Ministério do Planejamento responde aos editoriais do Estadão

 

 

Jornal GGN – Após a publicação do editorial “Falhas Graves e Generalizadas“, do dia 4 de agosto passado, o jornal O Estado de S.Paulo, voltou às críticas em um novo editorial sobre o projeto “Minha Casa, Minha Vida”, falando sobre a precariedade do projeto.

O Ministério do Planejamento divulgou ontem uma resposta ao que chamou de “desqualificação do programa”.

Segundo as matérias recentes, “o Governo Dilma Rousseff não consegue evitar que, nos casos em que consegue tirar do papel, ocorram falhas na execução” do projeto “Minha casa, minha vida”.

O ministério rebateu com o seguinte direito de resposta:

A respeito do editorial publicado no jornal O Estado de S. Paulo, “Precariedade do Minha Casa, Minha Vida” (8/8) o Ministério do Planejamento informa:
 
Pela segunda vez na mesma semana, o jornal O Estado de S. Paulo, omite informação e produz desinformação sobre o Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). O jornal utiliza resultados de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) para extrapolar conclusões que nem mesmo o próprio relatório produziu. 
 
O editorial diz que o TCU “constatou problemas em 100% das obras vistoriadas”, porém omite que 100% de toda a amostra utilizada representa apenas 0,02% de todas as unidades entregues pelo programa e 0,9% daquelas entregues em municípios com até 50 mil habitantes, o que não permite generalizar as criticas ao Programa. 
 
Evidência contrária, informada ao jornal, demonstrou a pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas (Ipea) sobre o MCMV. Os beneficiários avaliaram em nota 8,8, a sua satisfação com a moradia adquirida por meio do programa, em uma escala de 0 a 10. As famílias avaliaram também sua satisfação com custo das prestações em 7,9; entorno de suas residências, 8,1; e aumento de bem-estar 8,6. A pesquisa visitou  7.620 domicílios em todo o país. A maioria moradores entrevistados fazem parte da Faixa 1 do programa, a mesma citada pelo editorial. 

 
Ao generalizar a avaliação do MCMV a partir de uma amostra pouco representativa, o editorial manipula e desinforma seus leitores. A qualidade dos empreendimentos é prioridade para o governo federal que não “lava as mãos”, como afirma o jornal. Ao contrário, monitora e propõe melhorias, implementa as medidas de correção e penaliza os responsáveis por meio de instrumentos e instâncias competentes.
 
O MVMC é o maior programa de habitação que o Brasil já teve. No sexto ano de operação já contratou moradias suficientes para abrigar toda a população da cidade de São Paulo.
 
As unidades entregues são suficientes para toda a população da cidade do Rio de Janeiro, evidenciando, no nível federal, a capacidade de planejar, executar, cumprir metas. 
 
O programa já contratou 3.499.640 unidades habitacionais (até junho/14), e já entregou 1.735.605 casas e apartamentos, em todo o Brasil. Na modalidade auditada pelo relatório do TCU, Oferta Pública, foram entregues 45.016 unidades.
 
O jornal ainda afirma, equivocadamente, que o MCMV é uma “iniciativa desenhada para ter grande impacto eleitoral – e que é o carro-chefe do dito Programa de Aceleração do Crescimento.” Reduzir o MCMV a uma iniciativa eleitoral é um erro de avaliação de quem não entende de política pública. Nem tampouco consegue avaliar o que representa para uma família brasileira sair da área de risco, deixar de comprometer sua pouca renda com aluguel e passar a morar segurança, melhorar sua renda e adquirir um patrimônio. 
 
Investindo bilhões de forma inédita para mudar a qualidade de vida da população mais pobre deste país, o MCMV, é uma política pública contínua, planejada, articulada com o setor privado, estados e municípios. Assim como todas as obras que o governo federal apoia com recursos do PAC em urbanização de favelas, saneamento, mobilidade, prevenção de risco que mitigam estragos e deficiências das nossas cidades, consequência de décadas sem investimentos. 
 
