Governo Bolsonaro libera publicidade em livros escolares

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Foto: José Cruz/Agência Brasil
 
Jornal GGN – Logo após assumir o executivo, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) alterou em 2 de janeiro o edital de livros didáticos que serão entregues nas escolas em 2020. O programa até então considerado rígido, na nova versão descarta o item que impedia a publicação de erros de revisão e impressão, publicidade e dispensa a obrigatoriedade de ilustrações que retratem a diversidade étnica e referências bibliográficas. 

 
As mudanças realizadas no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), valem para os materiais comprados para o ensino fundamental 2 –  do 6º ao 9º ano. Uma das alterações, é a retirada do item que obrigava materiais com a presença de ilustrações que mostrasse “adequadamente a diversidade étnica da população brasileira, a pluralidade social e cultural do país”. Agora, as figuras dos livros didáticos não precisam mais ilustrar negros, brancos e índios.
 
As antigas regras também previam a desclassificação dos livros que tivessem erros em mais de 10% das páginas. Porém, no novo documento não consta mais o item que orienta uma publicação  “isenta de erros de revisão e /ou impressão”. Ainda, as editoras não precisarão mais publicar conteúdos baseados em pesquisas, uma vez que não há necessidade de citar a origem da informação.
 
As mudanças no anexo 3 do edital do PNLD, no tópico sobre “Critérios para Avaliação das Obras Didáticas”, também abre um leque para a presença de publicidade nos livros. A antiga regra que proibia a menção de marcas, produtos ou serviços comerciais nos livros, foi extinta.
 
De acordo com a reportagem no blog da jornalista Renata Cafardo, do jornal Estado de S. Paulo, as editoras que enviaram seus materiais em novembro passado para avaliação do MEC, agora temem que seus livros sejam reprovados e que materiais de baixa qualidade cheguem às escolas. 
 
Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

12 Comentários

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  1. A exigência de bibliografia

    A exigência de bibliografia tornava meio difícil a publicação das “ideias” de Olavo de Carvalho, como o geocentrismo, por exemplo.

    Agora será bem mais fácil para os estudantes brasileiros descobrirem os ensinamentos do “gênio” por trás do “mito”.

  2. Tá tudo errado?

    Tolerância com erros de revisão já foi desmentida. Não lí a fundo o assunto. A princípio, permitir publicidade deve baratear o custo do livro. Parece não haver problema.

    1. A Taurus e a $mith vão fazer anúncios nos livros didáticos

      Talvez o bordel Bahamas também anuncie seus serviços nos livros didáticos.

      A propaganda é a alma do negócio. Se você não anuncia, ninguém fica sabendo o que você tem para vender.

  3. Melhor JAIR se acostumanado

    Notícia na era Bolsonaro é assim : de manhã disse uma coisa , quando chega à noite já voltou atrás; não dá tempo dos jornalistas atualizarem .

  4. Formação de consumidores?

    Não mais cidadãos nem eleitores conscientes, a juventude será orientada para ser um bom consumidor. A piada virou verdade

    HINO NACIONAL DA PROPAGANDA

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  5. Não é difícil imaginar o

    Não é difícil imaginar o futuro que está sendo desenhado pela imbecilização programada da população brasileira.

    Daqui a 10 anos o golpe “com o STF com tudo” dará belos frutos: homens bombas evangélicos comandados pelo clã Bolsonaro. Alguém ficará surpreso ou triste quando eles começarem a explodir dentro dos Fóruns por causa de decisões indesejadas por pastores terroristas?

  6. O Meretríssimo Marcelo Bretas vira advogado do Governo Bozo

    Certamente de olho numa boquinha no $TJ ou $TF, o Juiz Marcelo Bretas virou advogado do Governo Bolsonaro:

    “Alguns Países estão democraticamente mudando a orientação de seus governos, de esquerda (viés mais populista) para centro-direita (viés mais técnico) [sic]. Respeitemos a vontade da maioria e aguardemos o cumprimento das propostas. Críticas prematuras são claramente oportunistas”.

    O mencionado juiz e sua mulher, que também é juíza, recebiam auxílio-moradia. Com a perda da referida verba, por conta do reajuste de quase 17% que tiveram os Magistrados, o Marcelo Bretas entrou com uma ação judicial contra a União, a fim de não perder a mamata/privilégio.

    O referido Juiz disse:

    “Sim, propus ação judicial contra a União (processo público) contra a restrição imposta pelo CNJ. Pois é, tenho esse ‘estranho’ hábito. Sempre que penso ter direito a algo eu VOU À JUSTIÇA e peço. Talvez devesse ficar chorando num canto, OU PEGAR ESCONDIDO OU À FORÇA. Mas, como TENHO MEDO DE MERECER ALGUM CASTIGO, peço na Justiça o meu direito”.

    A Lei deve ser cumprida por amor ou por temor?

    https://midiaindependente.org/pt/red/2014/04/531041.shtml

     

    “Para propagar a virtude, é melhor o encorajamento e a palavra persuasiva do que a lei e a coerção. Quem evita ser injusto por temor à lei, provavelmente cometerá o mal em segredo; quem, ao contrario, for levado ao dever pela convicção, provavelmente não será injusto nem em segredo e nem abertamente.” Demócrito de Abdera (fragmento DK 68 B 181) 

    http://humanaesfera.blogspot.com/2014/05/contra-as-recompensas-e-punicoes-isto-e.html

     

    Na Rússia, são lícitas relações sexuais com mulheres de 14 anos. Se o Marcelo Bretãs fosse à Rússia, ele transaria com uma mulher de 14 anos?

     

    O Marcelo Bretas pode ter moral, mas não tem ética. A diferença entre moral e ética é que quem tem tem moral mas não tem ética evita cometer erros ou crimes por temor e quem tem ética evita cometer erros não por temor, mas por amor.

  7. Boa ideia…

    “Hoje, vamos aprender sobre a diferença entre alimentos ultraprocessados e alimentos in natura. Por favor, abram na propaganda da página…”

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