Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
[email protected]

“Veja São Paulo” detona bomba semiótica na Cracolândia, por Wilson Ferreira

Feios, sujos, malvados e viciados retornam à Cracolândia, levantando uma mini favela em plena rua do Centro. A grande mídia esfrega as mãos para denunciar um suposto fracasso do programa da Prefeitura de São Paulo “De Braços Abertos”. Assim como os black blocs (úteis na oportuna criação de imagens midiáticas de caos no País em ano eleitoral) foram glamurizados através de Dani Pantera e Emma, agora o “fracasso” na Cracolândia é midiatizado pela personagem da “Cinderela às avessas”, a ex-modelo Loemy que se tornou viciada em crack e vaga pelas ruas do Centro. Matéria da “Veja São Paulo” a transforma em mais uma bomba semiótica, assim como foi a “musa” black bloc Dani Pantera: a bomba da “good-bad girl”.  A matéria se mostra menos uma reportagem e muito mais um sintoma do DNA dos cursos internos de jornalismo da Editora Abril: a frenética busca por personagens que confirmem narrativas que o próprio Jornalismo já tem de si mesmo.

– Olá, querida – gritou Joe Louis a sua mulher ao vê-la o esperando no aeroporto de Los Angeles. Ela sorriu enquanto aproximava-se e quando estava a ponto de ficar na ponta dos pés para lhe dar um beijo, deteve-se de pronto.
– Joe, onde está sua gravata? – perguntou.
– Ai, querida – ele desculpou-se encolhendo os ombros – estive fora toda a noite em Nova York e não tive tempo… (…)

Houve uma época em que jornalistas buscavam personagens (como o protagonista desse diálogo, o boxeador Joe Louis) para mostrar o lado humano de figuras que o tradicional texto jornalístico não permitia. Nesse texto da revista Esquire em 1962, Gay Talese (um dos precursores do chamado Novo Jornalismo – gênero jornalístico do início dos anos 60 nos EUA que misturava narrativa jornalística com estilo literário) procurava mostrar o lado humano de um campeão de boxe capaz de expressar fragilidade ao encolher os ombros em uma pequena discussão com sua mulher no aeroporto.

Hoje também repórteres vivem em busca de personagens. Mas não para mostrar a humanidade por trás das notícias. Ao contrário, os personagens agora servem somente para confirmar a pauta recebida pelas chefias de redação, discursos moralizantes e até preconceitos – se transformam em bombas semióticas.

Uma morte é tragédia, milhões é mera estatística

Repórteres buscam cada vez menos 
notícias e muito mais personagens

           Somado ao mantra jornalístico de que noticiar a morte de uma pessoa é uma tragédia e a de milhões mera estatística, o personagem que decide se abrir e posar para fotografias vira uma notícia em si mesmo, sem permitir que o leitor entenda contextos ou processos.

Buscar o personagem típico, o excêntrico, o insólito ou o herói trágico sempre foi uma obsessão do Jornalismo.

Mas agora, os personagens se converteram em bombas semióticas. Desde as manifestações de rua do ano passado, ansiosamente repórteres procuram tipos exemplares que didaticamente ilustrariam a editoria “O Brasil é uma merda”: a família retirada do fusca incendiando no meio das manifestações em São Paulo, o desespero do jovem que chegou atrasado à prova do Enem, mulheres loiras de classe média resgatando beagles de um laboratório em São Roque/SP – sobre esses casos clique aqui. Para depois as revistas Veja e Época elegerem as musas dos black blocs: Dani Pantera e Emma.

A bomba semiótica da good-bad girl

Essas duas personagens femininas inauguraram um tipo de bomba semiótica especial, que agora a matéria de capa da Veja São Paulo reeditou: a good-bad girl – uma mulher que combina beleza e sensualidade com loucura e desajustamento, mas que no final descobrimos que é uma boa pessoa e que poderíamos até leva-la para casa para apresentarmos à nossa mãe – conceito criado pelo pesquisador alemão Dieter Prokop para definir a atual construção dos estereótipos femininos no cinema hollywoodiano – sobre isso clique aqui.

