Sobre o leilão do pré-sal, sonegadores e lucros não tributados, por Luis Felipe Miguel

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Por Luis Felipe Miguel

No Facebook

A imprensa enche a boca pra falar dos R$ 3 bilhões obtidos com a entrega de mais um pedaço do pré-sal. Para quem verte o suor do próprio rosto todo santo dia e não alcança mais do que uns poucos reais de salário no final do mês, é uma montanha de dinheiro. Mas diante do que vale o petróleo a ser explorado, está claro que foi preço de banana.

Enquanto os três bilhões e pouquinho dos três campos do pré-sal são festejados, o Estado brasileiro continua sem cobrar imposto de lucros e dividendos de pessoas físicas. É, ao lado da Estônia, um dos dois únicos do mundo que dão esse refresco para os riquíssimos. FHC extinguiu o tributo em 1995 e ele nunca voltou. Segundo estimativas, seriam arrecadados uns 60 bilhões de reais por ano com a volta do imposto em sua (pequena) alíquota original.

Ou então seria possível ir atrás dos sonegadores, em vez de perdoá-los. No final de 2016, só as dívidas de 4 mil latifundiários somavam astronômicos R$ 900 bilhões e a União não mostrava nenhum interesse em cobrá-las.

Mas não se pode falar de tributação progressiva e de combate a sonegação no Brasil – no máximo, combate à sonegação é secretaria de Fazenda fazendo promoção para que o consumidor exija nota fiscal na padaria. É assunto tabu. O pato da Fiesp proíbe.

Este é um dos pontos em que a natureza de classe do Estado brasileiro fica mais escancarada.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Cada um dos membros das
    Cada um dos membros das famílias do Itaúúú, cobriria três vezes este chiclete de borracha da mídia, somente com uma ano de usura sem tributação da bananalândia.

  2. malho

    “A imprensa enche a boca pra falar dos R$ 3 bilhões”

    Então tá. Dos dez bilhões pagos ao fundo de cotistas brasileiros nos EUA, nem um pio.

    Pior: Quando falavam algo era para por a culpa no culpado de plantão: Lula.

    Aquele que ia transformar o Brasil numa Venezuela. O dono do Tripec. O Almirante dos pedalinhos.

    Haja saco.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador