“Experts” das Redes Sociais, por Jorge Alberto Benitz

Com a coisa toda ainda em curso e com pontos obscuros, que só o tempo é capaz de desvelar, me deparo com amigos feicebuqueanos com a opinião totalmente formada dizendo que aquilo era isso e aquilo.

“Experts” das Redes Sociais

por Jorge Alberto Benitz

Confesso que me surpreendi. Não com a lambança cometida pelos argentinos no futebol. Este tipo de malandragem é tipica deles. “La mano de Dios” de Maradona, a droga na água do Branco, já tinham esta conotação de vale tudo para ganhar. Não quer dizer que sou um antiargentino, ao contrário. Admiro sua literatura, seu cinema de primeirissima qualidade, seu arrebatamento passional que supõe um amor a vida extraordinário. Aquele pessoal pulando e cantando mesmo quando o time deles está perdendo é algo fantástico e invejavel. Sem falar em politica onde, no momento, nossa inveja deles assume proporções gigantescas. Enquanto eles tem um governo taxando fortunas nos aqui com um fazendo fortunas de poucos e ferrando o resto da sociedade e ainda destruindo o que resta de valores democráticos e o meio ambiente. Mas não é isso que quero falar. Ao me preparar para assistir o jogo BrasilXArgentina já peguei o rolo em andamento, isto é, a partida já tinha sido parada, Não entendi bem o que estava acontecendo. Fiquei um pouco vendo tudo se desenrolar para entender melhor o que estava acontecendo. Depois que entendi um pouco, fui para o computador.

Surpraise! Com a coisa toda ainda em curso e com pontos obscuros, que só o tempo é capaz de desvelar, me deparo com amigos feicebuqueanos com a opinião totalmente formada dizendo que aquilo era isso e aquilo. Verdadeiros “experts” no assunto quando ainda estava se desenrolando a confusão toda e não estava bem esclarecido sobre quem tinha culpa. Não estava esclarecido para nós, seres comuns, porque estes já sabiam quem eram os culpados e já tinham feito seu julgamento definitivo. E não estou me me referindo aos imbecis que tiveram voz com a internet. Destes se espera tudo de ruim e tosco.

Refiro- me a gente que respeito e admiro, o que torna mais dificil de entender as razões deste açodamento que as midias sociais estimula fazendo com que as pessoas se sintam obrigadas a opinar sobre tudo, entender de tudo. E quem vos fala é um opinador contumaz que por cultivar a curiosidade, o olhar de criança diante do mundo, gosta de opinar e escrever sobre assuntos vários. Só que tenho o cuidado de me inteirar um pouquinho – isto é, busco ir além dos comentários lidos na midia social, pois, não tenho confiança para fazer “de um limão uma limonada” somente com conhecimentos pre existentes que tenho mais o advindo das redes sociais – sobre o assunto que vou comentar ou escrever.

Pouco tempo atrás tinha percebido este mesmo fenômeno quando do episódio Afeganistão. Da noite para o dia pipocaram nas midias sociais verdadeiros experts em Afeganistão. Meu amigo Omar Rösler matou a charada quando disse, com sua ironia certeira “Tenho amigos e amigas muito inteligentes.

Alguns e algumas, até a semana passada eram especialistas em COVID.
Agora, rapidamente, se converteram em especialistas no Afeganistão.”

Jorge Alberto Benitz é engenheiro e escritor.

Este texto não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Redação

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