Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Horário político tem gargalhadas?

Ontem o amigo Frederico69, ao comentar o post GASTEI TUDO QUE TINHA PARA SER VEREADOR, afirmou que “só o luciano para arrancar uma gargalhalhada”.

Diz o dito popular que ” Quem não é muito inteligente, tem que ser, pelo menos, engraçado”. Baseado nisso, busquei uma música que fosse interessante, tivesse relação com risos e gargalhadas. Achei algumas bem divertidas, porém a GARGALHADA, do maestro Ubirajara Silva (pai do cantor Taiguara), é impagável e se coaduna perfeitamente com a foto acima e com o título do post.

 

 

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

17 Comentários

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  1. Entre o riso, sorriso e o sarcasmo

    O sorriso não é o mesmo que o riso. Separa-os um fosso tão grande como o que separa as lágrimas silenciosas, diante de um desgosto. Bergson escreveu: “O riso é algo que irrompe num estrondo e vai retumbando como o trovão na montanha, num eco que, no entanto, não chega ao infinito”. O sorriso, pelo contrário é silencioso como chuva mansa que cai e fertiliza a terra ou como brisa suave que acaricia e refresca o rosto. Enquanto o riso é extroversão, o sorriso desvenda delicadamente o interior de quem sorri.

    O poder do sorriso é grande, e saber sorrir é algo de muito importante. Antoine de Saint-Exupéry diz: “No momento em que sorrimos para alguém, descobrimo-lo como pessoa, e a resposta do seu sorriso quer dizer que nós também somos pessoa para ele”.

    O sorriso traduz, geralmente, um estado de alma; é um convite a entrar na intimidade de alguém, a participar do que lhe vai no íntimo. É por isso que o homem é o único animal que sorri; e, como é dotado de inteligência e vontade, pode sorrir quando tudo vai bem ou sorrir mesmo que as coisas corram menos bem – tudo se resume na harmonia interior.

     Um sorriso pode dissipar uma angústia, se for simpático, ou aumentá-la se for sarcástico; pode estimular um trabalho, se for de aprovação, ou desanimar quem trabalha se for cínico; pode criar uma amizade, se for sincero e transparente, ou um afastamento se for hipócrita; pode humilhar de modo irreversível se não for autêntico e espontâneo.

    O sorriso pode ser um grande auxiliar na educação. Não o sorriso que pactua com a asneira, mas o sorriso que acompanha uma repreensão justa e que mostra ao visado que, apesar da dureza e firmeza da repreensão, há amizade e compreensão.

    Sorrir, porém, pode ser uma tarefa difícil. A dor e o cansaço tornam, por vezes, o sorrir muito árduo. Se há fortaleza interior então há sorriso, mas dorido. Perguntaram um dia a uma doente em grande sofrimento: “Como te sentes?”. A resposta foi desconcertante: com um sorriso-dorido respondeu: “dói-me tudo”.

    Maria Fernanda Barroca

  2. Epifania sobre o humor

    “Vivo em minha própria casa, 
    Jamais imitei alguém 
    E sempre rio do mestre 
    Que não ri de si também”.

    Inscrição sobre a minha porta 
    In A Gaia Ciência, Friedrich Wilhelm Nietzsche

    Horario politico pode produzir gargalhadas homéricas, basta lembrar dos santinhos postados ontem. Aquilo foi so uma amostra da fauna que existe. 

    Luciano, gostei muito do post com esse tema. De minha predileção, por obvio.

    Minha experiência com o humor, com a graça; é de que é melhor tratar o que não “tem jeito nem nunca tera” – a vida – com bom humor do que grande gravidade e a seriedade que ela não pede.  

    Lendo de um pouco tudo: poesia, filosofia, romances, ensaios, tive a nitida convicção que, às vezes mesmo querendo ser sérios, os pensadores têm muito humor, são engraçadissimos e sabem que inteligência e humor caminham proximos. Nem todos captam a ironia, o mais fina flor do riso. As vezes maléfica, mas sempre bem pensada.  

    Voltaire era engraçadissimo! Quem não leu não sabe o quanto o iluminista era engraçado, como cutucava o Clero, Luis XIV e a propria corte com analogias que desmontavam o ridiculo e o despotismo de seu tempo politico e religioso. Até os mais sisudos ou timidos, como Cabral de Melo Neto ou Drummond são engraçados em muitos de seus poemas.

    Mario de Andrade nos faz rir muito, quando descreve a “parentada do inferno”, o natal, o peru… Temos no Brasil grandes contistas, todos craques no riso. A escritora Clarice Lispector, um drama em si, era à maneira de um Oscar Wilder, muito irônica e às vezes terrivelmente engraçada. E poderia enumerar muitos outros… Eu morro de rir com algumas intervenções de Antonio Houaiss, contando causos e dando receitas excelentes, explicando, inclusive, que hoje – quando vivo – se cozinha demais os vegetais e as carnes; com Darcy Ribeiro em Utopia Selvagem, ri-se um bocado também. E na musica? Ah a musica sem o humor e a malicia, seria so a tristeza e a nostalgia do poeta. 

    Mas para rir é preciso entender. Certa vez, no cinema com um colega, rapaz muito sério, estudante de Direito (hoje procurador, irmão de um “grande” juiz), ele não entendia porque eu ria de certas passagens de um filme, as quais ele não achava graça nenhuma. Ele não percebeu que era uma comédia dramatica e não um drama puro. Que o drama do personagem, numa espiral, era uma sucessão de mal entendidos, de erros. Um dramalhão.

    Termiando com o mestre Ariano Suassuna:

    “Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte:
    o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver.”

    E com poesia, sempre:

    “Nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu riso, porque então morreria.”

    Pablo Neruda

  3. Quanto riso, oh quanta alegria …
    Mais de mil palhaços no salão…

    Marchinha maravilhosa. Perfeita para o post.

    Sarcasmo no sorriso dos outros é refresco.

  4. Brigadão pela lembrança mestre,

    mas não se diminua. são muitas as formas da gente ser inteligente. alguém já postou por aqui um texto do asimov, sobre isso.

    asimov, o doutor que considerava o mecânico muito inteligente, por entender como funciona um carro. tarefa que deveria parecer simples aos olhos do doutor.  e o mecânico, que ainda por cima aplicava pegadinhas no doutor, bem sucedidas.

    então não nos preocupemos com isso.

    abração

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