes especialidades dentro do setor.

Com processo seletivo altamente competitivo, a Embraer tem conseguido atrair algumas das maiores promessas da área. Jovens que saem do curso já familiarizados com os processos, o mercado e os negócios da empresa.

Em 2013, o assunto foi tema de palestra do então vice-presidente de Engenharia e Tecnologia da Embraer, Mauro Kern, no 37º Fórum de Debates Brasilianas.org. “De 2001 até agora [março de 2013] nós já formamos mais de 1200 engenheiros por esse programa, que entraram na Embraer a partir disso”.

O executivo relembrou a história da criação, a quase falência e posterior privatização da Embraer. E detalhou o funcionamento do programa de formação de engenheiros aeronáuticos, que poderia ser replicado por outras empresas em indústrias diferentes.

A criação, a quebra e a privatização da Embraer

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“No final da década de 80, início da década de 90, a Embraer se viu diante de uma grande crise. Uma crise que estava ligada, de uma certa forma, a uma crise econômica internacional, a um momento muito difícil pelo qual o Brasil passava. E a Embraer como uma empresa estatal se viu muito engessada e com muitas dificuldades para dar continuidade ao seu negócio”.

O programa de formação de engenheiros

https://www.youtube.com/watch?v=EfkhO7NPOdc&index=1&list=PLhevdk0TXGF5bOjPS2TfhNQ96RjYJyebM height:394

“No início dos anos 2000 nós nos víamos com um produto bastante bem sucedido no mercado (nosso jato regional ERJ-145), e estávamos desenvolvendo uma nova quadrilha de aviões comerciais. Tínhamos, então, uma grande demanda por mais engenheiros. E tivemos muita dificuldade de ter um crescimento forte e acelerado na composição do nosso time de engenharia a partir de simples contratações. Nessa época se viu, então, que poderia ser muito saudável que se pudesse formar e trazer para dentro da empresa engenheiros que passassem por um programa de especialização, para que eles já entrassem conhecendo a Embraer, as ferramentas de trabalho da empresa e entendendo o que é engenharia aeronáutica”.

Os projetos desenvolvidos pelos engenheiros recém-formados

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“Ao final do curso, então, eles realizam durante quatro meses, em grupos, projetos completos de um avião. Desde a análise de mercado para esse avião, potencial de penetração, de captura de mercado, até o projeto em si, do ponto de vista de desempenho e de aerodinâmica, otimização com relação a peso, desenvolvimento de todas as arquiteturas de sistema, de como esses sistemas se integram dentro do avião, os modelos de manufatura. E montam um plano de negócio. Trabalham o ciclo de vida, como é que esse produto será mantido, qual será o custo de manutenção, os intervalos ao longo da vida. E é absolutamente impressionante o resultado que essa moçada consegue trazer, todo um potencial de trabalho dentro da empresa nos anos seguintes a partir desse curso”.

Redação

3 Comentários

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  1. BRASIL AVANÇA PARA O PLENO DESENVOLVIMENTO!

    Há muito tempo temos reclamado da falta de visão política de nossos empresários, que agora acabam de conquistar algo extraordinário, a

    PONTE DE LIGAÇÃO ENTRE A PESQUISA CIENTÍFICA E AS EMPRESAS!

    Não é mais possível, gastarmos uma fortuna todos os anos em desenvolvimento científico, sem que isso traga benefícios diretos ao país, às empresas, e aos trabalhadores. Bastou “unir o útil ao agradável”. Pois nossos estudantes e pesquisadores precisam fazer ciência na prática, e nossas empresas necessitam de inovações tecnológias. O Projeto de Lei 77/2015 da Câmara dos Deputados acaba de criar as condições para isso, regulamentando as relações entre os centros de pesquisa e nossas empresas:

    http://www.senado.leg.br/atividade/rotinas/materia/getPDF.asp?t=185413&tp=1

    De fato, nossos laboratórios públicos ficam ociosos, e os professores precisam dar atividades banais e fictícias aos alunos, para ministrar seus ensinamentos. Agora é possível, ao mesmo tempo, atender as necessidades das empresas, e passar atividades fartas e desafiantes aos nossos estudantes, que aprenderão na prática, enriquecendo seu conhecimento. Países como Estados Unidos, Alemanha, China, etc, já fazem isso há muito tempo. É a forma mais racional de incentivar a inovação tecnológica e a pesquisa científica juntas. O governo americano chega a arcar com 80% da pesquisa de suas empresas, e a maior fonte de recursos de sua famosa Universidade de Harvard são os royalties de produtos desenvolvidos para a indústria nacional. Vejam como cobramos por isso há vários anos:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/437481566387511/?type=3&theater

    E OS TRABALHADORES, ONDE FICAM?

    Ora, não é segredo pra ninguém, que o aumento da produtividade e do valor agregado aos produtos resulta diretamente em aumentos salariais. E não apenas isso. Na medida em que nossas empresas perceberem que quanto mais dinheiro sobrar no caixa do governo, mais recursos e apoio terão para suas pesquisas científicas; o mundo empresarial mais organizado e intelectual fará de tudo para acabar com a corrupção no país. O que fará sobrar recursos também para a saúde, habitação, segurança, etc. Isso sem contar nas infindáveis oportunidades de bolsas para pesquisas, atenderão aos nossos jovens mais notáveis.

    Como não existe melhor juiz que o próprio povo, para mediar nossas relações sociais, e impedir que um setor leve vantagem indevida sobre outros; o Brasil estará pronto para modernizar seu sistema político, dando acesso para a população aos instrumentos de DEMOCRACIA DIRETA. Pois, a partir do momento que políticos envolvidos com corrupção puderem ser cassados pelo povo com o RECALL, vamos vê-los correndo a quilômetros de distância de qualquer trambique. Na medida em que pudermos convocar PLEBISCITOS com nossos ABAIXO ASSINADOS, fecharemos todas as brechas deixadas na lei para a corrupção. Esse é o tipo de país que devemos ter por meta:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/503107126491621/?type=3&theater

  2. Fiz um mestrado na suica em

    Fiz um mestrado na suica em engenharia hidraulica de rios. As empresas trazem alguns problemas para os estudantes resolverem. Com apoio dos professores, os alunos ja aprendem onde pesquisar, legislacoes atuais e diretrizes com projetos reais que serao construidos.

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