A good-bad girl: nova
bomba semiótica

 

Nesse momento, a grande mídia tenta histericamente provar que o retorno das barracas de lona e de dezenas de viciados em crack circulando como zumbis na chamada região da Cracolândia no Centro de São Paulo é a prova do “fracasso das políticas públicas da cidade”. Mas o alvo mesmo é o projeto da prefeitura chamado “De Braços Abertos”.

E como é recorrente, a cada notícia é necessário encontrar um “retrato triste e trágico” – e na edição da Veja São Paulo entre em ação a good-bad girl que, de quebra, ainda glamuriza a tragédia, transformando um tema intragável (pobres feios, sujos e malvados se drogando) para o leitor de classe média em notícia mais palatável, o suficiente para fazer a tradicional avaliação negativa de qualquer coisa que o prefeito Haddad faça – chegaram até a dizer que as ciclo-faixas pintadas de vermelho fazia parte de uma sinistra estratégia subliminar de Haddad para todos votarem no PT… – sobre isso clique aqui.

Mas como veremos, a matéria de capa da beleza da ex-modelo cujos traços ainda resistem à droga e miséria das ruas é curiosa porque apresenta um ato falho que deixa transparecer uma visão de jornalismo tautista (tautológica + autista – sobre esse conceito clique aqui) que é ensinada desde os cursos internos de Jornalismo da Editora Abril, como podemos verificar na edição de 2014 da revista Plug, publicação feita pelos alunos do curso da editora.

A construção de uma bomba semiótica

A construção linguística da bomba semiótica, na reportagem “Ex-modelo Loemy Marques luta contra o crack”, inicia com um clássico do etnocentrismo para ganhar o leitor classe média paulistana, público-alvo da publicação: “uma loira magra, de 1,79 metro de altura, no entanto, não consegue passar desapercebida. Alguns traços de beleza ainda resistem”. Em meio aos feios, sujos e malvados, surge uma espécie de anjo caído. Ela poderia ser você (quer dizer, o leitor da revista) – temos aqui o início de uma construção semiótica: o que não passa desapercebido deixa de ser uma triste realidade humana coletiva, para ser um signo estético que confirme um script midiático já pré-definido.

Fotojornalismo ou editorial de moda
de uma manequim 
“heroin hero” ?

De bate pronto a personagem ganha um estereótipo (é a “Cinderela às avessas”) para diluir o contexto e processos sociais por trás de um problema complexo. Aliás o contexto é apenas sugerido de forma maniqueísta: de um lado, o fracasso da política municipal e, do outro, o esforço heroico de ONGs e assistentes sociais – idealizar ONGs faz parte da ideologia neoliberal da “sustentabilidade sustentável”.

Para reforçar essa beleza indômita de um anjo decaído a reportagem ainda descreve como ela é agredida no meio da entrevista com uma “paulada na barriga” por um dos feios-sujos-e-malvados que circulam ao redor.

Todo o poder de persuasão da bomba semiótica da good-bad girl vem de como a matéria consegue isolar o personagem do contexto social.

Loemy é do Mato Grosso e foi descoberta por um caça talentos de modelos que se entusiasmou com a seu rosto “estilo anos 80”. Desembarcou em São Paulo em 2012 para ser encaminhada às principais agências de manequins. Mas “era chamada, começava o trabalho e no outro dia era demitida”. Em um meio profissional marcado por festas e drogas, a matéria dá destaque a avaliação dos produtores que a descobriram: “faltou foco e disciplina” para a garota.

Culpa é mais importante do que contexto e processos

Contexto e processos se evaporam na interiorização da culpa pelo fracasso. Loemy está na Cracolândia porque é uma loser. A personagem Loemy é o testemunho do terror paranoico da consciência meritocrática das classes média: a queda para a pobreza, onde lá estão os feios-sujos-e-malvados.

