O baloneiro e o economista

O Banco Central e o câmbio
Por Márcio Garcia *

A apreciação recente do câmbio, voltando a cair abaixo de 2,10 R$/US$, tem causado grande comoção. Voltaram a circular propostas diversas para evitar a excessiva apreciação do real como taxação das exportações de commodities ou controle de entradas de capitais. A questão cambial é, de fato, preocupante, mas é preciso analisá-la com cuidado para que não se tomem medidas possivelmente inócuas quanto ao fim pretendido e certamente nocivas a outras áreas da economia.

Constata que é um problema. Alerta para que não se tomam medidas inócuas. Supõe-se que o artigo vai sugerir medidas efetivas, em lugar das inócuas.

A apreciação cambial que vivemos após a crise de 2002 é fruto principalmente da grande melhora de nossa balança comercial, mercê do significativo aumento de nossas exportações.

Constatação corriqueira.

É um resultado absolutamente padrão em economia a apreciação da moeda de um país que sofre um choque positivo em seus termos de troca (a relação entre o preço das exportações e o preço das importações). Todos os países que exportam commodities, como o Brasil, têm sofrido forte pressão para a apreciação de suas moedas. Ou seja, o Brasil está surfando em uma boa onda mundial causada pelo crescimento das economias asiáticas que sugam commodities, e esta é a razão fundamental que levou o real a se apreciar.

Constatação corriqueira, embora ignore totalmente o poder do mercado de derivativos e da arbitragem de juros. É como se não existissem

A depreciação do dólar frente ao real, que caiu de um nível próximo a R$ 4, observado no auge da crise de confiança de 2002, para os atuais R$ 2,10, causa problemas para diversos setores menos competitivos da nossa indústria.

Constatação corriqueira.

Uma forma de entender a economia deste processo é pensar que câmbio pode ser interpretado como o inverso do salário: quanto mais baixo estiver o dólar, mais alto estarão os salários dos trabalhadores brasileiros em dólar. Quem não se lembra de um senador muito presente na mídia que pedia insistentemente um salário mínimo de US$100? Ao câmbio atual, o salário mínimo pleiteado pelo senador há poucos anos representaria bem menos que hoje se tem. A boa notícia que isso representou para os trabalhadores brasileiros é a contra face das dificuldades que os exportadores de produtos industriais intensivos em mão-de-obra vêm sofrendo. Este é um ponto importante que não pode ser omitido em discussões sobre a taxa de câmbio: um câmbio superdepreciado como o chinês, se factível, viria necessariamente acompanhado de um salário mais baixo (o que permitiria ao senador recuperar seu mote). Pode-se argüir que é melhor ter emprego alto com salário baixo do que emprego baixo com salário alto, mas não existe a possibilidade de ficar com o melhor de cada situação, como muitas propostas propagandeiam.

Toda recuperação de emprego leva à melhoria de salário. O economista prefere ficar no Momento 0, da redução do valor do salário em dólares, saliente-se, para evitar analisar a dinâmica do crescimento sobre a recuperação dos salários nos momentos seguintes. É um sofisma que nem originalidade tem: Gustavo Franco gostava muito de utilizá-lo em 1994.

O câmbio mais apreciado veio para ficar e durará enquanto se mantiverem as boas condições atuais na economia mundial.

Ótimo! Virou teologia. Veio para ficar, e ponto: ante a inevitabilidade relaxe e goze.

Para melhor conviver com esta nova realidade, é imperioso aumentar a eficiência de nossa economia e reduzir custos de produção.

Constatação corriqueira. Faltou explicar como obter ganhos de produtividade capazes de compensar a apreciação do câmbio nos últimos anos.

Infelizmente, as iniciativas mais importantes, como a reforma trabalhista, a reforma previdenciária, a contenção do aumento de gastos públicos correntes que permitiria uma reforma tributária com redução de impostos, e a abertura comercial no bojo de negociações comerciais mais ousadas estão ou esquecidas ou relegadas a segundo plano.