Ao atribuir responsabilidades dos estados e municípios apenas ao governo federal, o jornal ignora que o Brasil possui estrutura federativa e democrática, na qual, respeitam-se as competências de cada ente federado. Omitir essas responsabilidades é novamente manipular e desinformar o leitor. 
 
Prova disso, é que o relatório do TCU não imputa responsabilidade ao Governo Federal sobre as irregularidades apontadas. O Ministério das Cidades está buscando as ações corretivas e as responsabilidade pela execução desses empreendimentos dos empreendimentos auditados, e eventualmente, poderá excluir instituições do programa.
 
O jornal também se referiu à entrega simultânea de 5.460 casas, em junho deste ano, em 11 cidades diferentes, realizando as inaugurações de forma simultânea por meio de videoconferência, como um “megaevento eleitoreiro”. Omite, contudo, que o MCMV entrega a mesma quantidade de moradias, em média, desde 2009, toda semana para a população, em todo país. 
 
Incompetência, como julga o jornal, seria se omitir diante de uma mazela social, fruto de décadas de ausência de investimento público em habitação e urbanização. O Programa Minha Casa, Minha Vida faz parte de uma estratégia que inverteu a prioridade dos investimentos federais para atender às demandas históricas da maioria da população brasileira. 
 
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Ministério das Cidades
 
Redação

17 Comentários

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  1. “O jornal ainda afirma,

    “O jornal ainda afirma, equivocadamente, que o MCMV é uma “iniciativa desenhada para ter grande impacto eleitoral – e que é o carro-chefe do dito Programa de Aceleração do Crescimento.” Reduzir o MCMV a uma iniciativa eleitoral é um erro de avaliação de quem não entende de política pública”

    De fato eh um reducionismo perfeitamente idiota:  se eh so pelo impacto eleitoral, porque o PSDB nunca fez 3 milhoes e meio de casas?

    A resposta eh obvia:  porque eles nao queriam e nunca vao fazer politica publica.

  2. Covardia pouca é bobagem.

    Ao Governo Federal:

    Continuem finaciando essa quadrilha!

    Permaneçam omissos no embate político travado contra o oligopólio midiático!

    Deem asas a cobras!

    Sejam “republicanos”!

     

  3. Enfim…

    Ufa, enfim sai uma nota colocando esse pessoal da imprensa no seu devido lugar. Deveria ser assim sempre, em todas as áreas, usando o direito de resposta e o mesmo  espaço usado para atacar.

  4. Será que seus leitores
    Será que seus leitores entenderam ou já estão viciados neste tipo de leitura. Reflexão é ruim este povo realizar.

  5. Ué e dai que

    Ué e dai que proporcionalmente o numero de uniudades analisadas representem muito pouco?

    obter 100% de reprovação é um escandalo por sí só.

    O indice de satisfaçao medido a partir desse ponto de vista tambem seria questionvavel

    Fora que é feito em pessoas carentes que obviamente estarao felizes ao ter uma casa.

    Pessoas carentes felizes com sua casa nao quer dizer  que a obra ou o programa esteja dentro do que seja considerado minimamente razoavel 

    Cada uma…

    1. Quem faz a construção são as empreiteiras.

      Esse jornal porco informa quem são? Nomina as responsáveis?

      Liberalismo à brasileira. As empresas fazem as merdas e a culpa é do governo.

       

    2. Qualquer construção pode ter “problemas”

      Depende do vistoriador e da vontade de achar pe(nte)los.

      De enormes vazamentos a manchinas no chão, portas mal alinhadas e milhares de outros.

      O que o jornal precisa fazer é dizer qual a composição real dos “problemas”.

      E pelo que sei, TCU é tribunal de contas, não de vistoria predial ou pesquisa de opinião.

      Pra risadeiros (rs) como vc, promover a construção (por empreiteiras e construtoras variadas) de casa para milhões de pessoas não é importante.

      Importante são “os problemas”

      Quaisquer que sejam e que permitam criticar

      Os que fazem …

      Pelos que nada fazem.

  6. O que não beneficiar os ricos…

    O que não beneficiar os ricos não pode passar de estratégia eleitoral, eis a linha editorial do Estadão. Linha editorial é linha editorial. Por coerência, deveriam informar que o “Minha Mansão, Meu Vidão” nunca deixou de ser contemplado pelo governo atual. Quem é rico por herança segue rico – como nunca, diga-se de passagem. Se melhor a vida da população redunda em benefícios eleitorais, qual o problema do programa? Outro governo fará diferente, então? Talvez seja por isso que candidaturas oposicionistas insistem em não engrenar… Destaco o seguinte trecho do texto, o qual, tudo ponderado, é o mais importante sobre o programa:

    “pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas (Ipea) sobre o MCMV. Os beneficiários avaliaram em nota 8,8, a sua satisfação com a moradia adquirida por meio do programa, em uma escala de 0 a 10. As famílias avaliaram também sua satisfação com custo das prestações em 7,9; entorno de suas residências, 8,1; e aumento de bem-estar 8,6. A pesquisa visitou  7.620 domicílios em todo o país.”

    Dificilmente algo no Brasil funcionará sem problemas. Aqui e no resto do mundo, diga-se de passagem. Eventuais falhas poderão ser corrigidas. Não é saudável que sejam utilizadas para manter tudo na inércia. Contudo, linha editorial é linha editorial…

  7. MCMV

    É preciso deixar claro ao novos moradores do MCMV quem são os entes verdadeiros desta revolução social.

    Na comunidade chamada “Morro do papagaio” em Belo Horizonte, MG, próximo à Barragem Santa Lúcia, já se pode ver alguns prédios sendo levantados, e pelo modelo da obra, caracteriza ser o MVMC, porém, em pesquisa curta no local, a informação é a de quem niguém sabe do que se trata, quem está construíndo e para quem.

    Pode esta havendo falha na comunicação, levando à desinformação.

     

    Todo cuidado é pouco.

  8. E os coletores

    E nós, como vivemos em país que chove incessantemente e energia é barata, deixamos de instalar coletores solares só para que quem tem baixa renda gastar mais. Esperando pelo bolsa energia? Que povo é este que qceita um projeto desses?

  9. O programa minha casa, minha

    O programa minha casa, minha vida foi excelente para famílias que não tinham como comprar o primeiro imóvel, para desenvolver a construção civil, mas, acredito que deveria ser cobrada sim uma melhor qualidade dos projetos arquitetônicos, aproveitar para também para traçar um melhor planejamento urbano, fazendo com que a alocação dos imóveis se dê em função das demandas das cidades.
    Outro ponto que deveria ser visto deveria ser encontrar uma fórmula para evitar a supervalorização dos imóveis, que só favorecem as construtoras e os bancos.

  10. A foto do conjunto de casas

    A foto do conjunto de casas mostra a aspereza da incultura brasileira : NENHUMA, mas nenhuma ARVORE nenhuma folhagem, nem uma primaverazinha, a engenharia brasileira TEM HORROR AO VERDE, verdadeiro horror. Qualquer casinha na Holanda, qualquer uma, é rodeada de floreiras, mas porque será que brasileiro DETESTA TANTO ARVORES?

    Esse deserto verde se espalha por todas as periferias das cidades brasileiras, por todos os conjuntos de habitação popular, alguns já tem dez ou quinze anos e CONTINUAM SEM ARVORE, ao redor de Campinas há uns vinte grandes conjuntos de habitações verticais, só terra seca e concreto, VEGETAÇÃO ZERO, depois reclamam que falta agua.

    1. Mas você também estava com má

      Mas você também estava com má vontade ao olhar a foto. É evidente que as casas foram entregues há pouco tempo ( só o fato de ainda existir grama, recém plantada, já demosntra), não daria tempo de crescer árvore alguma se tivessem plantado. Mas concordo que planejamento paisagístico deve ter sido inexistente, as pessoas, se plantarem, vão plantar o que der na telha. Me lembro de Del Castilho, onde cresci. Conjunto do IAPC sem meio planejamento para esportes, jardins, e o que mais fosse. E gigantesco.

      E quanto à Holanda, digite Darwinplantsoen, Amsterdã, Reino da Holanda no maps e verás como realmente eles pensam de maneira diferente.

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