Sem título

Enviado por: Ruben

Reagan tinha talvez uma qualidade única: conseguia sintetizar a aparente complexidade do mundo numa afrontosa simplicidade, e muitas vezes verdadeira… Resumiu-se no seguinte: os EUA tinham a obrigação moral de exercer a soberania do sua situação imperial. No âmbito da economia, tinha que viabilizar sua vocação exploratória. No âmbito militar tinha que impor sua hegemonia. No âmbito da política tinha que demarcar uma frente unívoca. No âmbito da política externa tinha que impor sua ideologia. Simples assim, e muito efetivo. Lembro-me de uma entrevista em meados dos anos 80 com o Braudel no fim da vida. Perguntado sobre se a situação corrente, de aparente anemia dos EUA, consistia em uma refutação na sua abordagem centro-periferia da história e da economia. A resposta foi brilhante: sou velho, tenho paciência, o tempo passará rapidamente, e a hegemonia do centro será reestabelecida; o mundo ainda gira em torno de NY e Washington, não em torno de Frankfurt ou Tóquio. Dito e feito… em 1989 de cada 100000 economistas 99999 diriam que o futuro estaria na Alemanha e sobretudo no Japão. A pouca propensão à poupança americana impunha-lhe uma fraqueza intransponível…. Um em cem mil diagnosticou corretamente: a fraqueza era justamente a força. Reagan sem dúvida eram um destes.

Por aqui, ainda que o Nassif não concorde, o Lulão também tem uma visão simplificadora da realidade: é necessário re-colocar o pobre na vida econômica, social e política. No âmbito econômico, é necessário dar renda e crédito. No âmbito político é necessário criar a auto-estima. No âmbito militar é necessário unir a América Latina (o novo centro energético dos EUA?). No âmbito diplomático, é necessário impor os termos nações em desenvolvimento. Posso ser um entre cem mil, ou posso ser um idiota completo, mas tô com Lulão até o fim… todo o resto, é perda de foco: discutir o câmbio e a industrialização, discutir os padrões éticos da política, discutir a ascensão e Chaves e sua influência na América Latina, discutir a efetividade dos acordos multi-laterais e por ai vai! Perde-se a realidade simplificadora: perde-se a intuição do Estadista. Se os EUA tem a vocação Imperial do centro, o Brasil tem a vocação colonial da periferia: cabe definir os termos de troca, que não são pautados por relações t ão assimétricas como se costuma pensar.

Ruben

Enviado por: arkx

“é necessário re-colocar o pobre na vida econômica, social e política. No âmbito econômico, é necessário dar renda e crédito.”
simples? simples, não!

só que para termos desenvolvimento com inclusão social o FOCO passa pela macroeconomia: juros e câmbio.

para desenvolver o país o Bolsa Família, e mesmo o PAC, são insuficientes.

é preciso planejamento estratégico, com alterações nas políticas monetária, cambial e fiscal.

então, cabe a colocação do Nassif sobre o Estadista.

quem move a História? os homens ou suas circunstâncias?

ou há uma profunda e inseparável relação entre os homens e suas circunstâncias?

Lula ainda tem a iniciativa em suas mãos. a mudança da matriz energética mundial traz uma rara oportunidade.

produção de etanol pode ser descentralizada. micro-usina também outras fontes podem ser utilizadas. vide palmeiras.

as circunstâncias estão dadas. falta o homem se entregar para elas.

para Lula, o chamado da História é inequívoco e não contemporiza com recusas ou meias -medidas.

numa das encruzilhadas de seu destino, o Brasil se exaspera para que alguém o decifre, antes que sejamos todos devorados.

Luis Nassif

29 Comentários

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  1. Ruben,

    Não concordo com
    Ruben,

    Não concordo com algumas das suas posições , mas pelo menos o seu comentario é original .
    Bem longe dos cliches que se ve por ai , postados por papagaios que ouviram o galo cantar e não sabem aonde.
    Parabens e abs,

