Jornal GGN – A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central em manter a taxa básica de juros (Selic) em 11% já era esperada por praticamente todo o mercado, mas algumas instituições que representam o setor produtivo apontam outras alternativas além da política de juros para conter o ritmo da inflação, como uma atuação mais efetiva em termos de política fiscal.
Em nota, a diretoria Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) afirma que o “quadro econômico atual caracteriza-se por recuo das expectativas de crescimento, tanto em 2014 como em 2015, com desaceleração do consumo das famílias, da geração de empregos, da produção industrial e da confiança de empresários e consumidores”.
Mesmo com tais desdobramentos, a entidade diz que a dinâmica inflacionária “continua desafiadora”, em especial no que diz respeito à esperada descompressão dos preços administrados, e que a colaboração da política fiscal, com redução dos gastos públicos de natureza corrente, “é imprescindível para que a inflação arrefeça adiante, sem que sejam necessários ajustes adicionais na política monetária”.
Para a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a decisão de manter os juros seguiu a previsão feita pelos economistas da entidade, mas desagradou o setor produtivo varejista, uma vez que o ciclo de alta dos juros refletiu na queda das vendas do varejo. Em comunicado, os representantes das duas entidades dizem que, mesmo com a eventual manutenção da taxa Selic em 11% “pelo menos até o fim da campanha eleitoral”
Na visão do presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, manter a taxa básica de juros alta diante de um cenário de total desaceleração da economia “só evidencia o descompasso da política monetária com a atual realidade brasileira”.
Por outro lado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) diz que a manutenção da taxa Selic foi acertada e evita o aprofundamento dos obstáculos enfrentados pela economia brasileira. A avaliação foi feita nesta quarta-feira, 16 de julho, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Uma eventual alta dos juros, com majoração do custo de financiamento dos projetos de investimento industrial e do crédito ao consumo, agravaria as dificuldades da atividade produtiva”, observa a instituição.
Contudo, a CNI lembra que a recente aceleração na inflação, que levou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 6,52% no acumulado em 12 meses, é preocupante. Entretanto, os indicadores de produção mostram um cenário de atividade econômica desaquecida. A produção industrial, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), caiu pelo terceiro mês consecutivo em maio. A média das expectativas de mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que constam do Boletim Focus recuou para 1,05% em 2014.
Diante disso, destaca a CNI, as iniciativas para o controle da inflação devem recair sobre outros instrumentos que não a política monetária. “É crucial que a decisão de manter juros estáveis seja acompanhada de medidas fiscais menos expansionistas e de maior foco na manutenção dos investimentos públicos. Sem uma ação coordenada, corre-se o risco de um cenário ainda mais preocupante: crescimento próximo a zero e inflação acima da meta”, analisa a entidade.
Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP, Benjamin Steinbruch, diz a manutenção da taxa Selic nesse patamar mantém o risco da economia brasileira, que ingressa na recessão. “A confiança do empresariado não é uma simples questão de humor. Sua base é formada no crescimento das vendas, capacidade de produção, desempenho do mercado. Quando a demanda enfraquece e não se vê possibilidade de reversão no curto prazo, a confiança diminui e o investimento se retrai”, afirma Steinbruch.
“É preciso reduzir a taxa de juros para estimular a demanda da economia, os investimentos produtivos e recolocar o país na rota do otimismo. O Brasil precisa de uma política econômica que promova o crescimento, crie rendas e gere empregos”, conclui o presidente da Fiesp.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
O México e o Chile reduziram
O México e o Chile reduziram respectivamente suas taxas de juros para 4,5% e 3,75%a.a. Não dá para entender por quê o Brasil tem uma das maiores taxas de juros e uma dívida interna de R$ 2 trilhões!!, sendo que a inflação no país se dá na maioria das vezes por problemas climáticos, ou seja, não é inflação de demanda, mas inflação sazonal. Os juros reais são estratosféricos e quem ganha com isso, sem produzir nada, são os rentistas. Enquanto a educação, saúde, segurança, infraestrutura, saneamento são de baixíssimo nível no Brasil.
Temos discutir nesse blog a taxa selic, a eleição já está aí!
Quando o Brasil vai ser um País normal!
Porque o patamar da taxa selic é sempre alto !
Porque o terrorismo midiático da ameaça inflacionária sempre vence !
Porque mesmo sem crescimento econômico essa taxa não cai !
Minha impressão é que as margens de lucros aumentaram quando a taxa selic cai pra oito e meio por cento:
temos o pior dos mundos ,pois, sea taxa cair muitos empresários preferem aumentar suas margens,pressionando a inflação, e não a produção para compensar a diminuição dos lucros financeiros.