As contas externas em 2009

Apesar da queda do saldo comercial, o déficit em conta corrente pode diminuir, de acordo com matéria de Sérgio Lamucci, no Valor de hoje (clique aqui).

Algumas projeções apontadas:

• o rombo nas transações de bens, serviços e rendas do país com o exterior tende a encolher da casa de US$ 29 bilhões em 2008 para US$ 22 bilhões a US$ 25 bilhões em 2009.

• O economista Nilto Calixto, do Credit Suisse, prevê redução das remessas de lucros e dividendos de US$ 34 bilhões em 2008 para US$ 22 bilhões em 2009, pela queda nos lucros e pela desvalorização do real (que transforma os lucros em reais em menos dólares).

• Montadoras, bancos, siderúrgicas e metalúrgicas responderam por 50% do envio desses recursos de janeiro a novembro de 2008, explicando 68% do crescimento das remessas. Como esses setores são bastante afetados pela desaceleração da atividade econômica, o impacto sobre o fluxo de saída de dinheiro por esse canal deve ser significativo.

• No caso do saldo de viagens internacionais, Júlio Callegari aposta num recuo modesto, de US$ 5,3 bilhões para US$ 4,3 bilhões, enquanto Calixto acredita numa queda um pouco mais forte, para US$ 3 bilhões.

• O economista Fernando Rocha, da JGP Gestão de Recursos, aposta que o saldo comercial ficará em apenas US$ 10 bilhões, com as vendas externas externas caindo 19%, para US$ 160 bilhões, e as compras recuando 13,3%, para US$ 150 bilhões.

• Pelo menos para 2009, foram arquivados os temores de que o rombo em conta corrente seguiria em alta explosiva, ainda que a reversão não vá ocorrer pela alta das exportações. Rocha lembra que, antes do agravamento da crise, chegou a considerar que o déficit poderia atingir US$ 45 bilhões neste ano, o equivalente a cerca de 3% do PIB.

Luis Nassif

13 Comentários

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  1. “Rocha lembra que, antes do
    “Rocha lembra que, antes do agravamento da crise, chegou a considerar que o déficit poderia atingir US$ 45 bilhões neste ano, o equivalente a cerca de 3% do PIB.”
    Nassif, não se cabe aqui este comentário, mas baseado no trecho acima
    e na questão das montadoras que se surpreenderam com a procura por carros novos, existe um ponto importante – que é a questão de análises de conjuntura macro.
    Não é necessário aqui lembrar das análises “fim-de-mundo”
    da imprensa brasileira motivadas políticamente. Mas a falta de setores nas grandes empresas de anaálises de conjuntura – deixando estas para setores da área bancária – leva a erros de projeção e – não estou tão informado- a suspensão de projetos de investimento baseados num lugar comum fabricado pela imprensa.

  2. Da Agência Estado 26 de
    Da Agência Estado 26 de janeiro de 2009 – 12h03
    http://www.ae.com.br/institucional/ultimas/2009/jan/26/1414.htm

    BC: IED em janeiro até hoje soma US$ 2,1 bi

    Brasília – O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, informou hoje que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) no País em janeiro até hoje soma US$ 2,1 bilhões.
    Ele prevê que, neste mês, o total de ingressos de IED alcance US$ 2,5 bilhões.

    Ele estimou que o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos de janeiro será de US$ 3,2 bilhões.
    Segundo ele, a remessa de lucros e dividendos neste mês até hoje soma US$ 480 milhões.
    Já as despesas com juros somam US$ 1,332 bilhão. Altamir informou também que a conta de viagens internacionais em janeiro até hoje tem saldo negativo de US$ 187 milhões.

    Fluxo cambial
    O fluxo cambial em janeiro até o dia 22 estava negativo em US$ 2,804 bilhões, de acordo com dados informados por Altamir Lopes.