Esses não são argumentos para se descartar a desvalorização do real. Pelo contrário: se não tenho nenhuma dessas reformas, mais urgente se faz ter um câmbio mais competitivo, senão as empresas serão esmagadas duplamente, pela falta de reformas e de câmbio. É inacreditável como um argumento que justifica um câmbio mais competitivo (falta de reformas e de ambiente competitivo) seja reiteradamente empregado em sentido contrário. O Márcio poderia ao menos ter um pouquinho de apego à lógica.

O PAC deve ajudar, sobretudo na área de infra-estrutura, mas é claramente insuficiente para o objetivo de “destravar” a economia.

Isso é argumento a favor de se desafogar pelo lado do câmbio. Mas continua sendo utilizado para defender o imobilismo cambial.

Como não é provável que o governo Lula venha a empreender as reformas que se fazem necessárias em nossa economia, as atenções se voltam para as políticas monetária e cambial. A receita alternativa passa a ser baixa significativa de juros, compras ainda maiores de reservas cambiais e restrições à entrada de capitais. Alguns adicionam um controle de gastos públicos, mas, dado que isso não é prioridade, é provável que as propostas alternativas, se implementadas, o sejam sem a parte fiscal.

Com a capacidade ociosa existente na economia, e com os superávits fiscais, nunca se explica qual a relação de causalidade entre política cambial mais agressiva e parte fiscal mais apertada.

Nossa experiência com o sistema de metas para a inflação, sobretudo depois do período de crises, comprovou dois fatos. Primeiro, de acordo com a teoria econômica e a evidência empírica internacional, mas ao contrário do que muitos afirmavam, a inflação brasileira responde, sim, aos juros.

Se os juros derrubam o câmbio, como Garcia separou as duas causas?

Segundo, taxas de juros muito elevadas para padrões internacionais são necessárias para manter nossa inflação em patamares apenas razoáveis na comparação internacional.

Pode-se discutir se o BC deveria ter baixado mais rápido a taxa Selic.

Porque não discute?

Mas, ainda que um pouco mais baixa, para manter a inflação sobre controle seriam requeridas taxas de juros muito altas para o padrão internacional.

Se admite que as taxas internas têm que ser muito altas para os padrões internacionais, porque evita discutir abertamente o excesso do BC?

Em um mundo de altíssima liquidez e baixas taxas de juros, nossos elevados juros constituem poderoso atrator de capitais especulativos. Os fluxos de entrada de capitais contribuem para apreciar o câmbio, daí a proposta de reinstituir controles de entrada de capitais especulativos.

Constatação corriqueira.

Em estudo de nossa experiência prévia com controles de entrada de capitais especulativos (vide “Innefective Controls on Capital Inflows Under Sophisticated Financial Markets: Brazil in the Nineties”, disponível em http://papers.nber.org/papers/W12283), Bernardo Carvalho e eu mostramos que, ainda que controles de entrada de capitais especulativos possam ser desejáveis, eles não funcionaram na década passada, exceto por períodos muito curtos. A intuição básica é simples. O capital (dinheiro) é fungível. Como o objetivo do controle é obstar tão somente o capital especulativo que quer se aproveitar do diferencial elevado de juros (em uma estratégia financeira conhecida como carry trade), é relativamente fácil em nossos sofisticados mercados financeiros dizer que o capital vai ser aplicado em um fim e usá-lo para outro. Em nosso estudo, mostramos que, nos anos 90, o BC e o mercado financeiro travaram uma batalha de gato e rato que comprometeu severamente a eficácia dos controles. Os principais meios de elisão dos controles envolviam recursos que entravam no país via pagamento de exportações ou via financiamento de importações (ambas excluídas dos controles).

E porque excluí-las? Porque não analisa a possibilidade de restrições ao financiamento de importações e ao pré-pagamento de exportações? Garcia lembra a história do baloneiro que desce à terra, encontra um economista e pergunta onde ele está. E o economista: em um balão. Se reconhece que a apreciação cambial faz mal, que o fluxo de capitais especulativos faz mal, e insiste que controles cambiais não funcionam, porque não apresenta propostas efetivas em vez de apenas constatar que o baloneiro está no balão?

