O poder de compra do salário mínimo pago no Brasil perdeu força desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff, com o ganho real ficando abaixo da inflação em pelo menos três dos últimos sete anos.
Desta forma, o piso salarial nacional – que tinha acumulado um ganho real de 77% até 2016 – praticamente não saiu do lugar: em sete anos, o reajuste salarial foi de 47,94%, para uma inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 44,66%, gerou um ganho real ao trabalhador de apenas 2,27%.
Assim, os trabalhadores com renda próxima ao valor do salário mínimo foram os mais afetados pela queda do poder de compra.
“A inflação vem acumulando alta em 12 meses, desde o segundo semestre de 2020, como resultado basicamente da elevação dos preços de três grupos de itens que compõem os orçamentos familiares: alimentação e bebidas, transportes e habitação”, destaca o Dieese, em levantamento que analisa o histórico recente do salário mínimo.
Em 1º de janeiro, o salário mínimo brasileiro passou a ser de R$ 1.302,00, um reajuste de 7,42% – considerando o INPC acumulado de 5,93% no ano passado, o ganho real para o trabalhador foi de 1,41%.
“Nada mais justo e correto que fossem compensados com algum ganho real de salário (via aumento real do salário mínimo) para enfrentar 2023, mas o aumento de 1,41% é insuficiente para colocar o piso salarial nacional em rota de recuperação, como ocorria até 2016”, destaca a instituição.
Confira abaixo a íntegra do relatório técnico elaborado pelo Dieese sobre a evolução do salário mínimo.
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