O PIB a 7,5%

Do Estadão

Previsão para alta do PIB este ano já chega a 7,5%

Forte expansão da economia no primeiro semestre provoca revisão nas estimativas; se confirmado, será o melhor resultado do País desde 1985

Raquel Landim e Leandro Modé – O Estado de S.Paulo

Bancos e consultorias revisaram para cima suas estimativas para o desempenho da economia brasileira. Algumas projeções já apontam alta de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. Se confirmado, será o melhor resultado desde 1985 e um dos mais expressivos do mundo, superado apenas pelos países asiáticos. Dados recentes de produção industrial, varejo e emprego surpreenderam o mercado e provocaram a revisão das estimativas.

Uma das projeções mais altas é a do Itaú Unibanco, que anunciou ontem revisão da estimativa de 6,5% para 7,5%. O economista Aurélio Bicalho atribui o novo cálculo a alguns fatores, como a forte expansão da atividade econômica no primeiro trimestre, o crescimento mundial superior ao esperado (apesar dos problemas na Europa) e a manutenção de alguns estímulos fiscais, como o IPI menor para a compra de materiais de construção Por fim, Bicalho observa que o mercado de crédito tem se fortalecido. Segundo o Banco Central, os empréstimos cresceram 2,6% entre janeiro e março.

Na segunda-feira, o Bradesco elevou de 6,4% para 7% a projeção de crescimento do PIB em 2010. A MB Associados também reviu a estimativa para o PIB em decorrência do forte resultado das vendas do varejo. A previsão foi de 6% para 6,6%. “Posso dizer que esses 6,6% são apenas para começo de conversa”, afirmou o economista-chefe da consultoria, Sérgio Vale.

Na semana passada, o Santander Brasil elevou a projeção de crescimento do PIB para 2010 de 5,8% para 6,3%. “Fomos surpreendidos com a velocidade de expansão da economia no primeiro trimestre”, disse o economista-chefe do Santander, Alexandre Schwartsman. O JP Morgan foi o primeiro a apontar alta de 7% em 2010, ao rever a projeção anterior de 6,2% em meados de abril. “Nosso número é até conservador. O consenso é que está atrasado”, disse o economista Júlio Callegari. No último relatório Focus, do BC, a média do mercado apostava em 6,26%.

Os analistas acreditam que o “superaquecimento” da economia pode levar o BC a intensificar o aperto do juro básico (Selic). Já existem apostas em uma alta de 1 ponto porcentual da taxa na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No último encontro, o BC elevou a Selic em 0,75 ponto, para 9,5 % ao ano. “Mantido o ritmo atual da economia, é provável que o ciclo total de altas seja superior ao que esperávamos”, disse Vale, da MB Associados.

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as previsões de alta de 6,5% a 7% do PIB são “um pouco exageradas”. Em reunião com a CUT, ele previu crescimento de 5,5% a 6%. / COLABOROU ADRIANA FERNANDES, DE BRASÍLIA

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador