A temida violência retaliatória contra mortes sob custódia policial, por JNS

Por JNS

Diamond “Lavish” Reynolds em transmissão ao vivo via Facebook: “Um oficial acabou de matar o meu namorado. Por favor, oficial, não me diga que você fez isso com ele. Por favor, Jesus, não me diga que ele se foi.”

Lavish Reynolds estava no banco do passageiro quando o namorado dela, Philando Castela, de 32 anos de idade, foi baleado várias vezes por um policial em Falcon Heights, Minnesota, no dia 7 de julho de 2016.

O oficial da polícia ordenou, durante a abordagem mortal na blitz de rotina: “Senhora, mantenha as mãos onde elas estão!”

Reynolds, surpreendentemente, continuou a narrar a ação e, mais tarde, disse ter encontrado forças nas palavras da sua filha de 4 anos, que assistia, no banco de trás do carro retido na blitz, o desenrolar do drama familiar provocado pela ação policial.

– “Minha filha me disse para ficar forte, e é isso que eu tinha que fazer. Minha filha me disse ‘não chore’, e orou por mim.”

https://www.youtube.com/watch?v=Gi7Amj3SPpc height:394

“Eu queria compartilhar no Facebook para que as pessoas pudessem ver… eu queria que as pessoas a determinassem quem estava certo e quem estava errado.” – ela disse a repórteres na quinta-feira.

Após a amplificação das visualizações do vídeo nas redes sociais, irromperam os protestos que culminaram na morte de 5 policiais brancos, em Dallas, no Texas, no mesmo dia 7 de julho, à noite, pelo atirador negro Micah Johnson, 25 anos, que serviu no Afeganistão.

Lorne Ahrens, Michael Krol, Michael J. Smith, Brent Thompson e Patrick Zamarripa foram mortos em Dallas.

Informações e imagens da Internet

Redação

6 Comentários

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  1. Minha filosofia de botequim

    Ainda sem ter refletido muito, arrisco minha filosofia de botequim sobre as diferenças entre as sociedades do Brasil e dos EUA..

    A sociedade no Brasil me parece menos racista que escravocrata. Nossas elites ainda não conseguiram se libertar da escravidão. Usei a forma reflexiva propositalmente, já que considero nossas elites ainda “prisioneiras” dos hábitos do século XIX.  Não lhes interessa se os escravos serão negros ou brancos, desde que, para serví-las, se submetam ao trabalho mais pesado ao qual não estão habituadas.

    Já a sociedade nos EUA, ao meu ver, é menos escravocrata que racista. Lá há menos desigualdades, pois o trabalho é melhor remunerado. A elite WASP, entretanto, ainda sonha com os tempos de promover caçadas aos negros para enforcá-los nos galhos das árvores. O trabalho escravo, que beneficia não apenas às elites, diga-se, é realizado fora das suas fronteiras, ficando, deste modo, quase que invisível ao americano médio.

    No fundo são duas sociedades muito doentes.

     

    1. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é…

      Não somos menos racistas que escravocratas, e nem os EUA são mais ou menos racistas. São estágios distintos de racismo, onde por lá, por mais paradoxal que pareça, são eventos de ódio desse tipo que cimentaram algum tipo de consciência, onde os negros demarcaram campos de inclusão mais eficazes.

      Em nosso capitalismo de periferia, é normal imaginar que o racismo de manifeste majoritariamente pelo precariedade das relações econômicas.

      Não é tão simples.

      Há um intrincado sistema destinado a solapar os negros, ainda que consigarm algum conforto econômico, seja aqui, seja lá.

      Há estudos de setores mais militantes da academia que sugerem que a “vitória” dos direitos civis acabou por domesticar os negros e ocultar a piora das condições, agora mascaradas pela criminalização e judicialização dos conflitos raciais, retirando-os da esfera de conflito político, sem que essa classe negra ascendente se desse conta, ou pior, acabou por virar as costas as negros em situação de risco social, atribuindo-lhes a culpa por seu fracasso (loosers), dando eco a histeria branca.

      Não é à toa que os enforcamentos deram lugar a violência policial, que por aqui se expressa de forma muito mais dramática, outra vez, pelas peculiariedades de nossa História, estrutura social e econômica, enquanto lá, morrem muito menos, mas milhões são presos e extirpados de qualquer vida social, se tornando párias quando libertados (parole), aqui resolvemos a superlotação com extermínio mesmo.

      De certa forma, o surgimento de uma classe “C” brasileira, com a mobilidade de muitos negros, acabou também por criar um caldo ainda mais conservador, não raro de caráter neo-ultra-pentencostal, que recita os mantras da meritocracia, negando sua origem e o papel das políticas públicas em suas ascensões.

      Lá, ainda resiste a precarização do trabalho negro e a estigmatização das políticas afirmativas e de reparo social e dos beneficiários (food stamps, auxílio-moradia, etc), mas como já disse, as escalas são distintas.

      Assim como por aqui, o embate entre negros em situação de risco social e policiais detém números de etnocídio, mas com um número crescente de mortes policiais, enquanto por lá, incidentes como esse, onde policiais brancos são atingidos, não são comuns, e a motivação não é a defesa de um território de algum mercado ilegal (drogas), mas um surto de reação.

  2. O racismo nos Estados Unidos,

    O racismo nos Estados Unidos, mesmo após a conquista de direitos civis ´pelos negros, pode fazer ressurgir o movimento dos Panteras Negras. Pelo menos, as ações de resistência se tornariam organizadas e não mero fruto de vinganças isoladas. Por isso é que gosto do Public Enemy, o veterano grupo de rap, que já profetizava em 1991.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=zrFOb_f7ubw%5D

  3. “Chateado”

    Micah Xavier Johnson, que atirou em 12 policiais, matanado 5, teria dito aos negociadores, após ser encurralado no El Centro College, que era um veterano do Exército, agiu sozinho e estava “chateado com as pessoas brancas”.

    Johnson era um membro da Reserva do Exército dos EUA Micah Johnson, 25, from Mesquite, has been identified as the gunman

    Mica Johnson, 25 anos, atribuía “likes” em páginas como: New Black Panther Party, African American Defense League, Black Riders Liberation Party e Nation of Islam.

    Oficiais do Exército dizem que Johnson estava nas reservas, de março de 2009 a abril de 2015 e que servem uma excursão do dever no Afeganistão

    O grupo African American Defense League postou mensagem na sua página, na quarta-feira, convocando seus membros para matar policiais brancos.

    Os investigadores deixar a casa de Mica Xavier Johnson no subúrbio de Dallas de Mesquite, Texas, sexta-feira, julho 8, 2016;  detetives encontraram para fazer bombas, materiais, munições, fuzis e balística coletes na casa

    Investigadores encontraram fuzis, munições, coletes balísticos e materiais para fabricação de bombas na casa de Johnson, localizada no subúrbio de Mesquite, em Dallas, no Texas, na sexta-feira, 8 de julho de 2016.

    Créditos: As informações e as imagens são do Daily Mail

    http://www.dailymail.co.uk/news/article-3680988/Pictured-Micah-Xavier-Johnson-25-year-old-shot-12-cops-Dallas-Black-Lives-Matter-protest-killing-five-saying-wanted-kill-white-people-especially-white-officers.html

    1. Astounding Miracle!!!

      Ele NAO “ja foi investigado” por 15 minutos.  Uau.

      Quem foi?  Foi eu.  Suponho que tou “chateado” tambem.  Estou sendo seguido nas ruas, alias.  E nao eh de hoje.

      Mas Micah?  Nao, nunca foi investigado por 15 minutos antes e mesmo assim… conseguiu seus 15 minutos!  Nas costas dos outros.  Ele eh ou nao eh a imagem do governo dos EUA?

  4. Ebony and Ivory….
    Soa como maldição bíblica oriunda da treta original de dois irmãos da raiz genealógica dos povos. ..
    Só vai terminar no Arnagrdon!

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