MP processa escritora por acreditar que personagem fictício é u

Jornal GGN – A escritora Saíle Bárbara Barreto, conhecida como a advogada estressada, é alvo de ação do Ministério Público de Santa Catarina pela publicação de seu último livro de ficção “Causos da Comarca de São Barnabé”, que joga luz sobre as impunidades de um suposto sistema de Justiça.

A autora foi proibida de mencionar o seu próprio personagem ‘Floribaldo Mussolini’ em qualquer publicação nas redes sociais, por decisão do promotor de Justiça de Florianópolis, Geovani Werner Tramontin. Segundo ele, o protagonista da obra se refere ao juiz do município de São José, Rafael Rabaldo Bottan. A autora, no entanto, nega a acusação descabida.

“Eu nunca vi este senhor pessoalmente! Não tenho como escrever um livro sobre ele! A única coisa que vejo dele são as sentenças. É surreal!”, desabafou Saíle em sua página no Facebook.

A autora também afirmou estar confusa, uma vez que o endereço de sua página e residência são de São José, enquanto o Ministério Público fez a denúncia na capital. “A Associação dos Magistrados de Santa Catarina e o juiz me representaram. As testemunhas são ele e a chefe de cartório, que acredita ser outra personagem (MARINALVA)”, explicou.

“O crime foi publicar partes do livro e também me manifestar publicamente sobre um processo que não corre em segredo de justiça em que este juiz [Rafael Rabaldo Bottan] reduziu astreintes no valor de 311.300,00 para 9.000,00”, apontou a autora.

Em sua decisão, o promotor ainda determina que a Justiça instaure um processo-crime contra a advogada, que lamentou “voltamos a 1964, ou estou tendo um pesadelo? Alguém me acorde, por favor”.