Dando continuidade à nossa Trilogia do Tempo agora nos deparamos com o filme “Déjà Vu”, 2006. Nitidamente um reflexo do esforço de propaganda da política antiterror da era Bush Jr., o filme lida com dois elementos opostos: de um lado a concepção complexa do tempo como um hipertexto e, do outro, o heroísmo amoral do protagonista que enfrenta um vilão tão amoral quanto ele.
Desde os ataques de 11 de setembro o tema terrorismo é recorrente no cinema norte-americano. Quem assistiu ao filme “Obrigado por Fumar”, (Thank You For Smoking, 2005, sobre as conexões entre o lobby da indústria tabagista e a mídia) sabe muito bem como a indústria cinematográfica norte-americana é um instrumento para pautar a opinião pública. Dessa maneira, a chamada “guerra ao terror” empreendida pelos dois mandatos do governo Bush Jr. teve Hollywood como importante veículo para essa verdadeira engenharia da opinião pública.
“Déjà Vu” (Déjà Vu, 2006) é mais um filme sobre ameaças terroristas só que, dessa vez, com um toque de ficção científica e um leve tom de misticismo (dado pelo tema do “déjà vu”). Mas, como todos os filmes sobre combate ao terror, é principalmente ação e a “amoralidade heroica” do protagonista (como vimos em postagem anterior, o principal traço do herói moderno – veja links abaixo).
Como ficção científica, “Déjà Vu” conta a estória de um projeto secreto do FBI em torno de uma tecnologia que permite acompanhar através de imagens e audio com detalhes o que aconteceu até quatro dias antes de um evento. O agente Doug Carlin (Denzel Washington) é chamado para descobrir o responsável por um atentado à bomba em um ferry-boat em New Orleans que mata 500 pessoas. A perspicácia de Carlin na investigação impressiona seus colegas do FBI que o convidam a participar do projeto secreto que poderá auxiliar na busca do terrorista responsável.
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