As estatísticas das operações de crédito do SFN

A taxa de inadimplência relativa aos créditos a pessoas físicas situou-se em 5,5%, após reduções de 0,1 p.p. no mês e de 0,4 p.p. em doze meses. Entre as principais modalidades, destaquem-se os recuos, na margem, de 0,2 p.p. na taxa de inadimplência do crédito pessoal não consignado e de 0,1 p.p. no crédito consignado. Nos financiamentos a veículos, a taxa registrou estabilidade no mês, acumulando, porém, retração de 0,8 p.p. nos últimos seis meses. Os financiamentos imobiliários também apresentaram inadimplência estável, situada em 1,9%. Nas operações de crédito renegociado, a inadimplência subiu 0,4 p.p., para 22,4%

Do Banco Central

Política Monetária e Operações de Crédito do SFN

NOTA PARA A IMPRENSA

A partir desta Nota, as estatísticas relativas às operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional passam a ser apresentadas em nova configuração, refletindo aprimoramentos que permitiram a ampliação da abrangência e o maior detalhamento das principais informações. O novo conjunto de dados integra o escopo do Sistema de Informações de Crédito (SCR) e está definido pelo arcabouço normativo que compreende a Resolução nº 3.658, de 17 de dezembro de 2008, a Circular nº 3.567, de 12 de dezembro de 2011, e a Carta-Circular nº 3.540, de 23 de fevereiro de 2012.

Em linhas gerais, a nova estrutura de dados compreende a extensão das informações relativas a saldos, concessões, taxas de juros, spreads, prazos e inadimplência, antes disponíveis apenas para um subconjunto do crédito livre, conhecido como “crédito referencial para taxas de juros”, novas aberturas desse segmento e também para o crédito direcionado. Adicionalmente, a adoção de critérios melhor definidos e atuais de classificação por modalidades possibilitou o preenchimento de importantes lacunas nas estatísticas de crédito, com maior detalhamento das informações referentes às operações de crédito consignado e de crédito habitacional, por exemplo. Esses aperfeiçoamentos favorecem, em particular, a produção de análises mais abrangentes acerca do fluxo de novas operações de crédito e das taxas de juros praticadas no mercado. Informações adicionais sobre o aprimoramento das estatísticas de crédito são apresentadas na “Nota Metodológica – Nova estrutura de dados de crédito”, disponível na página eletrônica do Banco Central do Brasil, no endereço http://www.bcb.gov.br/?EMPSFN.

I – Operações de crédito do sistema financeiro

O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$2.367 bilhões em janeiro de 2013, registrando estabilidade relativamente ao mês anterior e acumulando expansão de 16,4% nos últimos doze meses. O comportamento no mês resultou da retração de 1% no saldo referente a pessoas jurídicas, R$1.279 bilhões, e do aumento de 1,2% nas operações com pessoas físicas, cujo saldo alcançou R$1.088 bilhões. A relação crédito/PIB situou-se em 53,2%, ante 53,6% em dezembro último e 48,9% em janeiro de 2012.
As concessões de crédito, que correspondem aos valores desembolsados no mês, somaram R$262 bilhões, consideradas as operações com recursos livres e direcionados. Refletindo fatores sazonais, esse volume foi 16,7% inferior ao registrado no mês anterior, em decorrência dos recuos de 27% nos desembolsos a pessoas jurídicas, que se intensificam nos últimos meses de cada ano e diminuem nos meses seguintes, e de 4,4% nos referentes a pessoas físicas. As concessões com recursos livres e direcionados a pessoas físicas totalizaram R$137,9 bilhões, ao passo que nas operações a pessoas jurídicas, as concessões somaram R$124,4 bilhões.

O saldo de crédito com recursos livres atingiu R$1.389 bilhões em janeiro, após declínio de 0,7% no mês e incremento de 13,1% em doze meses, correspondendo a 58,7% do total do sistema financeiro, comparativamente a 60,4% em igual período de 2012. As concessões de crédito livre totalizaram R$233,8 bilhões, com queda mensal de 9,5%, decorrente das reduções de 1% e 17,4% nas operações destinadas a pessoas físicas e pessoas jurídicas, respectivamente, ainda seguindo padrão sazonal do período.