O meio da Moda e das “manecas” (sabidamente um meio, por assim dizer, moedor de carne de gente, explorador tal e qual as confecções que empregam mão de obra semi-escrava de bolivianos alí perto da Cracolândia, no bairro do Bom Retiro) é evaporado: o personagem tem que ser em si mesmo a notícia – o retrato acabado do fracasso do poder público e da derrota individual de alguém que não teve “foco e disciplina”.

Mas como toda personagem good bad girl, deve demonstrar disposição para o arrependimento e a vontade de dar a volta por cima, assim como reza o evangelho meritocrático das classes médias para as quais se voltam as publicações da Editora Abril: “Preciso de ajuda”, apela Loemy. “Quero voltar a estudar e ser engenheira”.

>>>>>>>>>>Leia mais>>>>>

Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

22 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Na mimha Veja São Paulo a

    Na mimha Veja São Paulo a capa é:

         Devore-me 

         ( o seu guia esperto de Natal)

        Lead: Bolas de efeitos comestíveis. A loja com as melhores frutas secas.Árvores diferentes(tem até uma de ponta-cabeça!)

                  E outros 50 surpreendentes endereços ;Fica a dica ,Noel ; )

                   Essa é minha VeJa SP .Por que a sua é diferente?

       O que vc está falando irá passar no progama do tal de FARO—que foi disputada a tapa em todas emissoras.

           

    1. Falso Anarquista que votou em Aécio perdeu e não sabe…

      Esse troll “anarquista sério” é repugnante. Primeiro ele pensa que anarquista é comediante, por isso usa o adjetivo “sério”. E ainda tem coragem de enunciar nestas plagas “a minha veja”. Sua Revista do Esgoto, Nazista sério, tem a sua cara e diz o que você pensa. Quanto você ganha para perturbar a leitura dos comentaristas honestos deste blog? Já vi, não dá mais nem para comprar o Johnnie Walker rótulo vermelho, aquele mais em conta, oito anos. É, falso anarquista, isso que a Revista do Esgoto lhe paga não vai dar para comprar nem mesmo um espumante chinês neste Natal. E quando sua revistinha acabar no ano que vem, você terá de encarar cachaça barata nos bares da periferia paulistana. Vade retro, fascista retrô.

  2. Droga

    Esse é o jornaismo “vejístico” por excelência. Um Brazil loiro de olhos azuis. Mesmo quando os olhos azuis estão perdidos no meio de zumbis anônimos e miseráveis de olhos pretos, compartilhando  a mesmíssima e degradante fissura.

    Na crackolândia todos são iguais. Traficantes são democráticos. O vicio é democrático.

    O jornalismo da Veja não.

    Traficam “notícias” para os brancos, (de todas as cores),  dos condomínios fechados. Viciam e anestesiam os poucos neurônios funcionais de uma classe média já devidamente imbecilizada.

    Crack ou Veja. O que é pior?

    .

     

    1. Esses trolls desocupados não arredam o pé…

      Sr. Giorgio, de qualquer forma o assunto tá incomodando,  vc não é de xutar cachorro morto, não é mesmo…

  3. “Alguns traços de beleza

    “Alguns traços de beleza ainda resistem”:

    Isso eh, sem Photoshop pra diminuir a grossura do pescoco, abaixar a cabeca diminuindo a longura do pescoco, aumentar o tamanho do rosto, apagar sombras, ela ainda tem “alguns tracos” de beleza.  Ah, tenho certeeeeeza que a mulher de quem escreveu isso tambem tem.  A turma do Botox tambem.

    Viciada ou nao, a mulher eh linda ao natural, ponto final.  E isso vem de quem nao tolera muito esse tipo de beleza.

  4. Ainda estou puto, vou

    Ainda estou puto, vou adicionar:

    “Para reforçar essa beleza indômita de um anjo decaído”:

    A mulher do lado esquerdo eh uma fabricacao, mais fake que Barbie doll.  Eh um monstro.

    A mulher do lado direito eh bonita de nascenca e tem direito de ser chamada de bonita SEJA ELA VICIADA OU NAO.