Dado que, hoje, nosso comércio internacional cresceu enormemente em comparação àquela época, é razoável presumir que os controles, se reinstituídos, seriam ainda menos eficazes em deter o capital especulativo.

Ótimo! Não funcionou nos anos 90, portanto “é razoável supor” que não funcionará agora, mesmo admitindo que é um problema sério. É enternecedora essa vontade férrea de mudar do Garcia, que acaba sucumbindo ao destino invencível e malvado.

Ou seja, para diminuir o influxo de capital especulativo, o melhor remédio é diminuir a taxa de juros. Mas, para não comprometer o controle da inflação, seria necessário apertar a política fiscal, reduzindo os gastos, e isso não parece constar das prioridades do governo.

Só conceitos no ar, fora da análise da realidade. Onde estão as pressões inflacionárias, as pressões de demanda?

Neste quadro, sem poder reduzir mais significativamente a taxa de juros, resta ao BC a ingrata tarefa de tentar evitar que o câmbio se aprecie ainda mais por meio da compra de volumes crescentes de onerosas reservas cambiais.

Pronto, resolvido. Primeiro, decretou que o BC não pode reduzir os juros, para não comprometer o controle da inflação, sem sequer analisar onde está essa inflação. Apenas por hipótese. Definida essa questão, por hipótese, todas as demais conclusões são decorrência.

O pior é que quanto mais favorável estiver a situação da economia mundial, e, consequentemente, as perspectivas de nossa economia, maior será a pressão sobre o BC.

Isso: morreremos todos em perfeito estado de saúde, a depender desssa profícua, utilíssima série de recomendações inócuas do Márcio. O baloneiro, enfim, sabe que está no balão

* Márcio G. P. Garcia, PhD por Stanford e professor do Departamento de Economia da PUC-Rio.

Luis Nassif

42 Comentários

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  1. Ah, meu Deus, a redução dos
    Ah, meu Deus, a redução dos gastos do governo – de preferência, escrito desta maneira, para que se entenda como o cartão de crédito do Lula – mais uma vez usada para inibir a discussão sobre os juros. E qual o problema se nossa inflação vai um pouco além dos “padrões internacionais”? E daí ganhar menos em dólar com uma inflação estabilizada? Tenho notícias de empresas médias e pequenas que, depois de a duras pequenas terem conquistado mercados externos importantes, já esgotaram sua capacidade de existir em função do dólar, e se voltam para o mercado interno onde, mais uma vez, serão sufocadas pelos juros. Enquanto isso se espera até que os três Poderes operacionalizem as reformas tributária, trabalhista, da Previdência, do Maracanã, e o setor público reduza suas despesas de forma significativa. De minha parte, só não entendo por que eles, os Garcias, são tantos.

  2. Antes de terminar de ler este
    Antes de terminar de ler este post eu estava imaginando quem o teria escrito…E fui correndo até o rodape para confirmar o meu chute inicial…Um professor da PUC-RJ…óbvio…A mesma do cabeção mor do BC…do Malan…É incrível como as escolas se tornam escravas de suas ideologias e dogmas…

    Mas o mercado futuro de juros já decretou que o “copão” atual é página virada…Que venha o PAC!!!

  3. O autor do texto não fez uma
    O autor do texto não fez uma dissertação sobre economia, mas de teologia. Mesmo assim ninguém ainda me convenceu que o controle cambial não funciona.

  4. Nassif, boa tarde.

    Mas, que
    Nassif, boa tarde.

    Mas, que fajutagem!

    No período em que fala do “aumento” dos salário minimo por conta do dólar barato, ele quiz dizer que o custo da cesta básica baixou em reais? Caramba, eu não sabia!

    Não deu para continuar a ler.

    A Economia, que ainda seria uma proto-ciência, agora virou religião, e prá lá de xiita, com o perdão dos verdadeiros xiitas.

    Coisa de lôco, sô. Uai, tchê, cabra da peste!

