Aliados de Temer pressionam por nome do meio político ao STF

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Por outro lado, a Lava Jato quer homologação imediata da Odebrecht, e torce por desembargador do TRF-4, Gebran Neto, amigo de Moro no Supremo
 
 
Jornal GGN – O presidente Michel Temer recebeu indicações de seus aliados e políticos próximos de que deve “suportar a pressão pública” e não ceder a um nome eminentemente técnico para o Supremo Tribunal Federal (STF). Ao contrário, a pressão interna é para que escolha um nome do universo político, sem aversão aos aliados e que Temer não pode errar nessa decisão.
 
A posição do PMDB e dos aliados do presidente foi transmitida durante um jantar na casa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta terça-feira (24). Estiveram presentes no encontro os principais políticos da cúpula do governo peemedebista: o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário responsável pelas privatizações, Moreira Franco.
 
Se a morte do ministro Teori Zavascki causou comoção e receio de um nome para a relatoria da Operação Lava Jato que possa aliviar os investigados do PMDB, do PSDB e de outros integrantes do governo atual, fazendo com que o próprio presidente se manifestasse sobre não fazer a sua indicação antes de os processos serem distribuidos entre os ministros, por outro, o recado é o contrário.
 
A informação sobre essa reunião foi divulgada em reportagem da Folha de S. Paulo. Durante o jantar, Temer foi aconselhado a não descartar nomes com trânsito no meio político e que tenham ligações com parlamentares, lembrando, ainda, que o nome precisa ser sabatinado pelo próprio Senado antes de assumir a cadeira.
 
Nesse processo, Temer deve, ainda, dar ouvidos a um dos principais apoiadores que tem hoje no Supremo, o ministro Gilmar Mendes. Citado como o exemplo de juiz que compõe a Corte maior e, ainda, tem relações e afinidades no meio político, o ministro poderá indicar o nome que Temer irá entregar ao Senado para a sabatina.
 
Em resposta, o presidente afirmou que sabe que está sendo pressionado, mas que deve manter o tema com cautela, mas con firmou que não irá ignorar ou rechaçar opções que tenham conexões políticas, que poderiam favorecer o presidente e toda a sua cúpula de governo e base aliada no Congresso.
 
Nesse sentido, integrantes do governo estariam fazendo uma espécie de “sabatina” prévia sobre nomes, questionando cotados sobre temas como, por exemplo, se é favorável à diferenciação entre caixa dois e corrupção, sobre a prisão após a segunda instância, entre outros temas.
 
O presidente, por outro lado, nega que estão sendo feitas essas consultas e que, se ocorrem, são “sem autorização” do Planalto. 
 
Por outro lado, de dentro do Judiciário, os investigadores, a força-tarefa e membros da Operação Lava Jato estão com expectativas para que a presidente do STF, Cármen Lúcia, homologue a delação da Odebrecht, o mais rápido possível, antes da volta do expediente do Judiciário, em 1º de fevereiro.
 
Dentro da primeira instância de Curitiba, os membros da Lava Jato estão torcendo para que o sorteio seja feito, ainda, entre todos os ministros do STF, e não apenas entre os integrantes da segunda turma.
 
Um dos nomes que os investigadores apostam, que ocorreria de bom tom para o juiz Sergio Moro, é o desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Além de relações muito próximas ao magistrado de Curitiba, com relações pessoais e de amizade íntima, Gebran é o responsável hoje por julgar recursos de réus da Lava Jato na segunda instância contra as decisões de Moro. 
 
Nos casos relacionados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, Gebran tem sido rígido ao não garantir direitos de ampla defesa e concordar com todas as decisões de Sérgio Moro na investigação contra o ex-presidente.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. ajudando

    Vamos então modificar a composição da bagaça:

    O psdb terá direito da nomeação de x representantes sob chefia do Gilmar dantas mendes

    O pmdb terá direito da etc. etc

    O dem terá direito da etc. etc.

    A bancada da bíblia idem

    A bancada da bala idem

    A bancada do boi idem

    A pf terá direito da etc. etc.

    As FFAA com direito de etc. etc.

    As minorias terão o direito de apanhar amplamente assegurado.

    Em minha opinião um numero adequado para o stf pode ser???

  2. Gilmar Mendes

    Será que ainda não aventaram a hipótese do Gilmar ser novamente indicado ? Assim ele teria 2 vagas no STF. Em tempos excepcionais, VALE TUDO, não é o que MPF e STF andam proclamando ?

    Deus, tende piedade de nós !

  3. Gebran é um dos juízes em

    Gebran é um dos juízes em cuja opinião a Lava-Jato se sobreções à Constituição. Ele precisa é ser punido e afastado o quanto antes da magistratura; é inconcebível que um inimigo da Constituição seja alçado à Corte Constitucional.

    Mas se é para fazer como esse pessoal quer, fazemos qualquer negócio: temos aqui, em liquidação, a preço de custo, algumas jóias que muito embelezariam o tribunal, dentro da perspectiva de destruição nacional encarnada pelo governo:

    – Alexandre Frota – totalmente desprovido de hipocrisia, um excelente nome político para unificar todas as bancadas do racismo, do machismo e da homofobia. Tem uma perspectiva toda original a respeito do crime de estupro, que em muito contribuiria para colocar o país no rumo da Arábia Saudita;

    – Jair Bolsonaro – alguém com trânsito não apenas político, mas também militar. Teria um grande papel na economia, ajudando o país a economizar milhões de dólares atualmente desperdiçados com a população carcerária. Também estimularia muito a indústria bélica;

    – Susane Richtofen – totalmente técnica, sabe-se que não leva jamais em conta as emoções. Seria incapaz de favorecer a própria família, portanto afastaria qualquer risco de nepotismo;

    – Fernando Beira-mar – nome de projeção internacional, com ampla experiência no rito sumário e muita tarimba para casos excepcionais para os quais não vale o ordenamento jurídico ordinário.

    – Champinha – por que não, um nome jovem, destemido, que não se curva diante da opinião pública. Tem ainda a vantagem de ser inimputável, portanto não poderia ser removido do cargo.

    – Danilo Genitili – não seria uma graça?

    Enfim, as opções são muitas.

  4. O retrato da falência de um país

    A morte de um juiz do STF e a sua substituição paralisam a vida política do país, e dependendo do nome escolhido, a situação do país pode evoluir de falência para liquidação extrajudicial. Em 2018, elege-se o síndico da massa falida. 

  5. Tolos

    O PMDB, macaco velho, deveria saber que ao indicar um ministro político para o STF vai dar um tiro no pé, pois o dito cujo estará sujeito a chantagens da mídia e de uma certa turma cheia de dossiês. Uma figura assim vai entregar a cabeça dos medalhões do PMDB num piscar de olhos.

    A única saída para o STF é a indicação de uma personalidade íntegra e ideologicamente garantista. De preferência uma pessoa já testada diante de situações midiáticas difíceis, que resgate o Estado de Direito no judiciário brasileiro. Pode parecer utópico esperar isso do PMDB, mas por incrível que pareça seria até o melhor para os interesses egoístas do partido.

  6. Ilibada reputação

    O juizinho traidor da patria e amigo de traficante não tem, pois foi reprovado duas vezes no concurso publico 

    Então o de reputação realmente ilibada, para representar os golpistas, traidores da patria e ladrões é o MARCOLA

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