  5. Materia DEPRIMENTE,

    Materia DEPRIMENTE, sensacionalista, bem ao estilo de Veja mas não da Vejinha, que agora partiu para esse linha disgusting para estragar o domingo de seus leitores (não estou entre eles).

  6. É o seguinte

    É o seguinte:

    qualquer político vindo da direita, por mais medíocre e imbecil que seja (vide Aécio, Alckmin, Serra e cia.) será endeusado pela mídia;

    qualquer político vindo do PT, mesmo sendo uma pessoa competente e humanista no caso do HADDAD, será excrachada para que não crie asas e vire um político nacionalmente reconhecido.

    Simples assim!

  7. Mas quem é a mulher Loemy?

    Mas quem é a mulher Loemy? Será que a própria sabe?

    É incrível como se prega o conceito de beleza! 1ª é necessário ter cabelos liso, um fato.

    Será que a Loemy não usava drogas antes?

    Penso que as pessoas que buscam ganhar com a beleza tem o mesmo comportamento dos viciados que buscam fuga em drogas, generalizando.

    Só falta dizer que é culpa do PT. 

     

  8. O Haddad deveria cobrar

    O Haddad deveria cobrar meritocracia daqueles que não tem mérito e enchem a boca para cobrar isto de deus e o mundo. 

    Não ia sobrar pedra sobre pedra. 

  9. Essa semana, surgiu essa notícia:

    Revista Veja pode ser descontinuada em 2015
    Por Estagiário da Abril 24/11/2014 às 11:53

    CMI BRASIL

     

    Faço estágio na Abril desde o começo no ano e o clima está bem tenso. Com a perda de leitores e assinantes para as mídias digitais e consequente perda de anunciantes a Veja e outras publicações deverão ser descontinuadas já no início de 2015.

     

     

    Comecei meu estágio na Abril no começo deste ano. É verdade que em nenhum momento, tanto no processo de seleção como durante estes meses de trabalho, nunca fui questionado quanto minha orientação ou minhas preferências políticas. 

    Também é verdade que mantenho um comportamento discreto e que preciso do dinheiro do estágio para me manter. A Abril surgiu como a primeira opção remunerada para que eu pudesse trabalhar na minha área de estudo. 

    No entanto o clima na Abril está bem tenso. E a tensão aumentou durante o período eleitoral e não arrefeceu, pelo contrário, o ar está cada dia mais pesado na editora. 

    A perda de vendagem e de assinantes para as mídias digitais não é novidade e ocorre de maneira contínua a mais de uma década. Um figurão da Abril esbravejou (novamente) um dia desses: “A gente publica alguma notícia em nosso site agora e 5 segundos depois ela já aparece em 500 mil sites pela internet. A gente publica a reportagem impressa e no mesmo dia já se encontra o texto ‘on line’ … quem vai comprar revista assim?” 

    Os anunciantes acompanham o alcance das publicações, e vinham se reduzindo continuamente tanto em quantidade como em valor pela página de anúncio. No entanto, ao radicalizar politicamente seus pontos de vista, a revista Veja por exemplo perdeu de uma hora para outra seus anúncios mais importantes que são do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobras e outras estatais e campanhas publicitárias vinculadas ao Governo. 

    O resultado é que as contas estão no vermelho apesar dos esforços redobrados em se negociar e conquistar mais espaço publicitário. A grave situação já ganhou contornos no temor dos funcionários quanto aos seus empregos. No meu caso, já fui advertido que estagiários não possuem vínculo empregatício e meu corte não representaria custos adicionais a empresa. 

    O que se conversa quanto a situação dos empregados é que serão aproveitados por outras publicações do Grupo, pelo menos em um primeiro momento, de modo a se tentar a estabilizar a situação evitando demissões em massa e suas consequências – elevados custos, possíveis processos e uma série de ex-funcionários com ódio da empresa em que dedicaram todos seus esforços. 

    Os assinantes deverão receber o mesmo tratamento dado em casos de outras publicações descontinuadas. Deverão poder escolher uma outra publicação pelo mesmo período de vigência de suas assinaturas, evitando assim o baque que a devolução das quantias já pagas trariam para as já combalidas finanças da Abril. 

