Bolsa cai 0,93% com efeito eleitoral; queda mensal atinge 11,7%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A bolsa brasileira encerrou o mês de setembro com nova valorização, mas em ritmo pouco mais moderado em relação ao dia anterior, com os investidores mantendo-se cautelosos quanto aos desdobramentos da disputa ao cargo de presidente da República.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou as atividades do mês com uma desvalorização de 0,93%, aos 54.625 pontos e com um volume negociado de R$ 10,374 bilhões. Desta forma, a bolsa brasileira fechou setembro com perda acumulada de 11,70%, no pior desempenho mensal desde maio de 2012 (-11,86%). No ano, o ganho do Ibovespa foi reduzido para 5,06%.

As principais pressões negativas vieram de ações que sofrem mais diretamente os impactos das notícias eleitorais, como Petrobras, que fecharam o mês com uma desvalorização  na casa de 20%.

Segundo informações de mercado, os investidores seguiram na expectativa pela divulgação de novos dados sobre a corrida presidencial, como a próxima pesquisa Datafolha. Além do mau humor decorrente da possibilidade de vitória da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno, os dados referentes ao déficit primário do setor público também não colaboraram. O déficit em agosto, de R$ 14,460 bilhões, foi o quarto consecutivo – fato inédito na série histórica do Banco Central.

Quanto ao câmbio, a cotação do dólar comercial fechou em queda de 0,31%, a R$ 2,448 na venda, com os investidores aproveitando o recente ciclo de alta para vender moeda e realizar lucro. No mês, a moeda acumulou uma valorização de 9,33%.

A forte variação cambial pode ser explicada pelas inseguranças quanto ao cenário político brasileiro. Com a proximidade das eleições, as incertezas se acentuam. Segundo analistas consultados pela agência de notícias Reuters, se as chances de reeleição da atual presidente Dilma Rousseff continuarem crescendo, essa escalada do dólar não deve dar trégua.

Ao mesmo tempo, o Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções no mercado de câmbio, vendendo todos os 4 mil contratos ofertados de swap cambial, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro. Foram vendidos 2 mil contratos com vencimento em 1º de junho de 2015, e 2 mil com vencimento em 1º de setembro do ano que vem, em operação que movimentou o equivalente a US$ 197,3 milhões.

Agora, existem investidores que se questionam sobre uma eventual reação do BC à recente valorização do dólar, que alimenta temores de pressionar a inflação devido ao  aumento dos preços de produtos importados. Por enquanto, o BC não anunciou novo leilão de swap cambial para rolagem. Quase 100% do lote que vence em 1º de outubro foi rolado pelo BC. O próximo lote vence em 3 de novembro, com volume equivalente a US$ 8,84 bilhões.

Para quarta-feira, os agentes brasileiros aguardam a publicação do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), o PMI (índice dos gerentes de compras) do setor de manufatura, os dados de utilização da capacidade industrial pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o resultado da balança comercial referente ao mês de setembro. No exterior, os agentes aguardam o PMI do setor de manufatura dos Estados Unidos, além da variação de empregos no setor privado e vendas de automóveis no país; além do PMI de manufatura na França, Alemanha e na zona do euro, além das vendas de veículos no Japão.

 

(Com Reuters e Valor Econômico)

 

 

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

11 Comentários

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    1. Conforme programado:
      Santander? Profecia auto-realizadora é “fróid”, né não? Mais quente que informação privilegiada e telex fria…

      Olha que sou uma “mina de fé”. Acredito que o mercado é uma entidade que paira além do bem e do mal, em papai noel, em coelhinho da Páscoa e armas de destruição em massa no iraque do Saddam…

    2. Se acertou não sei, vamos

      Se acertou não sei, vamos aguardar depois da eleição, caso a Dilma seja eleita. Acho que tudo volta ao normal. De qualquer maneira, essa mulher mereceu ser demitida por incompetência e burrice, ao fazer terrorismo com os clientes do banco, induzindo-os a retirar o dinheiro das aplicações e comprar dólar. 

  1. Business, not as usual…

    Os poucos que controlam e especulam com o mercado financeiro, decieem perder no curtíssimo prazo para, talvez, ganharem em dobro no médio e no longo prazo. Essa atitude desses facínoras apenas mostra o quanto o povo brasileiro necessita do PT, de Dilma e de Lula. Se voltarem ao Poder, não ficará pedra sobre pedra… 

  2. Especulação

    Porque depois de 3 governos petistas, mais do que derrepente a bolsa oscila a sabor das pesquisas eleitorais?  Cai com a subida de Dilma e vice-versa.

    Ora, todos sabemos dos movimentos especulativos dos grandes investidores aproveitando de fatos importante mas que não tem nada a ver.

    Estes especuladores ou seus grupos, provocam a queda do valor de determinada ação, vendendo boas quandidades através de centenas de pequenas operações feitas por laranjas e, chegando ao valor desejado, compram em quantidades muito maiores (operação Urso), ou vice-versa (operação Touro, não por acaso a estátua simbolo da NYEC),

    Na minha opinião e isto que está acontecendo é hora de comprar, principalmente Petrobrás, e é isto que vou fazer com minhas parcas economias. 

    1. Você já deu a resposta

      Porque depois de 3 governos petistas, mais do que derrepente a bolsa oscila a sabor das pesquisas eleitorais?  Cai com a subida de Dilma e vice-versa.

      Ora, você já deu a resposta, é porque é a Dilma, e não o Lula.

      Curioso como as críticas ao mercado financeiro aparecem neste momento. Esse mesmo mercado financeiro nadou de braçada na reeleição do Lula. O momento atual não é fácil para a economia brasileira, e apostar em uma líder que diz que nos últimos quatro anos foi tudo maravilhoso (e não acho que ela pense estar mentindo) é simplesmente arriscado.

      Não vejo nenhuma forma de hostilidade do mercado financeiro como um todo em relação ao Lula no período 2004-2010, muito pelo contrário. A questão é que a política econômica atual é inconsistente, e a Presidente não dá indício de correção de rumo.

      PS: A Petrobrás vale a pena? Sem reajuste realista de tarifas? E se não precisa de reajuste maior (como afirma o Mercadante), então a empresa não é bem gerida? Por que esse endividamente monstruoso? Colega, neste momento tem que ter coragem para chegar na bolsa…

      1. Especulação II

        Na primeira eleição de Lula, a situação econômica estava muito pior – viemos de 3 quebras do Brasil, com nossas reservas muito baixas, a inflação crescendo, indústria sucateada e grande índice de desemprego e a Bolsa subiu…

        1. Você está parcialmente certo

          … a diferença é que o Lula teve a sabedoria de não mexer em nada e ser conservador até ter o domínio da situação, um ano depois. O problema atual (claro, na minha opinião) é que a nossa Presidente não apenas surpreendentemente não tem domínio da situação, como ainda se recusa a fazer qualquer correção de rumo, em um governo que, pelo menos na área econômica, apresentou resultados (na melhor das hipóteses) apenas regulares.

  3. Pequena dica de investimento

    A eleição definida em outubro seria uma tragédia (o mesmo vale para o Alckmin). No entanto, se houver segundo turno, com discussão aberta sobre as propostas da Presidente e da oposição, então não há problema, foi a escolha definitiva dos eleitores.

    Pode-se criticar a Dilma de tudo (e acreditem, eu faço isso), menos de não ser sincera a respeito do fato de que os próximos quatro anos serão iguaizinhos ao período 2011-2014. Ela não está enganado ninguém que acha que as correções de rumo pedidas pelo Nassif serão realizadas. Se a maioria quiser assim, que seja. Tá certo, a Marina e o Aécio são terrivelmente desanimadores também…

    Pequena dica de investimento, vejam a pesquisa das vésperas do segundo turno; se a Dilma for ganhar, invistam tudo em dólar !!!

    Agora, se a Marina ou o Aécio forem favoritos, invistam tudo em dólar !!! O sistema já era, colocar swap cambial agora para garantir cotação irrealista é empurrar com a barriga o inevitável.

    Os mais velhos já viram esse filme em 99 e em diversos momentos da história brasileira; acabou a festa, neste momento o Bacen só está comprometendo reservas futuras para garantir o interesse pessoal de quem está endividado em dólar.

    PS: o melhor seria uma explosão pré-Lula de 2003, que colocasse a casa em ordem, e o crescimento e aumento da arrecadação retornariam, sustentando as políticas sociais. Isso vai acontecer, mas sem controle em algum momento dos próximos 4 anos, e em 2018 o próximo Presidente conseguirá fazer algum progresso…

  4. Já dizia Alport em 1950…
    “Alguém profetiza um evento, e a expectativa do evento muda o comportamento de quem fez a profecia de tal modo que torna a profecia mais provável” (Rosenthal, 1966, pág. 196).

  5. isso comprova que os

    isso comprova que os especuladores internacionais

    obviamente querem é lucrar 

    e levsr nossas riquezas,

    pois

    querem tb a petrobrás privatizada,

    pelo que se deduz dessas oscialaçõs na bolsa.

    e a grande mídia que defende esses intreresse

    profetiza esses interesses e só colhe os ganhos profetizados.

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