Mídia se esforça para descolar Paulo Preto de Serra e Alckmin no caso Dersa

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Mesmo tendo sido alçado para o comando da Dersa durante os governos de José Serra e Geraldo Alckmin em São Paulo, Paulo Vieira de Souza, mais conhecido como Paulo Preto, vem passando por uma operação de descolamento dos tucanos.
 
O jornal Estadão, em reportagens divulgadas nesta quarta (21), sequer chama Paulo Preto pelo apelido. Serra só é citado na última linha de um dos textos, apenas para dizer que não teve nada a ver com as denúncias reveladas por delatores da Odebrecht.
 
“Vieira de Souza” é acusado de ter cobrado propina de empreiteiras que participaram da construção de obras feitas numa parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado. 
 
Gilberto Kassab, ex-prefeito, é citado como um suposto favorecido. Paulo Preto teria cobrado um percentual de propina em cima de um contrato da Odebrecht para financiar sua campanha eleitoral. Mas um dos delatores relatou que esse pagamento nunca foi efetuado, pois Kassab já havia recebido caixa 2 da empreiteira.
 
Embora os delatores tenham dito que Paulo Preto “não era visto como técnico, mas como operador político” dentro da Dersa, em nenhum momento o Estadão lembra que ele chegou à empresa em 2005, por indicação de Alckmin, para a diretoria de Relações Institucionais. Foi diretor de Engenharia entre 2007 e 2010, durante todo o governo Serra. Presidenciável do PSDB, Alckmin sequer é citado nos textos do jornal.
 
Segundo os delatores, Paulo Preto “comandava esquema de cartel para as obras viárias em São Paulo”. Só o doleiro Adir Assad [foto], amigo do ex-Dersa desde 1993, afirma ter repassado a ele R$ 100 milhões nesse esquema. 
 
O Valor publicou nesta quarta (21) reportagem sobre autoria interna na Dersa que revela outro esquema que desviou recursos da empresa pública, apenas lembrando da nomeação pelos governadores tucanos.
 
Segundo essa apuração, Paulo Preto teria dado ordens para pagamentos ilegais de indenização envolvendo as obras viárias.
 
Pessoas ligadas a seus familiares teriam servido de laranja no recebimento de recursos desviados. No total, foram constatadas 1,7 mil casos de frauses que teriam desviado R$ 7,7 milhões (R$ 11 milhões em valores atualizados). A denúncia está a cargo do Ministério Público Federal em São Paulo.
 
A matéria ainda destaca que Paulo Preto foi descoberto com uma conta na Suíça onde depositou R$ 120 milhões.
 
Seu papel como possível arrecadador para campanhas do PSDB não foi questionado.
 
Cabe ao leitor traçar um paralelo com o caso de Lula, que teve a pena endurecida por tribunal de segunda instância sob o argumento de que ocupava o cargo responsável pelas nomeações essenciais ao esquema revelado na Lava Jato.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Estadão é a versão atualizada e

    em português do jornal colaboracionista “Je suis Partout” da França da ocupação nazista.

    Duvido muito que donos e empregados acabem como os do “Je suis Partout”.

    1. É estarrecedor

      Como o Brasil lembra a França de Vichy!  (Tem uns toques surreais de salazarismo e franquismo , com todas as maldades subadjacentes).

      Nosso  Judiciário e as Sessões Especiais de Justiça…..

  2. E pedem a prisão de Lula

    Não fosse o Brasil um Pais de zombies, todos esses jornalões ja teriam sido empastaledao ha muito tempo. A hipocrisia é tanta para aqueles que vêem o jogo que chega a causar uma estranha sensação de que vivemos no mundo da Alice atras do espelho. Tudo é surrealista, falso, coisificado.

  3. A versão da imprensa e da Polícia é a mesma da defesa do PSDB

    É incrível como a versão oficial do PSDB acaba sempre coincidindo com a que aparece nos jornais… e geralmente é a mesma linha de investigação da Polícia.

    Exemplo clássico: “O PSDB NÃO ROUBOU NA LAVA-JATO POIS ERA OPOSIÇÃO!”

    Não importa que 100% dos depoimentos jogassem essa tese no esgoto… apesar disso Moro nunca abandonou essa linha de raciocínio ridícula. Da mesma forma a imprensa abraça a versão da defesa como se fosse a verdade… mas apenas no caso do PSDB.

    Perderam a vergonha na cara completamente!

  4. Questão de Gosto

    Nassif: tá certo o noticioso e o noticiário. Veja só. PSDB/DEM/PPS+mdb nunca gostaram de negros. Preto, pra corja, só prá voto e pra servir cafezinho em seus gabinetes. Suportam até engraxates. Fora isso, fora, fora… Por quê esse Paulo seria excessão? Fosse Paulo Moreninho, Paulo Queimado do Sol de Ipanema, vá lá. Mas Preto, pra esse bando, só café… E alguns nem tomam puro.

  5. Mídia….

    Mídia se esforça para descolar FEBRE AMARELA do estado e cidade de São Paulo. Assim como tenta esconder a epidemia de Leschmaniose. Estamos submetidos a doenças medievais em pleno 2018 !! Mas o mais interessante é a tentativa de acobertar e federalizar a mediocridade e incompetência tucana. Paulo Maluf ampliou e interligou o Sistema Cantareira para tranquilidade da região metropolitana paulista para 25 anos, ou seja, 1/4 de século. Uma das águas mais puras do planeta para consumo. Está lá tudo registrado e gravado. Advinha quanto tempo levou, devido a Privatarias, mediocridades, incompetências e corrupções tucanas para o Desastre, Calamidade, Colapso, Tragédia do fornecimento de água na capital? 25 anos !!!! Não adianta tentar esconder a Verdade. “Conheceis a Verdade. E a Verdade Vos Libertará” (P.S. E a FEBRE AMARELA chegou à capital extamente pelo Sistema Cantareira defasado, arruinado e produzindo uma calamidade ambiental)

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