    O fluxo comercial estava positivo em US$ 493 milhões, com as exportações totalizando US$ 6,964 bilhões e as importações US$ 6,471 bilhões. Segundo ele, a média diária de operações de adiantamento de contratos de câmbio (ACC) até o dia 22 era de US$ 119 milhões.
    No segmento financeiro, o saldo negativo era de US$ 3,297 bilhões, com ingressos somando US$ 12,321 bilhões e as saídas, US$ 15,617 bilhões. (Fabio Graner e Fernando Nakagawa)

  3. Creio que ainda não é
    Creio que ainda não é desesperador, mas a cada semana vai ficando mais claro que o Governo do Presidente Lula irá precisar usar parte considerável das reservas cambiais para financiar a Balança de Pagamentos, mas ainda é cedo para poder fazer projeções, não temos referência nem de volumes, muito menos de preço.

    O mais importante já foi feito. As reservas cambias fora devidamente preservadas e agora devem ser utilizadas, não só para financiar a Balança de Pagamentos, como para reduzir a dívida pública, mas isso vai depender de quanto será preciso para financiar a Balança de Pagamentos.

    Caso o o déficit na Balança de Pagamentos fique nos US$ 25 bilhões de dólares em 2009,significa que que O Brasil poderá resgatar cerca de R$ 60 bilhões em títulos da dívida pública, R$ 5 bilhões por mês.

    Isto pode representar uma economia de R$ 9 bilhões de reais a menos nos juros da dívida publica de 2009 e 2010. Isto será possível em função da atual crise de liquidez, já que o BACEN não precisará enxugar a liquidez, como nos anos anteriores, muito pelo contrário.

  4. Do Valor Online divulgado
    Do Valor Online divulgado pelo Último Segundo IG
    http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/01/26/taxa+de+rolagem+de+emprestimos+externos+melhora+mas+ainda+e+baixa+3635905.html

    Taxa de rolagem de empréstimos externos melhora, mas ainda é baixa
    26/01 – 15:35 – Valor Online

    BRASÍLIA – Empresas brasileiras continuam sem conseguir recursos suficientes para cobrir o vencimento de seus compromissos no exterior. Com a continuidade da baixa liquidez internacional decorrente da crise, a taxa geral de rolagem de dívidas do setor privado em janeiro até hoje está em 53%, uma ligeira melhora sobre os 47% registrados em dezembro. …….

    …..Os números do BC mostram que após o aprofundamento da crise mundial, em setembro, a taxa de rolagem de captações e empréstimos de médio e longo prazos caiu para 22% em novembro. Ou seja, de cada US$ 100 vencendo, só US$ 22 foram refinanciados. A média do ano, porém, ficou em 109%.

    Em dezembro, a taxa geral de 47% foi resultado de 341% no refinanciamento de principal de empréstimos diretos, enquanto os papéis (bônus e notes) tiveram uma média de apenas 26%. Para amortizações de R$ 2,25 bilhões, as empresas obtiveram R$ 1,146 bilhão.

    Já em janeiro até hoje, segundo Lopes, a rolagem de papéis está em 40% e os empréstimos em moeda apresentam taxa de 131%. Para 2009, a autoridade monetária mantém a expectativa positiva para uma média em torno dos 100% de rolagem. (Azelma Rodrigues | Valor Online)

  5. 26/01/2009 –
    26/01/2009 – 10p1
    Investimento externo direto bate o recorde de US$ 45,06 bi em 2008

    BRASÍLIA – A entrada de investimentos externos diretos (IED) líquidos no país foi de US$ 45,060 bilhões no ano passado completo, montante recorde e superior àquele previsto pelo Banco Central (BC) para o período, de US$ 40 bilhões.

    Na relação com o Produto Interno Bruto (PIB), o IED fechou equivalente a 2,84%. Em 2007, houve ingresso de US$ 34,585 bilhões (2,59% do PIB). Conforme nota do BC, o resultado de US$ 45,060 bilhões em 2008 foi o mais elevado na série história, iniciada em 1947.