    Abraço

  5. Este pessoal do BACEN e os
    Este pessoal do BACEN e os *chigago boys* da PUC, deveriam pesquisar o que foi o *Governo de Guizot* de 1940 a 1948 na França.
    Se bem que * A Primavera dos Povos* foi massacrada, sempre resta um aviso.

  6. Rui Daher:

    Por que são
    Rui Daher:

    Por que são tantos? Ouvidos atentos!
    Cada vez que eles escrevem isso, em algum lugar ouve-se “triiiiinnnn” e “caixinha obrigado”.

  7. Se o Lula quizer trocar 6
    Se o Lula quizer trocar 6 por meia dúzia no BACEN e atender aos petistas mudando a diretoria e, ao mercado não mudando nada, Márcio Garcia é na PUC um dos próximos da fila

  8. Existe um episódio histórico
    Existe um episódio histórico chamado “defenestração de Praga”, só que poderíamos aplicá-la no Brasil com a atual (e lá se vão 12 anos…) equipe do BACEN, que tal??

  9. A economia hoje não passa q
    A economia hoje não passa q de uma ideologia fanática. O ocidente é portador doente de um fanatismo comparável ao pior fanatismo xiita.
    Esse Marcio é um homem bomba da religião econômica, o Brasil esta na primeira linha desse movimento teológico fundamentalista. Com a pequena diferença q esses homens bomba fazem explodir os outros, eles se preservam.
    Per devoção religiosa, per salvar a fé ortodoxa e a vida econômica, ë preciso dar um corte do 50% no salário mínimo e em todos os outros, e nas aposentadorias e gastos sociais (obviamente com exclusão do salário e benefícios do Marcio- bomba, q vão ser aumentados per tanta sabedoria e caridade).
    Esse é o nível de certa educação. Melhor ficar analfabeta.
    E

  10. Romanelli, além da
    Romanelli, além da benevolência de taxar os economistas de mercado de “inocentes” você traz uma questão, não uma solução. Como não estou reconhecndo o peso do superávit se tenho divulgado propostas, como as do Kartenkraut, de imposto sobre exportação? E superávit dessa ordem não é atenuante, é agravante para a manutençao desse diferencial de juros e dessa plena liberdade de fluxo de capitais.

  11. Nassif, se a própria CNI diz
    Nassif, se a própria CNI diz que o nível de produção da indústria está em 82%, por que a baixa dos juros traria inflação ? Afinal, não crescemos por falta de investimento ou de demanda ?? Não é possível levar estes caras a sério, eles têm interesses próprios implícitos nas análises.

  12. Nassif, de volta…apenas um
    Nassif, de volta…apenas um comentário maldoso: se ele estudou tanto para dizer isso, certo estão aqueles que dizem que um canudo as vezes não serve para nada. Nem que seja um canudão. A questão é: Para que time ele joga!

  13. Além das exportações o que
    Além das exportações o que vem provocando uma entrada maciça de dolares no país é a remuneração de nossos títulos. Esses dolares são,em sua maioria,de brasileiros que remeteram suas economias para o exterior e trazem-nas de volta por conta das altas taxas pagas aqui. O articulista afirma que o BC não pode reduzir as taxas de juro de forma mais acentuada porque a inflação pode ficar fora de controle. Que fatores têm pressionado a inflação? Certamente não existe demanda suficiente para isso. Logo em vez de repetir como um mantra a ladainha jurosXinflação ele deveria mostrar quais as consequencias de uma redução mais efetiva dos juros.

  14. A taxação das exportações são
    A taxação das exportações são inviáveis politicamente. O governo lula não tem força política para enfrentar as mineradoras, usineiros e a rede globo…..

  15. “Segundo, taxas de juros
    “Segundo, taxas de juros muito elevadas para padrões internacionais são necessárias para manter nossa inflação em patamares apenas razoáveis na comparação internacional.”

