Brasil pode crescer 5% em 2012, diz secretário

Do Brasil Econômico

“Brasil cresce 5% em 2012 com inflação sob controle”

Eva Rodrigues 
 

O Brasil tem condições de crescer 5% em 2012, com a inflação convergindo para a faixa entre 4,5% e 5% no final do ano, afirmou o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.

“O mercado vê o nosso PIB potencial entre 4,5% e 5%, mas eu acho que é um pouco mais alto que isso. Então, o crescimento do ano que vem é perfeitamente compatível com o potencial produtivo da economia brasileira e não vai gerar pressão excessiva de inflação”, disse nesta sexta-feira (4/11).

Se houver alguma revisão na perspectiva de crescimento do próximo ano, explicou o secretário, ela se dará após o primeiro decreto de previsão orçamentária no mês de janeiro.

De qualquer modo, se não chegar a 5%, o nível de 4% de alta no PIB já está assegurado em função dos estímulos já adotados para 2012.

“A última estimativa do mercado é de 3,5%, que eu acho pessimista. O crescimento será no mínimo de 4% porque nós temos no ano que vem o aumento do salário mínimo, tem desonerações importantes como a do Supersimples, haverá a manutenção do superávit primário e não elevação como neste ano, ou seja, a manutenção do estado atual da política fiscal significa que não haverá novas restrições.”

Questionado sobre a viabilidade de cumprimento da meta cheia de superávit primário em 2012, Nelson Barbosa foi categórico: “sim, é viável. Com o próprio desempenho da economia brasileira, que vai continuar crescendo, nós vamos ter receita suficiente para cumprir os compromissos do governo e cumprir a meta cheia”.

Escopo do BC

Ao avaliar que o sistema de metas de inflação “tem sido eficiente no Brasil dentro de um escopo maior de política econômica”, Barbosa defendeu o projeto do senador petista Lindberg Farias, que inclui no escopo de preocupações do Banco Central a preocupação com crescimento e com emprego.

“O fato de se ter a preocupação com o crescimento não me parece necessariamente uma erosão ou comprometimento do sistema de metas de inflação.”

Para o secretário, o governo trabalha sempre no sentido de viabilizar o crescimento econômico, mas não há meta para a taxa de crescimento.

“E não me parece ser esse o espírito do projeto que o senador apresentou. É simplesmente explicitar que, dentro do rol de interesses e preocupações que devem ser levados em conta na administração da política monetária, estão o crescimento da economia e o emprego. Do ponto de vista do governo, essas preocupações sempre estiveram presentes, então não é uma grande inovação”, afirmou.

ICMS de importações

A guerra fiscal entre os portos de diferentes estados brasileiros, que diminuem o ICMS para facilitar a entrada de produtos importados, também foi criticada pelo secretário da Fazenda.

“Nós achamos que é preciso reduzir o ICMS interestadual sobre importações para diminuir o espaço para que se dê incentivos para os bens importados, o que se alinha à resolução de autoria do senador Romero Jucá que está no Congresso. O governo está empenhado em aprovar essa resolução o mais rápido possível porque essa é uma prática que tem efeitos sistêmicos e está prejudicando o Brasil como um todo.”

Luis Nassif

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