  2. Não, não estou com o lulão
    Não, não estou com o lulão até o fim. O país não é composto só de pobres, em termos de dinheiro e de espírito. Não se pode radicalizar ou adotar um comportamento dito reducionista.
    O país tem uma camada de pobres, de operários e funcionários, de diversos estratos da classe média, de meio-ricos, de ricos e de milionários.
    De outro lado, o país não pode fugir da realidade: vive-se uma fase de globalização dos mercados, da produção e do conhecimento.
    Páis com futuro é o que além da erradicação da pobreza, constroi o seu futuro, com projeto de Nação e não de partido político.
    Foi-se a época das economias enclausuradas e operando como se fosse autárquica. A China é um exemplo paradigmático: adotou o capitalismo seguindo trajetória gradualista e experimental. Hoje figura ao lado dos E.U.A. como civilização expoente da humanidade.
    Precisamos de sim de políticas verdadeiras que cubram as principais esferas da estrutura econômica e dos interesses geopolíticos do Brasil.
    Meu contraditório não impede de reconhecer a capacidade de exposição de idéias do missivista, pelo contrário, Heron é um habil esgrimista do verbo.
    Abraços,
    Idaulo

  3. “é necessário re-colocar o
    “é necessário re-colocar o pobre na vida econômica, social e política. No âmbito econômico, é necessário dar renda e crédito.”

    simples? semples, não!

    só que para temros desenvolvimento com inclusão social o FOCO passa pela macroeconomia: juors e câmbio.

    para desenvolver o país o Bolsa Família, e mesmo o PAC, são insuficientes.

    é preciso planejamento estratégico, com alterações nas políticas monetária, cambial e fiscal.

    então, cabe a colocação do Nassfi sobre o Estadista.

    quem move a História? os homens ou suas circunstâncias?

    ou há uma profunda e inseparável relação entre os homens e suas circunstâncias?

    Lula ainda tem a iniciaiva em suas mãos. a mudança da matriz energética mundial traz uma rara oportunidade.

    produção de etanol pode ser descentralizada. micro-usinal. também outras fontes podem ser utilizadas. vide palmeiras.

    as circunstâncias estão dadas. falta o homem se entregar para elas.

    para Lula, o chamado da História é inequívoco e não contemporiza com recusas ou meias -medidas.

    numa das encruzilhadas de seu destinp, o Brasil se exaspera para que alguém o decifre, antes que sejamos todos devorados.

  4. …é necessário re-colocar o
    …é necessário re-colocar o pobre na vida econômica, social e política.

    Ruben, parabéns pela visão.
    Este é o centro do alvo que deve ser mirado. Todos os outros benefícios potenciais adjacentes, virão por consequencia natural. Sem artificialismos. Como você disse, é só focar o tão simples e visível.

  5. Caro Ruben,
    o seu Lulão é tão
    Caro Ruben,
    o seu Lulão é tão a favor da simplicidade, que não faz absolutamente nada. Conta simplesmente c/ a sorte em tudo que faz e, esta, tem-lhe sorrido constantemente.
    Que continue, ao menos, abençoado pela sorte.

  6. Ruben,
    se você for um idiota,
    Ruben,
    se você for um idiota, então somos dois. Seu texto foi simples, porém, objetivo e, por isso, eficiente, como deve ser a vida. Somente 1 em cada 100.000 entendem isso.

  7. O texto é bom; eu também “tô
    O texto é bom; eu também “tô com Lulão até o fim”; mas não sei se concordo com todas as idéias do Ruben. Pensarei no assunto.
    Abraços.

  8. caro nassif!!

    quero ver o
    caro nassif!!

    quero ver o amigo do “lulão” ai , conseguir tudo isso que ele falou , depois que nosso setor produtivo/tecnológico tiver ido pras cucuias , né bunitão!!!? mais um que cerca o analfabeto!

  9. Não sei se eram estes os
    Não sei se eram estes os objetivos de Reagan, mas vamos supor que sim e que tenham sido alcançados. Tendo um objetivo, a potência deve ter utilizado ferramentas corretas e pessoas preparadas. É plausível atingir metas sendo uma potência, tendo raciocínios simples e objetivos claros.
    Não sei se os objetivos de Lula são os descritos, mas vamos supor que sejam.
    Não foi explicado o conceito de renda e crédito utilizados. Não diz se a relação é feita com outros períodos históricos do Brasil ou a atual renda e crédito de outros países. Ou o referencial é o lucro atual das instituições financeiras e o auxílio a quem recebe bolsa-família?
    E quanto a recolocar o pobre na vida social política e econômica. Quando? Só sei dos escravos negros nas novelas da Globo vendendo saúde enquanto as protagonistas brancas, belas e ricas sofriam de amor. Pára.
    E a liderança na América do Sul. Então casamos com a noiva de papel passado. Mas pergunto, quem vende os produtos pra eles, não são os chineses, norte-americanos, europeus. Ela dorme com os vizinhos, não com o líder. E câmbio não é importante, então digo que é ruim este raciocínio simplista, porque seremos líderes, mas cornos para sempre.
    Há uma grande diferença entre raciocínios simples, claros, que fazem parte de um todo e se complementam para atingir um objetivo estratégico e visões simplificadoras, sem um olho no futuro, desconectados entre si para justificar que tudo continue como está. Estas visões dependem de raciocínios simplistas que mudam a cada momento, deviam até criar um fashion-economia a cada quatro meses, um no Rio e um em São Paulo.
    Exemplo de raciocínio simplista em moda, baseado numa meia-verdade momentânea: dólar baixo é bom para o consumo do trabalhador e para o investimento das empresas. É uma moeda de um lado só.

