“Desafio é elevar a competitividade”, afirma Dilma na França

Do Valor

Em Paris, Dilma diz que quer reduzir custo da produção no Brasil

PARIS – A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira a uma plateia de empresários em Paris que seu governo tem se preocupado em reduzir o custo de produção, elevar a competitividade e resolver os gargalos de infraestrutura no país.

Como as questões macroeconômicas estão resolvidas, segundo ela, o desafio agora é elevar a competitividade do país.

“Temos dívida pública sob controle e austeridade fiscal, o juro caminha para um patamar internacional. O desafio é elevar a competitividade. E temos de aumentar a taxa de investimento no Brasil”, afirmou, na abertura do seminário “Brasil-França: desafios e oportunidades de uma parceria estratégica”, realizado pelo Mouvement des Entreprises de France (Medef).

A presidente citou em seu discurso os programas de concessões de transportes e enfatizou os futuros investimentos em ferrovias.

“Reduzir gargalos na infraestrutura é nó górdio que o Brasil tem que desatar”, afirmou, acrescentando que tais gargalos foram produzidos por vinte anos de austeridade.

Segundo ela, começa amanhã a licitação da tecnologia do trem de alta velocidade (TAV), o trem-bala que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. “Vamos estimular as ferrovias, o país é continental”, afirmou, dizendo aos empresários que o Brasil deve implantar 15 mil km de linhas férreas nos próximos anos, 5 km previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e mais 10 mil km em concessões.

Dilma reiterou a queda das taxas de juros no Brasil, que reduz o custo do capital para as empresas e também ajuda o câmbio. “Juro mais baixo e câmbio equilibrado evitam canibalização da indústria”, disse.

As políticas empreendidas até agora, afirmou, devem ajudar o país a reforçar as exportações de produtos manufaturados. “Não queremos ser só exportadores de commodities. Continuaremos a exportá-las, mas queremos ser também potência em manufaturas”, disse.

A presidente encerrou seu discurso dizendo que o Brasil é, no presente, o país do futuro. No decorrer de sua fala, ela já tinha citado que o Brasil era o país do futuro “que nunca chegava” e que essa condição tinha mudado.

Depois, ao responder perguntas de empresários sobre novos projetos de infraestrutura, Dilma falou sobre as medidas para os aeroportos, que devem ser anunciadas antes do Natal.

“Vamos licitar grandes aeroportos na mesma modelagem que já foi feita e recapacitar a Infraero”, disse, acrescentando que o governo pretende estimular os terminais regionais. “Pretendemos fazer 800 aeroportos regionais, ou mais”.

Dilma está na França desde segunda-feira, em sua primeira viagem oficial ao país como presidente da República.

(Alda do Amaral Rocha | Para o Valor)

Luis Nassif

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