Nelson Barbosa: Economia crescerá entre 4,5% e 5,5% no final do ano, sem risco inflacionário

02/06/2010


Nesta quarta-feira, durante o 10º Balanço do Programa de Aceleração do Crescimento, no Palácio do Itamaraty, o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, apresentou um panorama do quadro macroeconômico do Brasil no cenário pós-crise. Em 2009, o PIB recuou 0,2% em função da crise financeira global.

Barbosa revelou que a estimativa do governo para o primeiro trimestre de 2010 é de crescimento entre 7,5% e 8,5%, mas com uma moderação ao longo do ano.  Segundo Babosa, os cálculos do governo e do mercado indicam que no final do ano a economia estará crescendo a um ritmo entre 4,5% e 5,5%. 

“É exatamente o ritmo sustentável de crescimento, que não coloca em risco nem a estabilidade inflacionária, nem a estabilidade fiscal. E permite o desenvolvimento com expansão do crédito e do salário”.

Conforme o ministro interino, o que vem determinando a recuperação econômica é o mercado interno, com dois fatores preponderantes. Primeiro, informou, é a tendência de queda da taxa de desemprego, que está em 6,8% da População Economicamente Ativa (PEA)….

….Conforme Barbosa, no ano da crise os investimentos da União e das estatais, basicamente Petrobras e Eletrobras, adicionaram 0,6 ponto percentual ao PIB. “Em 2010, o investimento continua subindo, atingindo a soma de 3,2%, com a União e as estatais adicionando mais 0,2 ponto percentual”, acrescentou.

Ele observou que a continuação do PAC e dos programas de investimento federais foi vital para minimizar a queda da atividade no período mais agudo da crise. E que “agora será vital para promover o aumento da taxa de investimento e o crescimento sustentável”.

Barbosa comentou ainda sobre a importância do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), lançado em meados de 2009 para equalizar as taxas de juros para compra de bens de capital. 

“Naquele momento, a indústria de bens de capital era uma das mais afetadas pela crise. Havia um grande índice de capacidade ociosa e o governo, naquele momento, ao equalizar a taxa de juros, proporcionou em alguns casos uma taxa de juros real zero e em outros casos uma taxa de juro real bem atrativa”, lembrou o ministro interino.

Ele disse que desde o lançamento do PSI, o investimento no setor de bens de capital vem se recuperando e os desembolsos do BNDES mais do que duplicaram. “

Os pedidos de liberação da FINAME atingiram R$ 251 milhões em abril deste ano, contra R$ 60,5 milhões em julho de 2008, auge da crise”, lembrou….

….Na avaliação de Barbosa, o programa Minha Casa Minha Vida também foi iniciativa vital do governo para sustentar a recuperação da economia.

“Num ano de crise, sobretudo nos mercados mobiliários mundiais, no Brasil, o número de contratações de novas unidades quase dobrou, saindo de 312 mil em 2008 para 607 mil em 2009”, reforçou.

Inflação –

O ministro interino da Fazenda observou que o mercado questiona se o atual ritmo de recuperação da economia brasileira é sustentável, considerando os riscos inflacionários. “

No primeiro quadrimestre de 2009, a inflação foi de 1,72%, pelo IPCA, e em 2010 ela chegou a 2,65%, um aumento de 0,93 ponto percentual”, disse Barbosa. 

Ele esclareceu que a decomposição da inflação mostra que grande parte da aceleração ocorreu no quesito alimentos e bebidas. O aumento dos preços desses produtos foi decorrente, em grande parte, das chuvas do início do ano e não do aumento da demanda. 

Barbosa explicou ainda que outros itens que também tiveram aceleração foram submetidos a choques não relacionados com a demanda.

Lembrou que houve elevação dos preços dos produtos da linha branca, que voltaram a recolher o IPI e também foram retirados os incentivos tributários para automóveis.

“A inflação do primeiro quadrimestre não está relacionada com choque de demanda”, reforçou.

Barbosa alertou, no entanto, que apesar de não haver choque de demanda o governo está atento aos riscos inflacionários.

“Com a percepção de excesso de liquidez, o Banco Central está recompondo o compulsório aos níveis pré-crise, ou seja, 8% do PIB, ante 5% no período da crise”, disse o ministro.

….Sobre a taxa de juros, Barbosa lembrou que, antes da crise, a taxa de juros real no Brasil era de 9,2%, caiu para 4,8% no auge da crise e agora está em 6,2%….

 

Ele disse que a taxa não voltará a atingir o nível pré-crise. “Os juros reais vão variar entre 5% e 10% com tendência de queda. O Brasil pode caminhar para uma taxa de juros real inferior a 5% até 2014″, afirmou……

 

http://www.fazenda.gov.br/audio/2010/junho/a020610.asp

 


Redação

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