Governo Bolsonaro confirma mais um militar para o alto escalão

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – Outros militares formarão parte da equipe de governo de Jair Bolsonaro. Nesta segunda-feira (26), foi anunciado a nomeação do general Carlos Alberto dos Santos Cruz para o comando da Secretaria de Governo. E o general Joaquim Brandão deve assumir o Ministério da Infraestrutura. 
 
Caso seja confirmado o nome de Brandão, somarão um total de 5 militares em cargos de alto escalão para o governo de Jair Bolsonaro. 
 
Até agora, o general Augusto Heleno compõe o Gabinete de Segurança Institucional, o general Fernando Azevedo e Silva ficará na Defesa, o tenente-coronel Marcos Pontes na Ciência e Tecnologia, e o general-de-divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz assume a Secretaria de Governo, outra das pastas dedicadas a temas estratégicos e decisivos para o país.
 
Alberto Cruz terá a função de intermediar, dentro do Palácio do Planalto, as articulação do governo de Bolsonaro com o Congresso. Por isso, o nome deve deter de bom trânsito junto a parlamentares. No governo de Temer, quem fazia esse papel era o ex-deputado Carlos Marun. Apesar de ter nome de Secretaria, tem status – e portanto Orçamento – de Ministério de um governo.
 
O militar havia sido cotado para integrar, antes a equipe de Sérgio Moro no Ministério da Justiça. Até agora, ele vinha sendo um dos conselheiros de Bolsonaro, em encontros, principalmente, com embaixadores no Centro Cultural Bando do Brasil (CCBB), aonde vem sendo sediada a transição das gestões.
 
O gabinete deve ter sede no Planalto, ao lado da Secretaria-Geral, do Gabinete de Segurança Institucional e da Casa Civil, esta última que será comandada por Onyx Lorenzoni, o atual coordenador da equipe de transição. 
 
Carlos Alberto é um dos membros do governo de Michel Temer que serão absorvidos pelo futuro presidente, na contramão do que vinha defendendo em sua campanha, de se apresentar como o nome novo para o comando do país. Ele chefiou a Secretaria Nacional de Segurança Pública de Temer e é conhecido como um general “linha de frente”, por assumir a liderança em missões internacionais.
 
O general participou da embaixada do Brasil em Mouscou, na Rússia, entre 2001 e 2002 e, do lado econômico, atuou como conselheiro do Banco Mundial para o Relatório de Desenvolvimento Mundial de 2011.
 
O quinto militar que poderá integrar cargos de alto escalão no país a partir de 2019 é Joaquim Brandão. Ele está sendo cotado para o Ministério de Infraestrutura e atua, hoje, ao lado do general Sérgio Etchegoyen no Gabinete de Segurança Institucional. Seria mais um nome de Temer absorvido por Bolsonaro.
 
Brandão é ligado ao general Eduardo Villas-Boas, comandante das Forças Armadas. “É excelente, é cotado. É da turma do Villas-Boas”, disse o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

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  1. Coitado de Jair Bolsonaro. O

    Coitado de Jair Bolsonaro. O capitão pensa que ficará seguro cercado de generais. O mais provável é que eles percebam as fragilidades intelectuais, políticas, sociais e mentais do subordinado. O mais velhaco dentre eles irá organizar e liderar o golpe com seus “manos” de patente.

  2. É extremamente positivo a ocupação de cargos no governo…….

    Basta de mimimi, quando se entra num campeonato não se escole o adversário. e é extremamente positivo a ocupação de cargos no governo por militares, pois mostra desde já que o inimigo é único.

    Ficam os “democratas” lamentando que o ministério tal foi ocupado por um militar, que o ministério qual foi ocupado por um elemento da direita Olavo de Carvalho, e por fim que outros ministérios foram ocupados pela bancada da bala, da bíblia, do boi e do grande capital liberal.

    Perfeito, estão unindo todas as forças contra as quais devemos lutar, logo se o governo Bolsonaro conseguir ser desbancado por outras forças, o consórcio da maldade será derrotado de uma só vez, não tendo substitutos para eles.

    Todas estas forças tem uma característica marcante, jamais abrirão mão de seus postos mesmo que sejam um fracasso, isto as torna mais frágeis e só dependendo a sua derrubada de uma luta muito mais forte, muito mais clara e sem concessões.

    Será mais fácil derrubar este consórcio da maldade? Claro que não, porém a derrubada não dependerá de conchavos palacianos que servem mais para confundir o povo do que libertá-lo.

    A própria direita do PT será colocada contra a parede, assim como os partidos pequeno burgueses de esquerda que querem fazer uma oposição consentida, PSOL, Rede (ou seu sucedâneo) e PDT, ou serão eliminados pela repressão do governo ou terão que compor com o consórcio, e desta feita ficarão desmoralizados.

    A luta será mais dura e talvez mais demorada, porém quando o ídolo com pés de barro cair, todo o corpo se esfacelará no chão.

  3. Muito interessante…..

    Essa historia de por um gen. pra “levar um lero” com congresso……..verdade que militar tem argumento de “peso”….se a “negociação” começar a complicar muito, é so tirar o argumento de “peso” do coldre e por encima da mesa de reunião…..argumento super convincente…Extrapolando um pouco o assunto, acho que os ministros civis do coiso, fora o Guedes, vão ser(espirito natalino…..) algo como vacas de presépio, não vão nem dizer “Bom Dia” ou pedir cafezinho sem antes pedir a benção a algum gen…..Vamos ter o proprio fantocheBolso, o fantocheVelez, fantocheAraújo…….todos muito decorativos e como a unica função, de criar alvoroço em rede social…Quem vai mandar mesmo são as “estrelas”…..

     

     

  4. Bolsonaro deveria ter lido

    Bolsonaro deveria ter lido alguma coisa sobre o Marechal Cordeiro de Farias antes de encher o priemiro escalão com militares. O marechal que foi bem atuante nos governos Vargas, Juscelino e Jânio sempre foi contra a presença de militares no governo. Segunbdo ele, até mesmo o ministério da defesa deveria ficar com um civil para evitar ciúmes entre as forças armadas.

  5. Governo Militar, sim senhor…

    Governo Militar: um capitão cercado de generais por todos os lados.

    E o general Mourão já disse que não será um vice decorativo. Aliás, está bem assanhadinho.

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