Indústria recua (-13,8%) em relação a janeiro de 2015

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Queda em bases anuais foi a mais intensa desde abril de 2009

Jornal GGN – A indústria brasileira registrou sua vigésima terceira taxa negativa consecutiva e caiu (-13,8%) em janeiro no comparativo com o visto em 2014, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A queda apurada foi a mais intensa desde abril de 2009, quando a retração foi de -14,1%.

Os dados apresentaram um perfil disseminado de resultados negativos, alcançando as quatro grandes categorias econômicas, 23 dos 26 ramos, 70 dos 79 grupos e 77,9% dos 805 produtos pesquisados – embora o mês de janeiro de 2016 (20 dias) tenha tido um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (21).

“Os sinais de redução no ritmo produtivo na indústria também ficam evidentes no confronto do último trimestre de 2015 (-11,9%) com o resultado do primeiro mês de 2016 (-13,8%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital (de -32,0% para -35,9%) e bens intermediários (de -9,7% para -11,9%) assinalaram as maiores reduções entre os dois períodos, com o primeiro permanecendo com a maior magnitude de perda; e o segundo intensificando o recuo por conta do aumento no ritmo de queda verificado no setor extrativo (de -7,4% para -16,8%)”, diz o IBGE. “Os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (de -6,3% para -7,2%) e de bens de consumo duráveis (de -27,9% para -28,2%) também mostraram perda de ritmo entre o último trimestre do ano passado e janeiro de 2016”.

Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 31,3%, e indústrias extrativas (-16,8%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de máquinas e equipamentos (-25,5%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-38,8%), de metalurgia (-15,3%), de produtos alimentícios (-5,8%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-23,0%), de produtos de minerais não-metálicos (-14,9%), de produtos de borracha e de material plástico (-14,4%), de produtos de metal (-16,1%), de bebidas (-11,2%), de outros equipamentos de transporte (-25,3%), de outros produtos químicos (-6,4%), de impressão e reprodução de gravações (-29,4%) e de produtos têxteis (-20,2%).

Por outro lado, ainda na comparação com janeiro de 2015, produtos do fumo (21,5%) e celulose, papel e produtos de papel (1%) foram as duas atividades que aumentaram a produção nesse mês.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital (-35,9%) e bens de consumo duráveis (-28,2%) assinalaram, em janeiro de 2016, as reduções mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de bens intermediários (-11,9%%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-7,2%) também mostraram resultados negativos nesse mês, mas ambos com recuos abaixo da média nacional (-13,8%).

O setor produtor de bens de capital recuou 35,9% no índice mensal de janeiro de 2016, assinalando assim sua vigésima terceira taxa negativa consecutiva, queda mais intensa desde o início da série histórica. O segmento foi influenciado pelos recuos em todos os seus grupamentos, com claro destaque para a redução de 37,6% de bens de capital para equipamentos de transporte. As demais taxas negativas foram em bens de capital para fins industriais (-15,2%), de uso misto (-40,3%), para construção (-58,2%), agrícola (-32,0%) e para energia elétrica (-23%).

O segmento de bens de consumo duráveis recuou 28,2%, vigésimo terceiro resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e mais intenso do que o verificado no mês anterior (-25,7%). Nesse mês, o setor foi particularmente pressionado pela menor fabricação de automóveis (-22,2%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (-42,1%) e da “linha branca” (-24,6%).

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, a produção de bens intermediários (-11,9%) assinalou a vigésima segunda taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde maio de 2009 (-12,7%), devido aos recuos apurados pelos produtos associados às atividades de indústrias extrativas (-16,8%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-27,4%), de metalurgia (-15,3%), de produtos de minerais não-metálicos (-14,9%), de produtos de borracha e de material plástico (-14,3%), de produtos alimentícios (-7,5%), de produtos de metal (-15,2%), de outros produtos químicos (-6,4%), de produtos têxteis (-21%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,9%) e de máquinas e equipamentos (-4,2%), enquanto a pressão positiva foi registrada por celulose, papel e produtos de papel (1,1%). Outros destaques ficaram com os grupamentos de insumos típicos para construção civil (-19,3%) e de embalagens (-9,6%).

A redução na produção de bens de consumo semi e não-duráveis (-7,2%) em janeiro foi a décima quinta taxa negativa consecutiva na comparação com igual mês do ano anterior e apontou queda mais intensa do que as verificadas nos meses de novembro (-5,5%) e dezembro (-5,2%). O desempenho nesse mês foi explicado pelos recuos observados nos grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-6,0%), de semiduráveis (-14%) e de não-duráveis (-9,1%). Por outro lado, o subsetor de carburantes (3,2%) apontou o único resultado positivo nessa categoria, impulsionado pela maior fabricação de gasolina automotiva e álcool etílico.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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