Os estaleiros nacionais

Diretor do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) no período em que se tentou estimular a indústria naval brasileira, Venilton Tadini vê poucas possibilidades da indústria renascer das cinzas, depois de ter sido desmantelada. Foi reconstituído o Fundo de Marinha Mercante (FMM), existem os financiamentos do BNDES. Mas há uma curva de aprendizado complexa para o setor deslanchar.

Além disso, a competição da Coréia, Japão e China é terrível. Este é um setor cíclico, sujeito a momentos de grande demanda, e outros de depressão. Na Coréia, além de subsidiar até a contratação de mão-de-obra, o governo cobre os prejuízos da indústria naval em períodos de baixa. Como competir, indaga Tadini, se aqui qualquer tentativa de ajuda setorial é visto como “mamar nas tetas do governo”?

Outro problema complicado é a falta de especialistas em logística e em engenharia naval. Há um enorme mercado a ser explorado na navegação de cabotagem (aquela que se restringe à costa) e uma enorme dificuldade em se conseguir especialistas. Em muitas empresas, o diretor de logística acabou sendo um funcionário que veio de outro departamento, e que tem que aprender no dia a dia.

Docas

O grande empecilho à modernização dos portos brasileiros continua sendo a Companhia Docas, uma herança do primeiro modelo portuário brasileiro, da década de 1860. Nos vários estados em que atua, as Docas são rifadas entre grupos políticos, pessoas sem conhecimento técnico e sem interesse em resultados, em um setor que, gradativamente, está se tornando uma verdadeira linha de automação industrial.

Luis Nassif

7 Comentários

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  1. Nassif,o seu comentário sobre
    Nassif,o seu comentário sobre as Docas estarem nas mãos de “pelegos”e/ou de grupos políticos sem conhecimento técnico,e sem interesse por resultados,pode ser transportado para 2/3 do empresariado nacional que acostumados com as benesses oficiais,que tinham,desde o governo militar,passando pelo governo do PSDB(8 longos anos)que travam o pleno desenvolvimento do nosso país.Claro que é muito mais fácil,culpar a China e a Índia,pela invasão do nosso mercado interno,com produtos baratos,que mudar a atitude secular,e partir para “luta”usando as mesmas armas daqueles tigres asiáticos.Hoje,apesar da ainda alta taxa Selic,o crédito é abundante,falta entretanto coragem para contrata-lo;Há dinheiro sobrando,nas mãos de investidores ávidos por boas ideias,e bons negócios,senão vejam que dos 20 bilhões de dólares previstos para entrar no Brsil este ano,apenas 6 bi,destina-se ao mercado de capitais(portanto volátil)o restante,está à procura de aplicações na produção e no longo prazo,visto que hoje temos a confiança do mercado financeiro.Aproveito para responder ao leitor Idaulo J.CUNHA,e ao Adnan El Kadri,que planejamento estratégico,visão moderna,desenvolvimento de novas técnicas e de tecnologia avançada,alem de ousadia,são atributos esperados do novo empresário,isso não tem que partir necessariamente dos órgãos públicos.Esses tem como missão,respaldar a iniciativa privada,e fomentar recursos e segurança àqueles que acreditarem no país,e que trabalhem para atingir seus objetivos.As condições para o pleno desenvolvimento,estão criadas,são elas:Crédito fácil e barato,via BNDES;Marcos regulatórios adequados;Moralização,quanto a punição dos corruptores do jôgo democrático;Compromisso de aumentar nossos negócios com o mundo globalizado;Flexibilidade nas relações com o” capital “,sem perder a ternura e o respeito ao “trabalho” Se com toda esta “choradeira”que hoje vemos,a previsão mais pessimista doa FIESP(deu na Folha,hoje)é um crescimento da produção industrial de 4,23%,e um crescimento do PIB,de 4,2% para este mes,o que precisamos é acreditar nas nossa forças,e “trabalhar”

  2. No link BLOG,de ontem,o
    No link BLOG,de ontem,o leitor Douglas,lembra-nos de uma coisa, que no momento,passa quase despercebida,aos olhos dos que vêem apenas o crescimento “descomunal”da China,e esquecem-se do alto preço que eles pagarão(e já estão começando a pagar)pela falta de coerencia,entre o progresso a qualquer preço,e as desigualdades sociais,consequencia disto,que são vistas a olho nú,na sua sociedade.Lembra-nos, aquele companheiro,que tambem no Brasil dos militares(sai de retro satanás!)tivemos por um certo período,um crescimento suntuoso,que logo que deixou de ser camuflado,deixou-nos uma ferida,custosa de ser curada,pois aquele crescimento,era direcionado a “poucos”como acredito que tambem é o que acontece na China,e que com o tempo,poderá “explodir”quando seus habitantes,aqueles que não estão compartilhando do progresso,e sim sendo utilizados para tal,sem a justa remuneração,resolverem cobrar a sua parte.O que você pensa a respeito,meu caro Nassif ?

