Por que Bolsonaro solicitou ao Ministro da Saúde, José Queiroga, que estudasse uma maneira de desobrigar as pessoas a usarem máscara? Simples: para desfeiteá-lo, como desforra pelo fato de Queiroga ter declaro, na CPI do Covid, que não acreditava na capacidade terapêutica da cloroquina. Simples assim.
Para quem conhece a psicologia da besta, era óbvio que haveria a desforra. E ela surgiu na fala em que ele menciona “um tal de Queiroga” e informa sobre a ordem.
Ou seja, por uma questão de ego, Bolsonaro coloca em jogo a saude pública e a possibilidade de perder mais um Ministro da Saúde em um momento em que, mais do que nunca, fica nítida a sua responsabilidade no agravamento da pandemia.
Daqui para frente, Bolsonaro vai submeter Queiroga a um processo gradativo de fritura, de desaforos. Queiroga terá duas opções: ou aceita as humilhações impostas por Bolsonaro e se desmoraliza perante os colegas; ou pede demissão.
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Nassif: deslumbrado como está com o cargo não me admiraria se o ministro acatasse a ordem. Pareceria criança que ganha pirulito inusitado e não vai largá-lo só porque o “pai” ralhou por seu procedimento junto a terceiros. Pode ter sido picado pelo mosquito hierárquico dos quartéis, como seu antecessor, e levar aquela vidinha de capacho. Não se pode afastar sua voluntária vontade de “servir”. O cargo possibilita muitos horizontes negociais na área em que está, ramo profissional altamente lucrativo. E essa de “salvar” vidas, “em tempo de pirão pouco, primeiro a minha”, diz o ditado. Se se submeter às ordens terá, pelo art. 142 da Constituição, qualquer ato seu (por mais sórdido que pareça ser) resguardado por 100 anos de sigilo e impunidade. É ou não é tentador?…