    Indústria de São Paulo fecha 130 mil vagas em dezembroBalanço de pagamentos tem superávit de US$ 2,97 bi em 2008
    Conta corrente encerra 2008 com déficit de US$ 28,3 bi
    Investimentos externos diretos somam US$ 2,1 bi no mês

    Em dezembro apenas, foi registrada entrada de US$ 8,117 bilhões em investimentos externos diretos, melhor do que os US$ 886 milhões apurados em igual mês de 2007.

    Os dados levam em conta também os empréstimos intercompanhias, aqueles feitos pela matriz da multinacional para a subsidiária brasileira. Além disso, abatem as remessas feitas por conta de ganho do capital investido.

    Do total ingressado em 2008, US$ 30,064 bilhões foram participação no capital. Foram contabilizadas também entradas líquidas de US$ 14,996 bilhões em empréstimos intercompanhias.

    Os investimentos diretos de companhias brasileiras no exterior (IBD) somaram US$ 20,457 bilhões. Um ano antes, as saídas ficaram em US$ 7,067 bilhões.

  6. Nassif, Há coisas acontecendo
    Nassif, Há coisas acontecendo que eu não consigo entender. O plano de investimentos da Petrobrás anunciado esta semana me parece absurdo. Como brasileiro, estou preocupado com a nossa estatal do petróleo. Parece-me uma empresa marcada para morrer. Ou o plano é mais uma peça de propaganda política do Lula ou tem alguma coisa com os R$ 100 bi do BNDES. Investir na prospecção de petróleo na atual conjuntura? Cruz! Imagine a GM anunciando que vai construir mais 10 fábricas. A crise mundial pode estar antecipando o fim da era do petróleo? ou não? Talvez o petróleo barato congele por alguns anos as pesquisas com fontes alternativas. Gostaria de conhecer sua opinião sobre o assunto.

  7. NASSIF, TIRE MINHA
    NASSIF, TIRE MINHA DÚVIDA

    FINAL DIVIDA EXTERNA E CONTAS EXTERNAS É SINONIMOS OU CADA UM TEM UM SIGNIFICADO ??

    EU ENTENDO QUE É UMA COISA SÓ. SERIA A SOMATÓRIA DE TODOS OS VALORES QUE O GOVERNO FEDERAL + AS EMPRESAS PRIVADAS DEVEM A UM OUTRO PAÍS

    Dívida é estoque, o que se deve. Conas externas medem a movimentação, o fluxo de dólares que entra e sai.

  8. Nassif, no final de
    Nassif, no final de abril/2008 estive em Buenos Aires onde li no jornal Clarin artigos de economistas a respeito o investment grade do Brasil. Eles foram unânimes em afirmar que o Brasil passaria a ter por alguns anos deficit comerciais decorrente de investimentos diretos que entrariam aqui. E que os argentinos deveriam aproveitar para suprir algumas necessidades do mercado interno. Pergunto, Nassif, se há alguma relação, qual a relação entre aumento de investimentos estrangeiros diretos e o aumento de déficit na balança comercial?

    Se entra muito dólar, o real se valoriza e fica mais difícil exportar e mais fácil importar.

  9. http://ultimosegundo.ig.com.b
    http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/01/26/remessa+de+lucro+ao+exterior+diminui+ritmo+no+comeco+deste+ano+3637921.html

    Remessa de lucro ao exterior diminui ritmo no começo deste ano
    26/01 – 16:35 – Valor Online

    BRASÍLIA – Após atingir o recorde de US$ 33,875 bilhões em 2008, caiu o ritmo das remessas de lucros e dividendos das multinacionais nos primeiros dias de 2009. Mas continua forte o resgate de estrangeiros em títulos de renda fixa, que somam US$ 1,45 bilhão em janeiro até hoje, e outros US$ 711 milhões em resgate de investimentos em ações…..

    ………..O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, justificou esses números pelo aumento do estoque de investimentos estrangeiros no país. Somente o investimento direto atingiu US$ 381,18 bilhões na posição apurada até junho.