  10. Simplificar é uma necessidade
    Simplificar é uma necessidade da comunicação, não do entendimento de qualquer situação, sempre complexa e única.

    Pra que visão de mundo mais simples que a do Bush Jr.?

    A crítica Michiko Kakutani, do New York Times (All the President’s Books, de 11 de maio de 2006), resenhou uma enxurrada (floodlet) de livros para traçar um perfil de um Bush que confunde a necessária simplicidade da linguagem com um desconcertante simplismo na sua visão de mundo:

    Literalmente: … an appetite for big, visionary ideas, imposed from the top down; an eagerness to centralize decision making in the executive branch; and a tendency to shrug off the advice of experts, be they military experts, intelligence experts or economic experts.

    A diferença é que Reagan, um especialista em comunicação, nunca deixou de ouvir os especialistas nos complexos assuntos do mundo…

    Será que Bush Sr. deixou de derrubar Saddam (o que sempre pareceu incompreensível para o cidadão que vê o mundo pelos olhos dos telejornais) por falta de cojones, de capacidade de entender esse mundo incrivelmente simples do Ruben?

    De qualquer forma, o post traz dois ótimos textos. Só queria entender porque não são assinados pelos nomes completos dos colaboradores.

  11. A visão estratégica do Lula
    A visão estratégica do Lula está correta, errada é a visão macroeconomica, pois parafraseando Mino Carta até o mundo mineral sabe que precisamos urgentemente de duas coisas:
    1) juros( Selic e os outros) o mais baixo possivel, inferior a 10 %aa pois crescimento só é possivel com dinheiro barato.
    2)o cambio não pode matar continuadamente todos os nossos ganhos de produtividade, e ele deve ser o mais estável possivel com pequenas variações ao longo do tempo. Hoje em nosso atual estágio de desenvolvimento ele não poderia estar inferior a R$2,30.
    O diabo é convencer o Lula a trocar os mercadistas do BC por economistas de renome, sem isto o problema continuará até a vaca ir para o brejo.
    Paulo Guzzo

  12. Não concordo com quase
    Não concordo com quase nada

    Reagan assim como nos filmes P&B de faroeste via o mundo em 2 tons, assim como o americano típico.
    Ruben trocou a causa pela consequência, Reagan é um produto do american way e não a causa.

    Reagan não passa de um mero coadjuvante da guerra fria, ator de segunda.
    Foi excelente opçaõ do americano, pois Reagan possuía a certeza que só os estúpidos têm. Bush Jr. é outro deles.
    “Às vezes é inteligente ser burro”, e essa foi a opção do americano, um cowboy com cara feia pra lutar contra os comunistas e agora contra os terroristas
    Reagan não é um estadista, é um cowboy tosco
    Lula muito menos, é um ex-operário analfabeto

    Mas o texto tem uma, não duas, grandes qualidades.
    O estúpido realmente acabou sendo a melhor opção aqui e lá, contra todas as previsões inteligentes. E a segunda grande qualidade é que o texto é muuuito divertido, não concordei com quase nada, mas ADOREI discordar.

  13. Rubem,não se acanhe, você é
    Rubem,não se acanhe, você é ” apenas ”
    1 entre 60 milhões de “lulosos”.
    Regan, foi uma versão “americana”, do Eurocentrismo ,do século XIX.Com os mesmos vícios e arrogância. Penso, que ,julgava-se ,todo o tempo,participando de uma gigantesca super-produção,o qual lhe cabia o principal papel.

  14. É a simplificação da
    É a simplificação da simplificação. A retórica bastando-se por si mesma.
    Conversa de “bacharel”.
    Mas já tem boi dormindo.

  15. Alguns comentários.

    Às
    Alguns comentários.

    Às vezes é simples assim, sim. Pode-se gostar ou não do Regan, mas não se pode deixar de admirar o feito dos Estados Unidos nestes últimos 25 anos, e de constatar que o que aconteceu deve-se, primariamente, a este sujeito. Foram 25 anos que vão entrar para a história da humanidade: o mundo se tornou outro. O protagonista deste evento não foi a Russia, não foi a Europa, não foi o Japão, não foi a China e muito menos a América Latina: o protagonista foram os EUA. Que se concenda-lhe o devido mérito.

    Houve algumas transformações muito profundas na socidade Brasileira nestes últimos anos. Se Lula é a causa ou não, se é a motivação ou não, não resta dúvidas de que é o protagonista. De repente os pobres desta nação encontraram em si alguma dignidade que há muito haviam esquecido. A vida melhorou? Muito pouco! Mas deu-se uma tamanha transformação da psicologia social que terá impactos profundos na sociedade Brasileira por décadas. O pobre foi descoberto ator político e econômico central. A interpretação do resultado das eleições de 2006 é ineqüívoca: o pobre se tornou realidade política. Votou pensando em si próprio, no seu favorecimento, e descobriu-se dententor de um poder real. Mais do que isso, tornou-se agente economico ativo: o crédito, e enfatizo que não estou julgando seu mérito, o Bolsa-Família e, acima de tudo, o salário mínimo de 200 dólares criou uma legião de consumidores. De repente o capital, que por décados flertou com o consumidor de classe média, percebe o potencial do pobre-consumidor. A classe média, agora órfã enquanto agente político e econômico principal, dá chilique… Detentor de poder político e econômico, o pobre cedo ou tarde tornar-se-á também poder social: talvez não seja na novela da globo, e se não for, pode ter certeza de que a novela da globo perderá seu status!

    Câmbio, juro e impostos, são fatores conjunturais, não estruturais. Podem ter implicações duradouras, mas a menos de contribuições de segunda ordem de grandeza, são definidos estruturalmente: o que define o câmbio e os juros é em última análise os termos de troca, a produtividade do trabalho, a propensão ao consumo e o retorno sobre o capital. O define os impostos é uma certa re-partilha social, que é moldada e re-moldada numa longa duração. Os fatores estruturais são dois: se a conta de capitais do Brasil permanecerá aberta e se o Estado será co-autor de uma re-estruturação da infra-estrutura. A dinamica do capitalismo faz o resto. A mobilidade do capital certamente equalizará o retorno sobre o capital brasileiro ao retorno sobre o capital internacional. Os juros, as margens de lucro, vão cair não por vontade ou não do Banco Central, mas por imposição do Capital. Findo o processo, você terá alguma distribuição mais desigual da riqueza (uma manada de devedores, e uns poucos bilionários), mas uma distribuição muito mais igualitária da renda. O primeiro é o passado, séculos de acumulação de capital, o segundo é o futuro: como se partilha daqui em diante.

    Ruben

  16. Tô com o Ruben, Nassif!
    Os
    Tô com o Ruben, Nassif!
    Os seus argumentos contra a pol’tica econômica de mais de uma década são competentes, mas o fator político da “simplicidade” de estadista do Lula me parecem muito mais importantes do que esse, embora pertinente, blablablá do “aproveitamento das condições macroeconômicas favoráveis.

  17. Ruben:

    Por favor. Esta foi
    Ruben:

    Por favor. Esta foi demais! O Lulao é um entre 100 mil? Pode ser, Depende do que…
    O que eu gostaria de ver é a sua cara dentro de 4 ou 5 anos, quando as empresas chinesas, coreanas etc…estejam inundando o pais de produtos feitos lá e nao aqui. Pergunte ao dono da empresa de calçados do RS (Reinhardy eu acho) o que ele pensa do Lulao.

    Sorte Ruben

  18. O comentário do Ruben mostra
    O comentário do Ruben mostra bem quem é o eleitor deste que está lá em Brasília: pessoas que só enxergam o que querem enxergar e evitam enfrentar questões tão ou mais importantes do que “unir a América Latina” no âmbito militar: industrialização do seu país, padrões éticos, consequências da ascensão de um ditador, efetividade dos acordo multi-laterais. Ruben aceita seu país como periferia colonial; é a ideologia Lula-lá, que simplifica tudo. Essa mania de simplificar tudo sem analisar a fundo o que é melhor para cada problema nos leva ao fundo do poço.

  19. Concordo com o Ruben, em
    Concordo com o Ruben, em gênero, número e grau. Mas cabe aqui uma reflexão sociológica sobre as reações. Na grande maioria, todos nós que lemos esses blogs e opinamos sobre política/economia somos de “classe média”. Portanto, essa é nossa visão de mundo. Embora o Lula não seja o melhor governante da história brasileira, sem dúvida tem implicações sociológicas profundas na nossa história. Queiram ou não, isso o tempo vai mostrar. E de fato, o que importa aqui é muito mais sua contribuição à evolução política, social e cultural do Brasil do que meramente econômica. Se isso não fosse verdadeiro, Lula nunca teria sido reeleito com toda a Blitz feita em 2006. E não foi apenas o sentido de uma “segunda chance”. Votaram nele de novo porque as alternativas não tinham o capital simbólico que ele tem. Nesse caso, como diria Bourdieu, a “economia” é a total, das trocas em todos os níveis e dimensões, não apenas a financeira. Falamos de construção nacional, de uma identidade nacional, e pela primeira vez em nossa história temos realmente que lidar com a entrada de “novos atores” que sempre viveram à margem. Mas Ruben, para nós, brancos, de classe média, do sudeste, e inspirados numa sociedade de consumo integrada, não é fácil admitir que o “outro” (claro, para nós, menos brasileiros que nós mesmos!) tem auto-determinação (e não apenas direitos). Ou como se diz popularmente, “pimenta nos olhos dos outros é refresco”.

  20. Ruben:

    “o protagonista foram
    Ruben:

    “o protagonista foram os EUA. Que se concenda-lhe o devido mérito. ”

    a bolha imobiliária nos EUA chega ao fim, anunciando a vinda irresitível da recessão. os bárbaros estão batendo à porta do império norte-americano.

    como reagirá a China, dependente do comércio com os EUA?

    ao final de 2006, a dívida total dos EUA (pública, empresarial e pessoal) chegou aos 48 trilhões de dólares: mais de três vezes o produto interno bruto norte-americano e superior ao produto bruto mundial. as dívidas com o exterior saltavam para 10 trilhões de dólares; a corda não podia ser esticada indefinidamente.

    “O pobre foi descoberto ator político e econômico central. A interpretação do resultado das eleições de 2006 é ineqüívoca: o pobre se tornou realidade política.”

    não creio que o próprio mercado (o Capital) será capaz de automaticamente, e simplesmente, promover a mudança econômica necessária para a inclusão do novo ator que emergiu no cenário político brasileiro com as eleições de 2006 (o “pobre”).

    só uma profunda, bem planejada e rigorosamente aplicada política de governo está a altura deste desafio. consumo de massa exige produção voltada para as massas. e não importação de gadgets de R$ 1,99 made in china. tampouco o velho modelo de substituição de importações (que nuca foi voltado para o consumo popular).

    outros tempos. outros modelos.

    paradoxalmente, o Brasil ainda reúne melhores condições que China e Índia para superar a crise internacional (declínio do impe´rio norte-americano) que se aproxima.

    Mangabeira Unger, apesar da Sealopra, tem muitas idéias e propostas a altura do desafio brasileiro. assim como Luciano Coutinha (e seu novo assessor, José Carlos de Assis). Paulo Nogueira Jr. no FMI também agrega,

    os nomes com suas virtude e defeitos pessoais não importam tanto quanto o que podem agregar.

    o problema permanece no cerne do horror econômico: Copom.

    posso ser um entre cem mil, ou posso ser um idiota completo, mas penso que estamos no limiar de uma grande mudança no Brasil. por bem, ou por mal..

    abraços a todos.

  21. O que fazer?

    Um estadista
    O que fazer?

    Um estadista não é um virtuoso, também, não precisa ser mais um sanguinário ou será que estamos realmente numa encruzilhada do destino? O bola da vez não é de entregar os amigos, portanto não será um Robspierre. Terá vida mais longa, dignificadamente longa.

    Quando vamos repor este déficit? Ou quando vamos poder acompanhar esse ritmo?