O saldo dos empréstimos com recursos livres a pessoas físicas situou-se em R$697,7 bilhões, após elevações de 0,8% no mês e 10% em doze meses, refletindo os incrementos mensais respectivos de 1,9% e 10,3% em crédito consignado e cheque especial. O crédito livre a pessoas jurídicas totalizou R$691,7 bilhões, assinalando recuo de 2% no mês e expansão de 16,4% em doze meses. Quase todas as modalidades apresentaram retração, destacando-se, entre as exceções, a expansão de 11,3% nos repasses externos e a estabilidade dos empréstimos de capital de giro com prazo superior a 365 dias, cujo saldo de R$264,9 bilhões é o mais expressivo entre as modalidades de crédito livre destinadas a pessoas jurídicas.
O crédito direcionado alcançou saldo total de R$977,6 bilhões em janeiro, ao avançar 1% no mês e 21,5% em doze meses. Esse desempenho resultou de acréscimos mensais respectivos de 1,9% e 0,4% nos financiamentos a pessoas físicas e a pessoas jurídicas, cujas carteiras alcançaram R$390,5 bilhões e R$587,1 bilhões, nessa ordem. No segmento de pessoas físicas, destacaram-se os financiamentos imobiliários, com recursos da poupança e do FGTS, que cresceram 2,4% no mês e 34,5% em doze meses, ao atingir R$261,4 bilhões. Entre as operações a pessoas jurídicas, os créditos com recursos do BNDES somaram R$448 bilhões, após expansões de 0,3% no mês e 15,3% nos últimos doze meses.

I.1 – Taxas de juros e inadimplência
A taxa média geral de juros das operações de crédito do sistema financeiro, computadas as operações com recursos livres e direcionados, após dez meses de declínios consecutivos e redução acumulada de 5,2 p.p. nos últimos doze meses, elevou-se 0,5 p.p. em janeiro, ao situar-se em 18,5% a.a.
No crédito às famílias, a taxa média de juros atingiu 24,6%, com alta de 0,3 p.p. no mês e declínio de 6,2 p.p. em doze meses. Tal evolução resultou da elevação de 0,6 p.p. nos empréstimos com recursos livres, taxa de 34,5%, ressaltando-se os aumentos respectivos de 1 p.p. e de 0,7 p.p. no crédito pessoal não consignado e nos financiamentos de veículos, e da redução de 0,2 p.p. nas operações com recursos direcionados, para a qual contribuiu a queda de 0,2 p.p. na taxa média das operações de crédito rural.

A taxa média de juros no crédito a pessoas jurídicas atingiu 13,9%, ao registrar incremento mensal de 0,6 p.p. e queda de 4,5 p.p. nos últimos doze meses. A elevação decorreu de altas de 0,9 p.p. na taxa relativa às operações com recursos livres, que alcançou 18,8%, e de 0,4 p.p. na taxa média dos financiamentos com recursos direcionados, situada em 7,6%. Destaquem-se os aumentos de 2,2 p.p. e de 1 p.p. nos empréstimos de capital de giro com prazo inferior e superior a 365 dias, respectivamente, em contraponto às reduções de 2 p.p. no cheque especial de pessoas jurídicas, e de 0,5 p.p. nas contratações de vendor. Entre as modalidades de crédito direcionado às empresas, sobressaiu a elevação de 0,4 p.p. na taxa média de juros média no financiamento a investimentos com recursos do BNDES, cuja taxa subiu para 7,2%.

O spread bancário referente ao total das operações de crédito do sistema financeiro, compreendidos os créditos livres e direcionados, situou-se em 12,2 p.p., após aumento de 0,7 p.p. no mês e redução de 3 p.p. nos últimos doze meses, ressaltando-se os acréscimos mensais respectivos de 0,8 p.p. e 0,3 p.p. nas operações destinadas a pessoas jurídicas e a pessoas físicas.

