Em dia de turbulência, bolsa fecha em queda de 0,70%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Jornal GGN – Em um dia de turbulência no mercado financeiro, a bolsa brasileira fechou em baixa pelo terceiro pregão consecutivo, embora tenha recuperado parte do fôlego ao longo do dia.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou as operações em queda de 0,70%, aos 46.264 pontos e com um volume negociado de R$ 6,853 bilhões. Com isso, o índice passa a acumular quedas de -2,11% na semana, -0,77% no mês, -7,48% no ano e -18,57% em 12 meses. Os setores com piores desempenhos foram petróleo/petroquímica; siderurgia/mineração; educação; e telefonia.

A queda apurada ao longo do dia teve como influência a publicação no Diário Oficial da União de uma parte das medidas fiscais, além de sinalizações no sentido de confirmar sessão no Congresso Nacional para a análise de vetos presidenciais nesta noite. Segundo informações da agência de notícias Reuters, a apreensão quanto à análise de vetos presidenciais no Congresso Nacional esteve entre os principais componentes de pressão no pregão paulista, em razão de potencial impacto nas contas públicas.

“O Ibovespa teve abertura cadente e operou ao longo de todo o pregão em campo negativo”, dizem os analistas do BB Investimentos, em relatório. “Entretanto, do meio da tarde em diante recuperou boa parte do terreno perdido, apoiado em alguma reação, mesmo que em baixa, do Dow Jones e nas “zeragens” das posições inicialmente vendidas”.

Assim como aconteceu durante a negociação de ontem, a subida da aversão ao risco pesou sobre o índice brasileiro. O CDS (credit default swaps) de 5 anos do Brasil, utilizado pelo mercado como referência de risco, ascendeu a 465 pontos, subindo 37 pontos em relação ao fechamento de 428 pontos da segunda-feira (21).

“No cenário internacional, em dia de agenda esvaziada, o humor prosseguiu piorando, com os investidores digerindo um pouco mais as revelações da tarde de ontem do presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, que tem direito a voto na decisão do FOMC, entre as quais que o Fed deriva para iniciar o ciclo de aperto monetário ainda este ano (faltam duas decisões: 18 de outubro e 16 de dezembro) e que a conjuntura da China não seria um empecilho maior”, ressaltam os analistas. Na semana passada a presidente do Fed, Janet Yellen, já havia deixado a porta aberta para possível alta de juros até o final de 2015. Enfim, as preocupações sobre os emergentes se acentuaram.

No câmbio, a moeda norte-americana fechou acima de R$ 4 pela primeira vez desde a criação do real. O dólar comercial subiu R$ 0,073 (1,83%) e encerrou vendido a R$ 4,054. O recorde anterior correspondia a 10 de outubro de 2002, quando a cotação tinha fechado em R$ 3,99. O dólar operou acima de R$ 4 ao longo de toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 14h30, chegou a ser vendido a R$ 4,061. A divisa acumula alta de 11,76% apenas em setembro e de 52,47% em 2015.

Ao contrário do que ocorreu na segunda-feira, quando vendeu US$ 3 bilhões das reservas internacionais com compromisso de recompra, o Banco Central não interveio diretamente no mercado de câmbio hoje. O órgão apenas continuou com a rolagem (renovação) dos leilões de swaps cambiais, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.

Até agora, o BC rolou US$ 6,74 bilhões do lote total de US$ 9,46 bilhões, equivalente a 71% do total. Nos leilões de rolagem, o BC não vende contratos novos de swap cambial. Apenas adia o vencimento de contratos leiloados nos meses anteriores.

Também contribuiu para a alta do dólar o cenário internacional. Integrantes do Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, deram indicações de que o banco pode aumentar os juros dos Estados Unidos antes do fim do ano. Na semana passada, o Fed decidiu adiar o aumento dos juros básicos da maior economia do planeta, que estão entre 0% e 0,25% ao ano desde o fim de 2008. Segundo o órgão, uma elevação neste momento poderia trazer riscos para a economia mundial.

Para quarta-feira, os agentes aguardam a divulgação do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) no Brasil, além do PMI (índice dos gerentes de compras) composto, de serviços e de manufatura da Alemanha, o PIB (Produto Interno Bruto) e o PMI composto, de manufatura e de serviços na França, além do PMI de manufatura da zona do euro.

 

 

(Com Reuters e Agência Brasil)

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador