Novo regime automotivo afeta marcas francesas e japonesas

Do O Globo

Montadoras francesas e japonesas serão mais afetadas

Empresas têm parcela de importação alta. Novos projetos estão congelados

SÃO PAULO A fim de defender-se de ações de outros países por ter penalizado os importadores de veículos de marcas sem fábricas no país com a elevação do IPI e exigir índices de nacionalização para aliviar o peso desse tributo, práticas condenadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), o governo criou, no novo regime, regras chamadas de transição. E, em vez de índices de conteúdo local, agora as empresas pagarão menos IPI quanto mais etapas da produção tiverem aqui. Com isso, enquadrou tanto as montadoras que já produzem aqui quanto aquelas que pretendem se instalar no país.

Marcelo Cioffi, sócio da PricewaterhouseCoopers (PwC), lembra que as montadoras francesas (Renault e Peugeot-Citroën) e japonesas (Toyota e Honda) ainda têm índices elevados de componentes importados e, por isso, terão de ampliar as etapas de produção local em suas unidades.

– O novo regime automotivo direciona as empresas a cumprirem cada vez mais procedimentos produtivos locais para reaver o IPI adicional lá na frente. É um dinheiro relevante num mercado concorrido como o brasileiro – diz ele.

JAC confirmou fábrica

O Inovar Auto também traz incentivos para que novas marcas instalem fábricas no país. Estabelece, por exemplo, que as empresas que homologarem no Ministério do Desenvolvimento projetos no país possam importar 25% da capacidade que terão aqui sem o IPI adicional até que as unidades comecem a produzir.

Das quatro montadoras estrangeiras – JAC Motors, Jaguar-Land Rover, BMW e Towner – que haviam manifestado a intenção de abrir fábrica no Brasil antes da definição do novo regime automotivo, somente a chinesa JAC já confirmou o projeto. Além dessas, a Chery, também chinesa, já havia começado a construção de sua unidade em Jacareí, no interior de São Paulo.

A pedra fundamental da nova fábrica da JAC Motors Brasil será lançada em Camaçari (BA) no próximo mês. A unidade consumirá US$ 600 milhões em investimentos e terá capacidade de produção de 100 mil veículos por ano. A Habib, pelas novas regras, poderá importar sem o IPI adicional 25 mil carros por ano até a inauguração da fábrica, em 2014.

Jaguar-Land Rover e BMW no Brasil enviaram cópias do novo regime às suas matrizes, que irão analisá-los antes de definir a nova estratégia. Das duas, segundo uma fonte do setor, a BMW já teria decidido “ir em frente”. A chinesa Towner, que já havia até adquirido terreno em Linhares, no Espírito Santo, também está analisando o decreto.

Luis Nassif

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