A inadimplência do sistema financeiro, referente às operações com atrasos superiores a noventa dias, correspondeu a 3,7% do saldo total dos créditos baseados em recursos livres e direcionados, registrando estabilidade no mês e recuo de 0,1 p.p. comparativamente a janeiro de 2012.

A taxa de inadimplência relativa aos créditos a pessoas físicas situou-se em 5,5%, após reduções de 0,1 p.p. no mês e de 0,4 p.p. em doze meses. Entre as principais modalidades, destaquem-se os recuos, na margem, de 0,2 p.p. na taxa de inadimplência do crédito pessoal não consignado e de 0,1 p.p. no crédito consignado. Nos financiamentos a veículos, a taxa registrou estabilidade no mês, acumulando, porém, retração de 0,8 p.p. nos últimos seis meses. Os financiamentos imobiliários também apresentaram inadimplência estável, situada em 1,9%. Nas operações de crédito renegociado, a inadimplência subiu 0,4 p.p., para 22,4%.

Nos créditos destinados a pessoas jurídicas, a inadimplência situou-se em 2,2%, assinalando estabilidade no mês e elevação de 0,1 p.p. comparativamente a janeiro de 2012. No que se refere às modalidades mais expressivas, destaquem-se a estabilidade da taxa relativa ao capital de giro com prazo superior a 365 dias, situada em 3,7%, o aumento de 0,3 p.p. referente aos descontos de duplicatas e a redução de 0,1 p.p. na inadimplência média dos financiamentos com recursos do BNDES.

II – Evolução dos agregados monetários
A média dos saldos diários da base monetária atingiu R$226,8 bilhões em janeiro, assinalando queda de 1,8% no mês e crescimento de 13% em doze meses. O resultado mensal refletiu a retração de 4,3% no papel-moeda emitido e a elevação de 7,3% nas reservas bancárias, que ainda refletem o aumento sazonal da demanda por moeda em dezembro.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da emissão monetária, sobressaíram as operações com títulos públicos federais, que incluem a atuação do Banco Central no ajuste da liquidez do mercado monetário, que registraram redução de R$21,3 bilhões, em contraste às operações do Tesouro Nacional, que apresentaram acréscimo de R$6 bilhões. Foram verificadas vendas líquidas de R$121,8 bilhões no mercado secundário e resgates líquidos de R$100,5 bilhões no mercado primário.

O saldo médio diário dos meios de pagamento restritos (M1) totalizou R$300,5 bilhões em janeiro, após declínio de 4% no mês, resultante dos decréscimos de 4% no papel-moeda em poder do público e de 4,1% nos depósitos à vista. Nos últimos doze meses, o M1 avançou 11,6%, refletindo variações respectivas de 12,4% e 10,8% em seus componentes.

O saldo dos meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1, acrescido de depósitos de poupança e títulos privados, somou R$1,7 trilhão, com recuo mensal de 2,7%. Essa variação foi determinada pela retração de 11,6% no saldo do M1 e de 1,4% no saldo dos títulos privados, que atingiu R$928,9 bilhões, após resgates líquidos de R$21,7 bilhões. O saldo dos depósitos de poupança alcançou R$500,2 bilhões, após crescimento de 0,6% e captações líquidas de R$2,3 bilhões.

O conceito M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, registrou elevação de 0,7% no mês, refletindo incrementos de 4,2% no saldo das quotas de fundos de renda fixa, que atingiu R$1,7 trilhão, e de 4,3% relativo às operações compromissadas com títulos federais. O M4, conceito que compreende o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, totalizou R$4,1 trilhões, registrando elevações de 0,8% no mês e 14,9% nos últimos doze meses, ao assinalar expansão de 0,9% nas operações com títulos federais.

Estatísticas complementares às divulgadas nas Notas para Imprensa estão disponíveis no sistema de séries temporais do Banco Central do Brasil, no endereço http://www.bcb.gov.br/?sgs.

Luis Nassif

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