Pela exoneração de Lyndon LaRouche, por Rogério Mattos e Timothy Rush

Por meio desse artigo, a Executive Intelligence Review e o Comitê de Ação Política Lyndon LaRouche (LPAC), vem buscar o apoio de cidadãos de todo o mundo para a exoneração de Lyndon LaRouche.

Da Executive Intelligence Review

Com a prisão de LaRouche, a América e o mundo foram privados de seu mais ilustre homem de Estado e economista. Porque as políticas de LaRouche para substituir a pilhagem mortal de Wall Street e da City de Londres por uma justa Nova Ordem Econômica Mundial de desenvolvimento universal em alta tecnologia, centenas de milhões de pessoas ao redor do mundo permanecerem na pobreza e dezenas de milhões perecerem sem necessidade. Foi somente com a recente adoção da China de políticas muito similares àquelas propostas por LaRouche há 50 anos, que o genocídio foi interrompido ao menos em boa parte do planeta“. Trecho do obituário de Lyndon LaRouche escrito pelos editores da EIR.

Por Rogério Mattos e Timothy Rush

Em 12 de outubro de 1988, Lyndon LaRouche deu uma conferência no hotel Kempinski-Bristol, em Berlim, onde prognosticou a necessidade, em futuro próximo, de se pensar à unificação alemã. Não era um assunto que estava na ordem do dia, mas a abertura do muro de Berlim para o livre trânsito entre alemães ocidentais e orientais veio a ocorrer em novembro de 1989. O prognóstico, por si, indicava as palavras de alguém bastante atento às movimentações políticas mais amplas, porém não é algo que deva ser visto isoladamente.

Em sua conferência, LaRouche expôs seu plano para o que poderia ser o futuro de toda Europa, ocidental e oriental. Propôs especificamente um projeto modelo para reconstruir o setor agrícola polonês com grandes inversões produtivas baseadas em tecnologia avançada, como primeiro passo a uma transformação maior de toda a região. Mais tarde, ele expandiu o plano para abranger a construção de um triângulo de desenvolvimento, o eixo Paris-Berlim-Viena. Corredores de desenvolvimento que estenderiam o projeto de unificação política e econômica através da ligação das cidades com trens de alta velocidade: de Berlim a Varsóvia, de Paris a Kiev, de Viena aos Bálcãs. O objetivo final seria a união eurasiática.

No curso da década de 1990, ele e sua esposa, Helga Zepp-LaRouche, elaborariam o plano da Ponte Terrestre Mundial: um projeto complexo, mas que, em linhas gerais, procurava interligar diferentes cidades, estados, países e continentes através de trens de alta velocidade, do norte ao sul da América, dos EUA até a Rússia via Estreito de Bering, a África à Europa e esta ao Oriente próximo e ao mais distante. Nesses mesmos anos, a China iniciou a se interessar pela ideia, fruto do crescimento econômico contínuo do país, como também da história chinesa, cuja Rota da Seda foi o primeiro e mais duradouro contato entre oriente e ocidente.

Enquanto Helga Zepp-LaRouche ficava conhecida na China como a “New Silk Road Lady”, seu marido amargava uma prisão política em consequência de inúmeros processos movidos contra sua organização, com acusações manifestadamente políticas sobre malversação financeira. O primeiro caso, em 1986, espetacularizado por uma força-tarefa que incluíu Robert Mueller (o mesmo hoje envolvido na caça às bruxas chamada Russiagate), promoveu um cerco aos escritórios e a casa de LaRouche, com inúmeras viaturas policiais e helicópteros, com transmissão ao vivo para a televisão, para pegar o perigoso ativista que supostamente não tinha prestado contas de maneira devida de sua organização.

Um telegrama à Casa Branca (Ronald Reagan era Presidente) acabou por frear uma segunda fase da operação, que visava o assassinato de LaRouche. Depois de manobras cada vez mais ilegais, a força-tarefa – instigada não em pequena parte por Henry Kissinger – conseguiu meter LaRouche na prisão por cinco anos, junto a uma dezena de companheiros próximos. O antigo Procurador-Geral da República dos EUA, Ramsey Clark, caracterizou o caso LaRouche como “envolvendo mais condutas sistemáticas e deliberadamente ardilosas de maior alcance durante um mais longo período de tempo, usando o poder dos recursos do governo federal, do que qualquer outro processo por parte do governo dos EUA no meu tempo ou que é do meu conhecimento.”

A saga, contudo, se iniciou alguns anos antes de sua conferência no hotel Kempinski-Bristol. Até sua prisão em 27 de janeiro de 1989, três meses após seu histórico pronunciamento, ele vinha trabalhando há anos por uma política de détente com a União Soviética através de seu programa Iniciativa de Defesa Estratégica. Ele chegou a ser anunciado publicamente pelo então presidente Ronald Reagan, mas barrado internamente em conversações com novos membros da administração soviética em conluio com Henry Kissinger.

O IDE acabou virando história e foi escarnecido por causa de suposta soluções ao estilo ficção científica que fornecia, isto é, a criação de tipos de armas capazes de neutralizar qualquer ataque termonuclear. Hoje, a Rússia, utilizando dos princípios então defendidos no IDE, lançou sua armas de última geração, um verdadeiro arsenal digno de filmes de ficção científica, como as armas a laser e os mísseis antibalísticos movido em velocidade Mach 5 (velocidade do som), lançados por ar, terra e água, ou através de submarinos. Depois do anúncio de Putin da nova classe de armamentos russos, realizados com muito menos recursos e muito mais ciência e eficiência que a trilhonária indústria militar americana, o poder de dissuasão do país nunca foi tão grande.

Contudo, a parte importante do projeto não era propriamente o desenvolvimento de tecnologias consideradas então inviáveis. Esse era o objetivo para o médio e longo prazo. O objetivo imediato era criar uma zona de cooperação permanente entre as duas maiores potências nucleares do planeta e arrefecer os ânimos de um momento conturbado da Guerra Fria. Uma política de détente no curto prazo e de alto investimento em ciência e tecnologia a ser colhido num prazo mais dilatado. O anúncio do IDE se deu em 23 de março de 1983 e, desde então, LaRouche foi tornada pessoa odiosa aos olhos das altas elites dos EUA ligadas às doutrinas britânicas de geopolítica e domínio financeiro, ou seja, por Londres e Wall Street.

Nos dois fatos narrados: a conferência em Berlim em 1988 e o anúncio da Iniciativa de Defesa Estratégica em 1983, podemos ver o mundo atual como que através de um cristal. De um lado, a política de cooperação militar ainda hoje seria o caminho para a crescente hostilidade bélica entre EUA e Rússia, que nos últimos anos muitos especialistas (inclusive o recém-falecido historiador brasileiro Luiz Alberto Muniz Bandeira) apontaram como um Nova Guerra Fria. Os casos de neomacartismo mundo afora, da Lava-Jato no Brasil ao Russiangate, até o “perigo vermelho” que tentam impingir na Europa, em especial nos países do leste e que boicotam economicamente a Rússia, impedem a cooperação entre europeus e a Ásia e militarizam países fronteiriços à Rússia – toda essa escalada militar poderia ser francamente diminuída, senão extinta, com uma política de cooperação ao estilo IDE.

No outro ângulo do cristal, a Iniciativa Um Cinturão, Uma Rota proposta pela China, traz elementos importantes para a integração eurasiática, o que leva, em especial, ao fim da política da geopolítica, isto é, da doutrina do Choque de Civilizações, iniciada por Mackinder e continuada nos EUA por Samuel Huntington e Zbigniew Brzezinski. Não só: com o sistema financeiro transatlântico vivendo atualmente de maneira totalmente artificial através de injeções de liquidez sucessivas (as flexibilizações quantitativas) e produzindo monstros que só aparecem no adormecer da razão, a alternativa para a criação de um novo sistema de crédito voltado para a economia física e que faça restabelecer em novas bases o que foi outrora os acordos originais de Bretton Woods, é o único meio viável para se acabar com o atual cassino especulativo e mitigar uma crise ainda mais devastadora do que a de 2008.

O caso LaRouche mostra as ilusões criadas pela suposta vitória das democracias liberais a partir de 1989: bem no ano que se celebrava essa retumbante vitória, os EUA, pátria dessas supostas liberdades, colocava na cadeia mais de uma dezena de presos políticos – fato que, no vocabulário político hodierno, seria digno da “ditadura cubana” e de seus seguidores, tanto agora quanto 30 anos atrás…

Lyndon LaRouche foi solto em 1994, porém não teve o seu processo extinto.  Por meio desse artigo, a Executive Intelligence Review e o Comitê de Ação Política Lyndon LaRouche (LPAC), vem buscar o apoio de cidadãos de todo o mundo para a exoneração de Lyndon LaRouche. Entre no link abaixo, conheça um pouco mais da história dessa luta política, e se solidarize com suas assinaturas nesse importante ato de desagravo jurídico e político. Ele é ainda mais importante porque reabilita as ideias desse homem que, num trabalho múltiplo realizado em décadas, em muito tem para contribuir para a construção de uma nova ordem econômica mundial e para a criação de um novo paradigma para a humanidade.

Junte-se a campanha internacional pela exoneração de Lyndon LaRouche: http://portugues.larouchepub.com/Boletins/2019/0423-exonerate_lyn_petition.html

Para saber mais sobre todo o processo, acesse (em inglês): https://action.larouchepac.com/exonerate

Para informação, perguntas ou comentários,
por favor escreva para
[email protected]

Redação

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