    Notícia de hoje – 13-06-07
    “Em comparação com outros países em desenvolvimento, o PIB brasileiro cresce em ritmo menos acelerado. Na Argentina, a economia cresceu 7,6% em março na comparação com o mesmo mês de 2006 e acumulou uma expansão de 8% no primeiro trimestre, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
    No Uruguai, a expansão do PIB no primeiro trimestre foi de 6,7%, contra 8,8% na Venezuela e 5,8% no Chile. O resultado brasileiro fica à frente do México, cuja economia se expandiu apenas 2,6% no primeiro trimestre do ano.
    As economias que mais crescem no mundo, Índia e China tiveram crescimento próximo da casa de 10%: 9,1% no último trimestre do calendário 2006/2007 na Índia e 11,1% na China.” Aqui se incluiu Rússia.
    Quem vai pagar por isso se não a população mais pobre! Certamente não será os quase 90% dos industriais da FIESP que abertamente declararam apoio ao Geraldo (para continuar a fatiar o bolo como eles quisessem) num ato preparatório das últimas eleições para presidente – creio que aí se encontra um gargalo ou um ressentimento estúpido. Boa parte dessa gente é que influencia e paga matérias à mídia para instalar um clima quanto pior melhor.

    Remediar nos 90% da FIESP/Mídia, será um caminho? É o que eles querem, ou seja, ceder aos seus interesses. Travar o crescimento para que eles possam novamente instalarem uma política que visa somente beneficiar o seu próprio umbigo. E ai perderemos o bom bonde que a história nos apresenta. Como será conhecida lá na frente nossa geração?
    SDS

  22. O que fazer?

    Um estadista
    O que fazer?

    Um estadista não é um virtuoso, também, não precisa ser mais um sanguinário ou será que estamos realmente numa encruzilhada do destino? O bola da vez não é de entregar os amigos, portanto não será um Robspierre. Terá vida mais longa, dignificadamente longa.

    Quando vamos repor este déficit? Ou quando vamos poder acompanhar esse ritmo?

    Notícia de hoje – 13-06-07
    “Em comparação com outros países em desenvolvimento, o PIB brasileiro cresce em ritmo menos acelerado. Na Argentina, a economia cresceu 7,6% em março na comparação com o mesmo mês de 2006 e acumulou uma expansão de 8% no primeiro trimestre, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
    No Uruguai, a expansão do PIB no primeiro trimestre foi de 6,7%, contra 8,8% na Venezuela e 5,8% no Chile. O resultado brasileiro fica à frente do México, cuja economia se expandiu apenas 2,6% no primeiro trimestre do ano.
    As economias que mais crescem no mundo, Índia e China tiveram crescimento próximo da casa de 10%: 9,1% no último trimestre do calendário 2006/2007 na Índia e 11,1% na China.” Aqui se incluiu Rússia.
    Quem vai pagar por isso se não a população mais pobre! Certamente não será os quase 90% dos industriais da FIESP que abertamente declararam apoio ao Geraldo (para continuar a fatiar o bolo como eles quisessem) num ato preparatório das últimas eleições para presidente – aí se encontra um gargalo ou um ressentimento estúpido. Boa parte dessa gente é que influencia e paga matérias à mídia para instalar um clima quanto pior melhor.

    Remediar nos 90% da FIESP/Mídia, será um caminho? É o que eles querem, ou seja, ceder aos seus interesses. Travar o crescimento para que eles possam novamente instalarem uma política que visa somente beneficiar o seu próprio umbigo. E ai perderemos o bom bonde que a história nos apresenta. Como será conhecida lá na frente nossa geração?
    SDS

  23. Sr. Ruben
    Convicções
    Sr. Ruben
    Convicções políticas e ideológicas são convicções, nada há a fazer.
    Sobre o final do texto:
    Se há uma imposição do Capital, se ele realmente é um ser abstrato e tirano que escolheu o Brasil para Cristo, o que fazer. Nada.
    E dividir acumulação antes e distribuição de renda depois, também é o que há. É justamente na forma como se dá a acumulação que se pode ou não fazer uma inflexão na distribuição de renda, é um jogo que se joga todo dia, é sempre agora. E agora tem pedras no caminho, tem câmbio e juros.

  24. Só criticam os Estados Unidos
    Só criticam os Estados Unidos aqueles que têm complexo de inferioridade.

    Não acredito na China. Ela é forte, mas chegou tarde. O Japão já atingiu o seu ponto máximo. Hoje o Japão é um país de velhos.

