Estamos vivendo a maior crise que o petróleo já conheceu na sua história, mas não se vê nenhum alarde na imprensa mundial. Quem viveu a crise deflagrada pela OPEP nos anos 1970, depois agravada pela Revolução Iraniana no começo dos 1980, sabe a diferença de repercusssão no tratamento do assunto, comparado aos dias de hoje.
De uma média, em dólares atuais, aproximada de US$ 14 o barril, nos anos pós-Guerra até 1973, o preço saltou para cerca de US$ 50, na primeira fase da crise, que depois se agravou. Quando foi superada a crise, entre 1986 e 2004, o barril de petróleo teve cotação média próxima de US$ 31; mais do que o dobro, das cotações médias dos “anos dourados” do capitalismo na segunda metade do século XX; quase o triplo dos preços nos anos imediatamente anteriores à crise, mas bem abaixo das cotações alcançadas no seu decorrer.Pois então. A média das cotações nos últimos sete anos suplanta, a média dos sete anos mais turbulentos da grande crise do petróleo no século passado; ela é quase três vezes a cotação do interregno dessas duas crises. Eis abaixo os quadros comparativos das médias dos dois períodos, em valores históricos e atualizados para 2011; notem que dois registros dos últimos anos superam, a maior média anual da grande crise anterior. Ninguém toca no assunto, mas lentamente a conta petróleo sangra a balança comercial dos importadores; aguardem emoções mais fortes.
1979 31,61 97,94
1980 36,83 100,54
1981 35,93 88,91
1982 32,97 76,85
1983 29,55 66,74
1984 28,78 62,31
1985 27,56 57,61
média = 78,70
2005 54,52 62,80
2006 65,14 72,69
2007 72,39 78,53
2008 97,26 101,61
2009 61,67 64,66
2010 79,50 82,00
2011 111,26 111,26
média = 81,93
Fonte: Estatísticas da BP, planilha Excel, aba Oil: Crude prices since 1861.
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