Quadro político segue como fator de risco para a bolsa em agosto

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O mês de julho apresentou diversas complicações para os mercados de risco como um todo. No cenário externo, os dados de atividade econômica mostraram um quadro de desaceleração da economia da China e recuperação da Europa e Estados Unidos, com riscos dos juros norte-americanos subirem em setembro.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) recuou 4,17% em julho, fechando em 50.864 pontos, acumulando alta de 1,72% no ano e de 8,89% em 12 meses. No segmento doméstico, os destaques ficaram por conta da revisão da meta do superávit primário, aumento da Selic para 14,25% e revisão da perspectiva da classificação de risco do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P), de estável para negativa.

“A economia brasileira continuou apresentando indicadores fracos durante o mês de julho, com atividade em queda, inflação ainda em alta e as previsões agora apontando para uma recessão também em 2016. A crise política se intensificou após a ida de Eduardo Cunha para a oposição, o que deve dificultar ainda mais a vida do governo no Congresso, enquanto o ajuste fiscal fica cada vez mais longe com a redução da meta do primário para os próximos anos”, explicam os agentes da Ativa Corretora.

Para os analistas, tudo indica que o mês de agosto será movido pela incerteza. “Quanto a nós, teremos o fim do recesso parlamentar e, bem da verdade, não esta claro se o Congresso será sensível ao recado da S&P ou se teremos novos embates, seguindo a dissidência do presidente da Câmara dos Deputados. Os dados macro também não devem ser animadores (…)”, dizem os analistas da corretora Concórdia, em relatório. “Não podemos nos esquecer ainda que outras agências podem se manifestar sobre o rating do país e, dessa vez, o mais provável, é que a alteração não seja na perspectiva, que já é negativa pela Fitch e Moody’s. Adicionalmente, teremos continuidade da safra de balanços corporativos relativos ao segundo trimestre de 2015”.

No setor externo, os analistas do BB Investimentos acreditam que os investidores irão monitorar as declarações de membros do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) em relação a uma possível elevação de juros em setembro próximo, mas, parte dos agentes pensa que o órgão poderá postergar esta decisão para mais tarde este ano. Acompanhar as considerações efetuadas sobre os indicadores norte-americanos que serão divulgados ao longo do mês. Além disso, a trajetória do crescimento da China devera ser levada em conta pelo mercado, o que pode abrir espaço para alguma recuperação do Ibovespa.

Veja algumas carteiras recomendadas para o mês

Por conta do quadro de instabilidade, o posicionamento mais cauteloso quanto às suas carteiras tem sido mais comum. “Ainda que a bolsa tenha caído forte no último mês, as expectativas de retorno futuro para grande número dos ativos listados em bolsa ainda não são suficientemente elevadas para compensar os riscos associados a estes cases. Com isso, seguimos mantendo preferência por empresas com baixa alavancagem (…) e capazes de continuar entregando bons números”, explica a equipe de análise da Socopa Corretora.

Confira abaixo algumas recomendações. Antes de fechar sua estratégia, converse com seu banco ou corretora de valores para traçar um plano de acordo com seu perfil de investimentos.

Socopa: BRF ON (BRFS3), Cielo (CIEL3), Equatorial (EQTL3), Cosan (CSAN3), Suzano (SUZB5) e Ecorodovias (ECOR3).

BB Investimentos: BRF ON (BRFS3), AES Tietê (GETI4), Hypermarcas ON (HYPE3), Itauunibanco PN (ITUB4), Petrobras PN (PETR4), Pão de Açúcar (PCAR4), RaiaDrogasil ON (RADL3), Smiles ON (SMLE3), Suzano PNA (SUZB5), Ultrapar ON (UGPA3), Valid ON (VLID3) e WEG ON (WEGE3).

Ativa: RaiaDrogasil ON (RADL3), Equatorial ON (EQTL3), Suzano Papel PNA (SUZB5), ItauUnibanco PN (ITUB4), Valid ON (VLID3), BB Seguridade ON (BBSE3), Ambev ON (ABEV3), BRF ON (BRFS3), Cielo ON (CIEL3) e Petrobras PN (PETR4)

Concórdia: Banco do Brasil ON (BBAS3), Taesa (TAEE11), Telefônica Brasil (VIVT4), AES Tietê PN (GETI4), CPFL Energia ON (CPFE3), Suzano Papel PNA (SUZB5), Alpargatas PN (ALPA4), JBS ON (JBSS3), Cosan ON (CSAN3), Embraer ON (EMBR3), Cielo ON (CIEL3), Klabin (KLBN11), ItauUnibanco PN (ITUB4) e Pão de Açúcar PN (PCAR4).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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