    Até onde sei a taxa de inflação no brasil está no mesmíssimo nível que as taxas de inflacao do mundo desenvolvido… lembrem-se que IPC (IPCA é índice de rico!!!) ficou em 2%!!! Em preços no atacado certamente estamos abaixo da alemanha!!!! E, um detalhe, isso por que intervimos pesadamente no câmbio e porque nossa economia é muito mais intensiva em uso matério bruta. Não fosse isso estaríamos em plena deflação… e ainda assim vem alguém me dizer que as taxas tem que ser muito mais altas? Temos que ouvir cada uma…

    Ruben

  16. É isso aí, Nassif. É sempre
    É isso aí, Nassif. É sempre bom desmascarar esses caras e mostrar para quem trabalham. Quanto `a PUC Rio, já conhecemos bem essa turma e os seus patrões.

  17. Sejamos objetivos. Márcio
    Sejamos objetivos. Márcio Garcia afirma que a inflação brasileira responde, sim, aos juros. Se a inflação está 30% abaixo da meta, significa que o vetor juros está muito forte. Logo, precisamos reduzir os juros para a inflação ficar na meta e, consequentemente, beneficiarmos o câmbio, investirmos mais, reduzirmos a relação dívida/PIB etc… Qual é o valor do risco Brasil hoje ?

  18. Para separar o que é
    Para separar o que é relevante daquilo que é irrelevante. E para tentar encontrar alguma relação entre as constatações e as sugestões dele.

  19. Acho que o Garcia é o Ghost
    Acho que o Garcia é o Ghost Writer do Bevilacqua…Esta é a verdadeira entrevista que o cabeção queria dar à folha…mas não quis se expor.

  20. Só para se ter uma idéa do
    Só para se ter uma idéa do peso das ações do Banco Central,nestes 15 dias de fevereiro ele comprou mais de 5 bilhões de dolares, ou seja mais de 1/3 das reservas cambiais que o Brasil tinha em 2003 ou mais de 5% das atuais elevadíssimas Reservas Cambiais.

    Demonstrando que o cambio não é impedimento nenhum para a não acentuação da queda dos juros da Selic, estando garantido os preços mesmo com um grande aumento da demanda interna(se houver).

  21. Creio que muitos economistas
    Creio que muitos economistas que sustentavam que os juros da Selic não poderiam cair abaixo dos 15% nominais em 2006, hoje diante da realidade da efetiva 12% nominais dos juros da Selic ficam mais do sem argumentos, ficam atordoados.

    A cada resultados dos indicadores economicos o espaço para a queda dos juros da Selic só aumenta. O atual momento do cambio é só mais um indicador demonstrando mesmo que caso o dolar suba como efeito de uma aceleração da queda dos juros da Selic, restará ao Banco Central diminuir (não parar) as compras de dolar se desejar manter o dolar na faixa de 2,20/2,30 reais para que a inflação na escape da meta de 4,5% ao ano.

    É a realidade contrariando as previsóes de limites de queda dos juros realizadasem até 2006.

  22. Sabe qual o meu método?
    Sabe qual o meu método? Conheço razoavelmente bem a realidade. Conheço, por convivência diária, a lógica de muitos setores, os fatores que os influenciam. E conheço os fundamentos, as correlações básicas da economia. Quando uma teoria atropela os fundamentos (e costumam atropelar em nome de escolas e modelos imutáveis) aí eu entro dando meu palpite. Sabe o que os críticos fazem? Apresentam os argumentos contrário. Os que se escondem atrás de currículos, em geral não tem os argumentos.

  23. Ao prezado leitor Fábio :
    Ao prezado leitor Fábio : Imagine se a politica economica dos EUA fosse conduzida por um concurso de curriculos. Nada encaixa em qualquer modelo seja de que escola for. É um caos. Mas funciona e puxa o mundo. Se os EUA não comprassem da China pagando em papel pintado, a China esataria ainda no livrinho vermelho de Mao. Felizmente a liderança da politica economica americana nunca teve um cabeção de planilha no comando, são todos homens de negócios práticos e flexíveis. Os economistas tem seu lugar assegurado em pesquisas, publicação de teses e confecção de relatórios. No comando? Não faz parte dos usos e costumes dos EUA.
    Outra coisa: politica economica é politica, não é economia no sentido acadêmico. Quem conduz a politica economica de qualquer país é o comando politico , não são economistas especializados em montar currículos, teses, mestrados e quetais. Quem tirou a Argentina do buraco sem fundo foram dois politicos profissionais peronistas, Duhalde e Kirchner, ambos advogados, auxiliados por um senhor que há muito tempo não vai a escola, Lavagna. Essa é a vida real meu caro, nada a ver com doutorados.

  24. ECONOMISTA OU?
    O brlilhante
    ECONOMISTA OU?
    O brlilhante professor e articulista Márcio Garcia não é economista (da mesma forma que o brilhante jornalista Nassif também não é).

  25. O Meirelles também não é
    O Meirelles também não é economista.
    O Palocci também não é economista.
    O FHC também não é economista (e foi ministro da fazenda).
    O Funaro também não era economista.

  26. Acho que o Beluzo é
    Acho que o Beluzo é teconomista também. O Celso Furtado tenho quase certeza que era (se não era de direito era de fato).
    O Simonsen de fato era economista (de direito não tenho certeza). Da mesma forma a formação original do Gudin era engenheiro (mas deve ter recebido título honorífico).

  27. Nenhum deles precisava de
    Nenhum deles precisava de título. Conheciam a economia mais do que seus contemporâneos, e muito mais do que os que sabem manobrar alguns modelitos em uma planilha.

  28. A economia hodierna não passa
    A economia hodierna não passa de uma ideologia propositalmente utilizada per manipular a massa com os media, a televisão e as escolas. Programas de mestrado e doutorado não passam de programas per fabricar estúpidos ou promover os mais limitados, q não enxergam. (E fazer dinheiro). (A excelente análise de Hans Bintje é pertinente: com a diferencia q os técnicos, engenheiros etc precisam de eficiência técnica os economista só de eficiência ideológica).
    A origem da economia foi diferente, da filosofia, política, moral, mas depois virou pura ideologia inútil e danosa. A astrologia entende mais da realidade q a economia. (Adam Smith não era economista, J. M. Keynes não era, ser economista é mais uma sensibilidade q um intelectual procura de ter e ganhar q um currículo).(Como ninguém fica jornalista per fazer um curso de jornalismo!).
    Gunnar Myrdal e muitos outros já argumentaram exaustivamente.
    A elite americana é tb intelectualmente superior a todas. Eles sabem perfeitamente disso, tanto q precisando de um inteligente secretario do tesouro pressionaram fortemente Henry Paulson pq aceitasse. Ex-chefe do Goldman Sachs, ele fiz um monte de dinheiro com o carry trade. (Os estrangeiros q entram no banco na maioria dos casos é per os bons serviços prestados com os respectivos governos, não per ser inteligente).
    Alan Greenspan era um especulador e como presidente do banco central liquidou de facto a teoria ortodoxa. A tivesse aplicada teria destruído os EUA.
    Por isso quem fala do declino dos Estados Unidos nem sabe de o q esta falando. A superioridade é total, e em particular intelectual. E se alguma mudança vai vir ela será promovida per eles.
    Como sugere o excelente André Araújo a China não passa de uma colônia americana. E o programa de Henry Paulson (e Ben Bernanke em subordem) é bem claro, pra q enxerga. Com a burra turminha no poder no Brasil, nem o Brasil vai escapar.
    E

  29. ECONOMISTAS E
    ECONOMISTAS E OUTROS…

    Certo dia o diabo e um amigo estavam passeando, quando alguém que caminhava à frente deles se abaixou e pegou alguma coisa brilhante que estava no chão, guardou rapidamente no bolso, e com uma expressão muito feliz se afastou caminhando com muita pressa.
    O amigo do diabo vendo tudo, ficou muito curioso e perguntou: o que será que ele achou?
    A verdade! Respondeu o diabo. Mas?? Isso é muito ruim para você, disse o amigo.
    Não é não! Respondeu o diabo; Vou ajudá-lo a organizar tudo isso!

    Técnico : Aquele que ficou feliz com o achado.
    Diabo: A teoria acadêmica.
    Escola: É uma Bengala.
    Títulos: Ego inferior, nulo.