  3. Nassif,
    leia a entrevista com
    Nassif,
    leia a entrevista com o Pedro Brito ontem na Folha

    http://www1.folha.uol.com.br/
    fsp/opiniao/fz0206200709.htm

    Para secretário, “Docas terão de ser lucrativas

    FOLHA – Quantos cargos de nomeação política existem nos portos?
    BRITO – Todos os cargos de direção são de nomeação política. A determinação do presidente Lula é que isso acabe e que tenhamos nomeações técnicas.

  4. Excelentes ensinamentos
    Excelentes ensinamentos feitos pelo Venilton Tardini.
    A ” curva de aprendizado” labora contra a improvização neste segmento de obras navais e
    o Brasil só poderá concorrer adotando estratégia de preços baixos, a partir da hipótese de que tem menores custos de produção.
    Saliente-se que a entrega das embarcações não extingue a relação com o armador, pois há um longo período de garantia das obras.
    Tanto empresários, como executivos, técnicos e operários precisam ser especializados.
    Acrescento que um dos problemas da baixa eficiência dos portos é o dosistema medieval de estriva- conferente, estivador, “bagrinho” ou subcontratado informal.
    Parabens,

    Idaulo

    Idaulo J. Cunha

  5. NASSIF, bom dia.

    Sou formado
    NASSIF, bom dia.

    Sou formado em Logística, e realmente um dos grandes comentários que ouvi durante minha graduação foi sem dúvida à modernização de nossos portos, em que se comparado com países como Alemanha, Holanda, entre outros perdemos longe, e nossa costa marítima é uma das maiores do mundo.

    A produção está aumentando, nossa exportação crescendo a cada dia, e a grande pergunta é: “Até que ponto nossos portos conseguirá escoar nossa produção?” Não tenha dúvida, que o Brasil precisa urgente de uma política de modernização de seus portos, e não de uma politicagem.

    No Vale do Paraíba, mas precisamente em São José dos Campos há um projeto para modernizar a logística de todo o Vale, transformando o aeroporto de São José em um pool de empresas, duplicação da rodovia dos Tamoios, facilitando o transporte até o porto de São Sebastião, que já foi feita algumas melhorias. Tal projeto, porém não sai do papel, pois envolve a aeronáutica, governo estadual e municipal, e mais uma vez a política sobressai sobre a modernização.

    Abraços.

  6. NASSIF, bom dia.

    Sou formado
    NASSIF, bom dia.

    Sou formado em Logística, e realmente um dos grandes comentários que ouvi durante minha graduação foi sem dúvida à modernização de nossos portos, em que se comparado com países como Alemanha, Holanda, entre outros perdemos longe, e nossa costa marítima é uma das maiores do mundo.

    A produção está aumentando, nossa exportação crescendo a cada dia, e a grande pergunta é: “Até que ponto nossos portos conseguirá escoar nossa produção?” Não tenha dúvida, que o Brasil precisa urgente de uma política de modernização de seus portos, e não de uma politicagem.

    No Vale do Paraíba, mas precisamente em São José dos Campos há um projeto para modernizar a logística de todo o Vale, transformando o aeroporto de São José em um pool de empresas, duplicação da rodovia dos Tamoios, facilitando o transporte até o porto de São Sebastião, que já foi feita algumas melhorias. Tal projeto, porém não sai do papel, pois envolve a aeronáutica, governo estadual e municipal, e mais uma vez a política sobressai sobre a modernização.

    Abraços.

  7. Boa noite Nassif

    Grande
    Boa noite Nassif

    Grande verdade! Infelizmente não será este governinho de m… que terá a visão, a capacidade ou a vontade de empreender as reformas que nosso país precisa. Não com o inchaço da máquina, endividamento
    carga tributária, burocracia, etc,,,, E ainda tem infeliz aqui que acredita (ou está ganhando algum com isso)

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