    E a crise também turbinou as remessas. A boa lucratividade obtida com a forte expansão doméstica até setembro gerou remessas maiores para as multinacionais, para cobertura de posições das matrizes atingidas pela crise…………..

    ………..Segundo o BC, os investimentos em ações fecharam o ano com saída líquida de US$ 7,565 bilhões, sendo US$ 911 milhões em dezembro. Já as aplicações em renda fixa tiveram saldo positivo de US$ 6,798 bilhões no ano, embora em dezembro tenha ocorrido a fuga expressiva de US$ 4,464 bilhões……………..

    (Azelma Rodrigues | Valor Online)

  10. Para mim a grande maioria
    Para mim a grande maioria destes economistas(terrorristas) de plantão, é a mesma coisa que os gurus que fazem horoscopo para jornais rádios etc…. basta voce anotar as previsões no inicio do ano e ver o resultado no final de ano. Quem estiver lendo isto, por favor faça um levantamento dos últimos anos é surpreendente. E não vejo ninguem aparecer e dizer: “desculpe pessoal, mas….eu errei.

  11. Creio que o estoque de
    Creio que o estoque de investimentos estrangeiros direto no país atingiu US$ 381,18 bilhões na posição apurada até junho, est@a em reais e hoje representa um passivo externo menor em dólares em função da correção cambial, isto sem considerar a entrada de novos investimentos e nem a variação dos preços das empresas no mercado.

    Em junho de 2008 o dólar estava em torno de R$ 1,65, e a posição apurada em junho de 2008 do estoque do investimento estrangeiro direto de US$ 381,18 era equivalente a R$ 525 bilhões, e hoje com o dólar a R$ 2,31, seria equivalente a US$ 227,27 bilhões.

  12. Do Último Segundo do
    Do Último Segundo do IG
    http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/01/27/sinopse+de+imprensa+governo+cria+barreira+contra+importacoes+3640971.html

    Sinopse de imprensa: Governo cria barreira contra importações
    27/01 – 04:13 – Redação

    BRASÍLIA – Em uma decisão que pegou de surpresa as empresas de comércio exterior, o governo passou a adotar desde esta segunda-feira uma série de barreiras não-tarifárias ao ingresso da grande maioria de produtos importados. Na prática, a medida significa a volta do sistema de controle das importações adotado pelo país nas décadas de 70 e 80, quando o Brasil era um pequeno exportador e importava 80% do petróleo que consumia. As informações são do jornal “Folha de S. Paulo”. ……….

    ………. nota no Siscomex informa que será exigida a partir da data de ontem a apresentação da licença de importação prévia, a chamada LI, para quase todos os produtos que entram no país. A lista é ampla e abrange praticamente toda a pauta de importações do país: produtos de moagem (trigo), plásticos, cobre, alumínio, ferro, bens de capital, material eletroeletrônico, autopeças, automóveis e material de transporte em geral, entre outros.

    A exigência da LI tinha sido abolida no país nos últimos anos. A importação era praticamente automática. A única exigência era de uma declaração de importação (DI), que era feita pelo próprio importador, apenas para efeitos estatísticos.

    Já as LIs podem demorar até 60 dias para serem concedidas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) e se assemelham muito às guias de importação da época da Cacex (Carteira de Comércio Exterior), o órgão que era responsável pelo controle da entrada de produtos no país nas décadas de 70 e 80. A Cacex foi extinta em 1990 e, desde então, o Brasil sempre tem atuado no sentido de liberalizar o comércio exterior.

  13. Ministério do
    Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
    http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=272

    Consolidação das Portarias (Secex) – Capítulo I
    A Relação dos produtos sujeitos a licenciamento automático contém todas as mercadorias, relacionadas em NCM/SH e respectivos destaques (se houver), sujeitas a manifestação prévia, com a indicação do Órgão envolvido.

    A Relação dos produtos sujeitos a licenciamento não automático contém todas as mercadorias, relacionadas em NCM/SH e respectivos destaques (se houver), sujeitas à manifestação prévia nas licenças (LI), com a indicação do Órgão envolvido.

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