    Enfim, os grupos que trabalham nas edições de retrospectiva de fim de ano já estão recolhendo também material das edições comemorativas anteriores, aquelas que trouxeram a história desde o início da publicação até determinada data. Estariam elaborando, em regime de sigilo, a edição de despedida da Revista Veja.

  10. A luz do AMOR

    “Comenta-se sobre a violência, em exagerada cooperação dos veículos da moderna informática, estimulando mentes enfermas e personalidades psicopatas a se entregarem à alucinação”. A terapia para a terrível epidemia que toma conta do mundo é o AMOR em todas as suas expressões:
    Amor fraternal que sustenta a amizade e dissemina a confiança;
    Amor espiritual que generaliza o interesse de todos pelo bem comum;
    Amor cristão em serviço ativo, que desenvolve o trabalho e espraia a solidariedade.
    O amor que compreende o erro é êmulo do amor que reeduca, da mesma forma que o amor que perdoa promove o amor que salva”.

    Joanna de Angelis

  11. esse pessoal formado por veja

    esse pessoal formado por veja sofre o mesmo

    processo de vampirização do ser humano praticado com a modelo..

    desesperado por se transformar  em alguém reconhecido

    por essa máquina de triturar pessoas e assassinar reputações,

    o cara faz  qualquer coisa para cumprir pautas que

    cumpram esse cruel designio.

    depois esses caras ingenuos e ignorantes de toda

    ciencia social (duvido que tenham lido marx, por exemplo)

    são demitidos sem receber um tostão.

    transformam-se em vítimas como se transformou a modelo.

    tudo para sustentar até não se sabe quando a

    falencia inevitável da veja.

    e o cara é capaz de usar essa experiencia

    no seu currículo como fosse grande coisa

    (um eufemismo para ser mais elegante).

    só faltra um desses ir morar na cracolandia.

     

     

  12. Eu acho engraçado como vocês

    Eu acho engraçado como vocês abordam as questões paulistas para o país inteiro.

    Nesse caso se diz “grande mídia” que faz isso ou aquilo e não sei o quê.

    Ora, diga simplesmente que é a mídia paulista que tenta mais um golpe contra o PT.

    Qual é a dificuldade de compreender que as questões domésticas não são nacionais?

    .

    A propósito, o Galo foi Campeão da Copa do Brasil. Não vi nada aqui.

    Morreu um ilustre desconhecido jogador do Corinthias, virou notícia.

    .

    É um espaço paulista para paulistas ou um espaço paulista pretendido para o país?

    1. eu acho engraçado como vocês.

      Chico: O cartel midiatico suicida nao conhece o Brasil e tambem nao conhece o brasileiro. Em compensaçao,Graças a Deus, o Brasil e o Brasileiro tambem nao conhece o cartel midiatico suicida.Ficamos assim, eles imaginam que existe e nós imaginamos que existimos.Alguem um dia ainda vai ganhar muito dinheiro com  venda de informaçao em lugar de desinformaçao e cabrestos.

    2. Sistema de comunicação em rede

      Caro Chico… Se você ficar atento, infelizmente o nossos sistema de comunicação é em rede (ou broadcasting, seguindo o modelo dos EUA), cujo núcleo está no eixo Rio e São Paulo com afiliadas por todo o País. Por isso a grande mídia não é paulista ou carioca… ela é nacional. 

      Por esse modelo, conteúdos são irradiados (seja por via impressa, radiofônica ou televisiva) para todo o País. O que a grande mídia pretende, portanto, é nacionalizar sua agenda, seguindo o modelo de engenharia de opinião pública da chamada agenda setting.

      Felizmente as diferenças culturais regionais resistem à padronização estética e ideológica que a grande mídia luta para conseguir. Por isso não simplemente um “golpe da mídia paulista contra o PT”… o que está em jogo aqui é que essa grande mídia busca nacionalizar suas agendas e pautas.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador