Bolsa tem bom desempenho em fevereiro, mas instabilidade política afeta cenário de março

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Quadro de incerteza política e commodities devem ser os drives do mercado no mês

Jornal GGN – O mês de fevereiro foi favorável para a bolsa de valores, que interrompeu uma sequência de três meses consecutivos em baixa e fechou em alta puxada pelo anúncio de novas medidas de estimulo na China e especulações derivadas do isolamento político cada vez maior do governo. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou o mês aos 46.625 pontos, em alta de 5,91%, acumulando -1,28% no ano e -17,04% em 12 meses.

No exterior, os debates sobre o risco de deflação e o uso dos juros negativos voltaram ao radar, sobretudo na Europa, após a redução dos juros na Suécia que podem incentivar outros países na região. “O mercado de commodities continuou muito volátil em fevereiro e não deve ser muito diferente nos próximos meses diante das divergências de opiniões dos principais produtores do ouro negro”, diz a Ativa Corretora. “Nos Estados Unidos, a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen segue atenta à economia global para conduzir a política monetária do país, mas focou em direcionar as expectativas do mercado em um cenário de elevação gradual dos juros, apesar de ter sinalizado que vem monitorando o uso de juros negativos em outros países”.

Segundo os analistas da Socopa Corretora, o movimento de correção teve como pilares centrais o anúncio de novas medidas de estimulo na China e especulações derivadas do isolamento político cada vez maior do governo. Na China, o PBoC (Banco Popular da China, o Banco Central do país) cortou em 0,5 ponto percentual a taxa de compulsório dos bancos, com vistas a assegurar liquidez para o sistema financeiro do pais e amenizar a volatilidade dos preços dos ativos.

No segmento local, a Polícia Federal deflagrou a 23ª fase da operação Lava-Jato (denominada Acarajé), com foco no marqueteiro do PT e sua esposa, com forte aproximação de recursos escusos na campanha de Dilma e do ex-presidente Lula – o que motivou a oposição nas ações para voltar com o processo de impeachment e alimentou expectativas de mudanças na economia derivadas deste processo. “Olhando para frente, entendemos que a bolsa brasileira deve seguir pressionada, visto que, em termos de fundamentos, nada melhorou para a economia: a atividade não dá sinais de recuperação, a inflação segue persistente em patamares elevados e o desemprego continua evoluindo. Isto sem falar no rebaixamento do rating do país pela Moody’s e S&P no decorrer do mês de fevereiro”, dizem os analistas da Socopa.

Para março, os analistas do BB Investimentos acreditam que a insegurança no panorama externo deverá ser a tônica e ditar o rumo no mês. “Caso o Fed resolva subir os juros nos EUA, no próximo dia 17 de março, deverá ocorrer reprecificação de ativos, mas, mesmo que não aconteça a elevação, possivelmente, a incerteza ainda tenderá a envolver os posicionamentos dos agentes. Vale lembrar que houve maior consistência no avanço da economia norte-americana com melhorias recentes nos dados de crescimento, de emprego e de inflação. Também, ainda não se dissiparam os receios sobre a depreciação da moeda chinesa, fato que afetaria as demais economias pelo mundo e, sobremaneira, os países emergentes”.

Pressão sobre a bolsa deve afetar carteiras

A perspectiva de que o índice brasileiro seguirá pressionado, assim como aconteceu em fevereiro, também afetou os prognósticos de analistas ao compor suas carteiras para o período.

“Olhando para frente, entendemos que a bolsa brasileira deve seguir pressionada, visto que, em termos de fundamentos, nada melhorou para a economia: a atividade não dá sinais de recuperação, a inflação segue persistente em patamares elevados e o desemprego continua evoluindo. Isto sem falar no rebaixamento do rating do país pela Moody’s e S&P no decorrer do mês de fevereiro”, explicam os agentes da Socopa Corretora.

Diante disso, acompanhe as carteiras recomendadas de algumas corretoras para o período. Contudo, antes de definir seu posicionamento, converse com seu banco ou corretor de valores.

Socopa Corretora: Cielo ON (CIEL3), BB Seguridade ON (BBSE3), Itaú Unibanco PN (ITUB4), Suzano PNA (SUZB5) e Ambev ON (ABEV3).

Ativa Corretora: Equatorial ON (EQTL3), Suzano Papel PNA (SUZB5), RaiaDrogasil ON (RADL3), ItauUnibanco PN (ITUB4), Valid ON (VLID3), Ambev ON (ABEV3), Metal Leve ON (LEVE3), São Martinho ON (SMTO3), Sul América SA Unit (SULA11) e Petrobras PN (PETR4).

BB Investimentos: Bradesco PN (BBDC4), Cetip ON (CTIP3), Hypermarcas ON (HYPE3), ItauUnibanco PN (ITUB4), MRV ON (MRVE3), Multiplan ON (MULT3), RaiaDrogasil ON (RADL3), Sabesp ON (SBSP3) e Ultrapar ON (UGPA3).

Coinvalores: Bradesco PN (BBDC4), BRF ON (BRFS3), Cetip ON (CTIP3),  São Martinho ON (SMTO3), CPFL Energia ON (CPFE3), Embraer ON (EMBR3), ItauUnibanco PN (ITUB4), Klabin UNT (KLBN11), Minerva ON (BEEF3), RaiaDrogasil ON (RADL3), Smiles (SMLE3), Vale PNA (VALE5), Valid ON (VLID3) e WEG ON (WEGE3).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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