    A Lógica, Razão, Observação, Ousadia, Caráter e Questionamento trazem a independência da bengala e da teoria de Manada.

    Pouquíssimos estão à altura dessa independência – alcançam a Verdade – não a acham!
    Estes são perseguidos.
    São atacados pelos dependentes da bengala e da teoria, que pela ausência da estrutura citada acima se acomodam no seio da manada.

  30. Nassif, vamos todos pular no
    Nassif, vamos todos pular no fundo, bem fundo do mar, e deixar nosso país ser administrado pelos insuperáveis economistas da puc-rio.
    Comecei fazer este curso há muito tempo atrás e desisti. Fiquei apaixonado por uma coisa chamada cibernesis e outra denominada tgs (que diz que não existem sistemas estanques, mas um conjunto de sistemas que interagem formando um todo e cada um influenciando o outro). Daí, virei profissional de informática.
    Mas que coisa né ? Onde se viu a gente, atrevida assim, ficar mexendo com essa teologia perfeita, a Economia. Quel tal voltarmos os tribunais de inquisição ?? Mailson para Torquemada !
    abc
    WM

  31. Nassif, relevante citar
    Nassif, relevante citar também que Bresser-Pereira é formado em Direito e Luiz Carlos Mendonça de Barros em Engenharia Civil, e ambos são referências no debate econômico.

  32. Reservas Internacionais –
    Reservas Internacionais – estamos chegando próximo dos U$ 100 BI. nassif, voce poderia falar algo sobre o que pensa sobre isto ? P.ex., 1) em relacao ao PIB, parece que nossa reserva nao é tao grande ; 2) qual a relacao reserva/PIB de China, Japao, Noruega, Hong Kng, etc ? nao consigo achar em minha pesquisa na internet; 3) esta nossa reserva está em parte em Euors ?; 4) poderia ou se deveria usar parte da reserva para infra-estrutura ? (PPIs, etc); 5) vale a pena aumentar a relacao reserva/PIB ?; 6)será que a reserva crescendo, ajudará a derrubar mais o risco País ?; 7) como fazer para reaplicar os U$ da reserva aqui dentro e permanecer este ainda como sendo Reserva ? Grato por seus comentários.

  33. O que se discute aqui é
    O que se discute aqui é economia politica ou politica economica. Longe de ser campo privativo de economistas, interessa à toda a sociedade. Trata-se de saber e definir como se distribuem a riqueza, a renda e os sacrificos de um País. O estudo da economia não é igual ao da medicina, como invoca um leitor. Economia, sociologia, filosofia não são técnicas de aprendizado específico, são campos do saber humano. Tanto é que um economista não está habilitado a praticar uma cirurgia mas um médico pode ser Ministro da Fazenda, tivemos seis no Brasil republicano. Dos 78 Ministros da Fazenda da República, oito foram economistas e 55 advogados. Celso Furtado e Roberto Campos fizeram economica no exterior em pós-graduação apenas, Gudin, Simonsen e Malan formaram-se em engenharia e depois fizeram pós-graduação em economia, tudo isso é irrelevante na discussão da politica economica porque é o Poder é quem escolhe o Ministro e a politica, isto há dez mil anos de história registrada. É o Monarca quem escolhe o caminho, não precisa de currículo, basta o Poder real.Quem executa a politica pode ser economista ou não, na esmagadora maioria das vezes em todos os Países não é economista acadêmico.

  34. Nassif, esse blog deveria se
    Nassif, esse blog deveria se chamar: “Como Desmentir um Cabeça de Planilha Picareta”. Adoro esse tipo de análise que vc faz!

  35. Como bom baiano, sugiro que
    Como bom baiano, sugiro que esse senhor seja preso no Pelourinho e arrastado por um trio elétrico. Este sim seria um arrastão virtuoso. Ah, e põe o pessoal da Globo para noticiar e mostrar isso como prova de que a violência na Bahia aumentou 3.000% porque o ACM não manda mais aqui.
    Stanford já formou gente melhor, hein? Se este cara comanda alguma coisa no Banco real eu acho que este banco não dura muito tempo em caso de taxas de juros racionais.

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