Mantega diz que compromissos econômicos serão mantidos

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou, há pouco, o compromisso de fortalecer os fundamentos da economia brasileira nos próximos quatro anos. Segundo ele, permanecem os compromissos de manter a inflação sob controle e a geração de empregos, com o mercado em expansão.
 
“É claro que, para manter os empregos, temos de manter os estímulos aos investimentos e fortalecer as empresas brasileiras, com a expansão do mercado de capitais. Temos que manter o sistema financeiro sólido, porque é ele que financia a expansão da economia e do consumo”, afirmou o ministro, em entrevista coletiva.
 
De acordo com o ministro, o Brasil tem um grande desafio para conseguir retomar o desenvolvimento ante a crise internacional. “Isso só será possível se houver grande mobilização com trabalhadores e empresários, junto com o governo, para entramos com o novo ciclo da economia brasileira”, disse ele.

 
Mantega mostrou-se satisfeito com com a vitória da presidenta Dilma Rousseff sobre o candidato do PSDB, Aécio Neves, no segundo turno da eleição presidencial. “Estou feliz com o resultado das eleições. Isso prova que a população está aprovando a política econômica”,afirmou. Ele reconheceu que as eleições provocam volatilidade, mas ressaltou que fatores externos têm influência. “Houve forte queda das commodities [produtos básicos com cotação internacional], e que a Bolsa de Valores foi afetada, mas, com o fim das eleições, esse cenário passa a amainar”, afirmou.
 
Durante as eleições, os pessimistas ficam mais pessimistas e os otimistas, mais otimistas, observou o ministro. “O Datafolha [instituto de pesquisas] verificou que os brasileiros estão ficando mais otimistas com a ecocomia. Além disso, teve a CNI [Confederação Nacional da Indústria], mostrando a melhora da expectativa do consumidor. A indústria de transformação também avançou, e isso mostra que a confiança tende a voltar. E, mais importante, a confiança do investidor externo voltou a melhorar. Portanto, os investidores externos, que olham para o médio e longo prazos, estão mais confiantes, poque eles estão colocando o dinheiro deles no Brasil. A economia voltou a crescer, e tudo indica que continuará a crescer no terceiro e quarto trimestres”, afirmou.
 
Perguntado sobre nomes para compor a equipe no segundo mandato de Dilma,  Mantega respondeu que essa pergunta tem que ser feita à presidenta. “Estou apresentando as políticas que devem ser adotadas, e é o que importa. Mencionei os passos que devem ser dados, mas não me cabe falar sobre os nomes”, enfatizou.
 
Reeleita ontem (26) para mais um mandato de quatro anos, Dilma anunciou, durante a campanha eleitoral, que, se fosse vitoriosa, faria um governo novo, com uma equipe nova. Candidata à reeleição por uma coligação de partidos liderada pelo PT, no segundo turno, Dilma ficou com 51,54% dos votos válidos, contra 48,36% de Aécio Neves, candidato de uma aliança de partidos que tinha à frente o PSDB.
 
Na entrevista coletiva, o ministro Guido Mantega destacou também que ainda há muita coisa a fazer até o fim deste ano para fortalecer a economia brasileira. Segundo ele, é preciso que todos se mobilizem para caminhar rumo ao fortalecimento da economia. Perguntado sobre novos estímulos a setores econômicos, disse que o período pós-eleitoral não é o momento adequado para anunciar tal tipo de medida. O ministro adiantou, porém, que as medidas estão sendo estudadas e serão tomadas, mas não agora.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

8 Comentários

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  1. A 1ª manifestação popular

    A 1ª manifestação popular poderia ocorrer após o anúncio da equipe de governo.

    Essa história de que a Dilma nomearia um banqueiro na Fazenda é invenção da mídia. Se for verdade é traição, depois de votar na Dilma apoiaria seu impeachment sem medo, pra continuar com essa gente seria melhor ter eleito o Aécio.

    Não há motivo de pânico na economia brasileira, o PT que não dê ouvidos aos profetas do apocalipse, Dólar acima R$ 2,40 é uma excelente notícia para a indústria e exportadores. 

    1. É PÉSSIMA PARA OS BANCOS

      O dólar, como hoje, a R$ 2,52 é uma notícia péssima para os bancos privados que devem externamente 160 bilhões de dólares ( dívida externa). Eles vão ter que cavocar muito dinheiro por aí para pagar seus credores externos, porque pagarão em dólares.

      E é por este motivo que fizeram esforço gigantesco para “ganhar” a eleição e tomarem conta do Banco Central.

      Com certeza, o dólar vai retrair, mediante esforço do governo, no sentido de fazer com que a desvalorização do dólar seja feita bem devagar e não, de repente, abruscamente, o que poderá levar os bancos à graves prejuízos, até eventuais falências. Algumas empresas privadas também devem em dólares, externamente, cerca de 40 bilhões de dólares.

      O governo federal, estaduais e municipais devem aproximadamente 80 bilhões de dólares.

      Para o governo é fácil porque temos reserva de 370 bilhões de dólares.

      Mas a dívida externa de uma País é a soma de todos. E é o País o responsável por ela.

      Há ainda filiais de multinacionais, com sede no exterior, devendo para as suas sedes mais ou menos 100 bilhões de dólares.

      Então, a desvalorização do dólar não pode ser feita afoitamente. Deve ser controlada, para evitar o caos financeiro no País. A dívida está escalona para vencer uma parte durante o exercício; no entanto, a maioria, felizmente, tem vencimentos fixados para muitos anos na frente. O controle, assim, é importante.

      Veja que a soma de toda a dívida externa, ou seja a do setor público ( que hoje deve muito pouco) e a do setor privado, infelizmente ultrapassa ao valor de nossas reservas ( contando é claro com a dívida das multinacionais às suas sedes). Por isto, temos que continuar a produzir, transformar a produção em dólares para poder enfrentar, diariamente, o pagamento de nossos compromissos externos, que, em grande parte, são negociados para pagamento à prazo.

      O governo tem feito seu papel muito bem. Controla a inflação e controla a moeda, que não pode, infelizmente, desvalorizar muito, pelas razões acima expostas.

       

       

      1. Nada ver. Os bancos captam em

        Nada ver. Os bancos captam em dolares e emprestam em Reais com clausula cambial, bancos não correm risco cambial em operações ativas. Em qualquer caso existe o swap cambial disponivel no BC para travar o cambio de saida.

      2. Concordo, a moeda vai parar

        Concordo, a moeda vai parar de subir quando os investidores caírem na real ao ver que o Brasil está em excelente condições.

        Não pode ser feita afoitamente, por outro lado com moeda mais desvalorizada a dívida píblica/interna desaba aumentando a capacidade de investimento governamental e as remessas das multinacionais para os exterior também, diminuindo a sangria das nossas contas externas.

  2. a maioria aprovou pelo  jeito

    a maioria aprovou pelo  jeito o mantega tb.

    ele quer serenar os animos pós-eleição.

    sairá, mas deixará um legado importante, 

    o da manutenção do pleno emprego

    e dos salários reajustados seguidamente.

     

  3. a eleição presidencial – lá

    a eleição presidencial – lá bem no fundo do inconsciente coletivo eletivo da nação – funcionou como se um referendum sobre a política econômica da presidenta dilma… e deu-se pelo voto crítico, no bolso do povo, que o povo assistido na fila da caixa, apesar de apertado nas contas a pagar na casa do norte e no boteco da esquina, referendou apoio positivo para tal política econômica “enxuga gelo desonerativo” reelegendo dilma a presidenta teimosa para mais 4 anos, ágora, com uma grande mudança programática de governo que será a de uma política econômica “enxuga gelo desonerativo da marca pragmático”.

    modos que, diante dos fatos políticos e sociais que tem absoluta prevalência sobre fatos da economia e do mercado, para efeitos criativos especiais de governabilidade e poder:

    – mantenha-se mantega na pasta da fazenda arcaica!

  4. http://www.planalto.gov.br/cc

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3088.htm

    METAS DE INFLAÇÃO E A TRAVA DO CRESCIMENTO –  O modelo de metas de inflação foi insitutido por um decreto presidencial em junho de 1999, durante o mandato de Arminio Fraga no Banco Central. Trata-se um modelo operacional que ENGESSA toda a politica economica do Pais em torno de uma unica variavel que passa a funcionar como regente de toda a economia sobrepondo-se a outras variaveis igualmente importantes.

    O instituidor do modelo foi Arminio Fraga, que tinha tomado posse no Banco Central tres meses antes. O modelo tira a flexibilidade de outras combinações que são fundamentais na condução da politica economica.

    Os EUA não usam o modelo de metas de inflação. Preferem dispor de flexibilidade para atingir objetivos NÃO QUANTIFICADOS que constam nos estatutos do Fed, que são dois : ESTABILIDADE MONETARIA E MAXIMO EMPREGO.

    O modelo de metas é operacionalmente ruim, ineficaz e reducionista, mais ainda, quando os numeros saem fora da meta

    por sucessivos periodos o modelo deixa de funcionar para o bem mas funciona para o mal, como bandeira negativa de toda a politica economica, não importa o que aconteça com outrosfatores, o modelo condena o Governo.

    É no seu conceito um modelo que faz pouco caso da inteligencia politica porque entrega o governo do pais a economistas,

    a meta passa a ser a grande arma que eles apontam contra o poder politico eleito, ao fim é um instrumento de poder.

     

    1. Matrizes vetoriais aleatórias

      Esta é a matemática que jogou no lixo as metas inflacionárias.

      Até que uma nova prova matemática que contradiga que metas de inflação são uma besteira rematada, elas continuarão onde estão, no lixo.

      Discussão encerrada.

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