    O Brasil sempre será Colônia. Fazer o quê? Herdamos o gen lusitano.

    Os maiores cérebros estão nos Estados Unidos. Os Estados Unidos têm 150 anos de Know-how em Guerra. Pelo o que eu sei, eles nunca perderam nenhuma.

    Sabem quantas batalhas os EUA perderam no Vietnam? Zero. Nenhuma. Ganharam todas. E se retiraram por estratégia, deixando que o mundo pensasse que eles perderam. Se eles ganhassem eles bateriam de frente com a União Soviética. Esperaram quase 30 anos e a União Soviética se desintegrou.

    O que mais me chama a atenção é que nenhum Historiador, pensador, economista, jornalista conseguiu prever o fim da União Soviética. Nem previram a Internet.

    O Japão nos anos 80 do século passado tinha um projeto monstruoso de comunicação – que incluia o ´video-fone´. Videofone – que palavra mais obsoleta.

    Aí os Estados Unidos lançaram a Internet. Hoje o Japão perde para a Coréia.

    E o Brasil? Ainda plantamos cana.

    O problema agora é ENERGIA. Os Estados Unidos sabem disso. E acreditem, nas próximas décadas eles vêm com novidades nessa área.

    Talvez a fusão nuclear, quem sabe? Com certeza as células fotovoltaicas (fotoelétricas) com rendimento extraordinário e a baixo custo.

    E nóis? Vamo tá prantando cana.

  25. Arkx,
    apostar na crise da
    Arkx,
    apostar na crise da economia americana nunca foi lucrativo: a voracidade do consumidor americano aliado à capacidade de re-invenção dos empresários americanos sempre acaba surpreendendo. Claro que há agora alguns sinais de fadiga, mas nada muito mais do que isso…

    Sobre sua descrença no capitalismo, acho que é compartilhada por todos os Brasileiros: pessoalmente, com meus 30 e poucos anos, nunca vivi o capitalismo. Não sei o que é de primeira mão… a percepção daqueles que verdadeiramente conhecem o capitalismo, ou seja, esta busca desenfreada por expansão da produção e, por conseguinte, de lucros, é infinitamente mais positiva em relação ao Brasil do que a dos Brasileiros.

    Meu único ponto pode ser resumido ao seguinte: na hipótese de a economia global não ir para o buraco, o capital vai colocar o Brasil a pleno emprego; esta economia a pleno emprego é, penso eu, tranqüilamente 50% maior do que a atual; com 1,5 vezes o PIB atual, vai ter muito espaço para elaborar uma visão estratégica…
    Ruben

  26. “apostar na crise da economia
    “apostar na crise da economia americana nunca foi lucrativo”

    os EUA não só absorveram 70% do saldo de capital excedente do mundo, como seu consumo foi responsável por 91% do aumento no PIB nesta década.

    o déficit em conta corrente dos EUA está protegendo o mundo de uma recessão?

    ou este mesmo déficit está ameaçando o mundo com um colapso do dólar?

    seja como for, a queda de um império sempre tem uma característical: o declínio de seu poder militar.

    a aventura no Iraque e a estrada para Teerã colocam os EUA no rumo de uma inexorável derrota.

    a estratégia dos falcões previa que os cowboys voltassem desfilando triunfalmente em Times Square e não em discretos sacos pretos.

    estratégia do governo Bush pode ser sintetizada como a combinação de duas operações que, apoiando-se mutuamente, deveriam ter relançado e consolidado o poderio imperial dos Estados Unidos: a expansão rápida de uma bolha consumista-financeira para produzir um forte arranque econômico associada a uma ofensiva militar sobre a Eurásia que lhe daria a hegemonia energética global e daí a primazia financeira.

    parece que estão revendo os planos. talvez seja um pouco tarde…

    “nunca vivi o capitalismo. ”

    também nunca vivi o “socialismo”. dizem que o socialismo na URSS, China, Cuba etc… não era o verdadeiro socialismo. apenas o socialismo real.

    será que o capitalismo que vivenciamos também é uma espécie de capitalismo real e não verdadeiro capitalismo?

    nunca tivemos liberalismo de fato na América Latina?

    ou não?

    (sem virar chat, Nassif. só desenvolvendo um pouco.)

  27. “O Lulão também tem uma
    “O Lulão também tem uma visão simplificadora da realidade”???
    Rubão, eu fico com a segunda opção: você não é um entre cem mil.

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