A presidência mais curta da história, por Victor Saavedra

Charge do Mariano

Um conto sobre as poucas horas de sustentação de quem foi eleito com base a Fake News

A presidência mais curta da história, por Victor Saavedra

O novo governo tinha começado de forma surpreendente. Na terça-feira mesmo o recém empossado presidente, que nomeara ex-militares para quase todos os ministérios, exceto Fazenda (que incorporou Economia), Saúde e Agricultura, já tinha dado suas primeiras ordens como ainda tivesse sua patente:

– Intervenções do Exército em todas as grandes cidades e a ampliação do decreto nº 9.527, de 15 de outubro de 2018 que criou a “Força-Tarefa de Inteligência para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil”, além da nomeação do vice-presidente como comandante interino da rama devido aos problemas de saúde de Villas Boas;

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– A revogação das Leis de Proteção Ambiental e o fim do Ministério de Meio Ambiente, cujas funções serão assumidas pela nova equipe do Ministério de Agricultura, e o fim dos pedágios para o transporte da produção agrícola, eliminando as travas produtivas de forma imediata. Tambem foi ordenada a prisão de todo e qualquer membro do MST, MTST, Indigenista ou de qualquer outra organização / tribo que queira interferir com o Projeto Brasil.

– O fim dos beneficios para presidiarios e a transferência imediata de todos os presos por corrupção para o Regime Disciplinar Diferenciado, prioritariamente os que estava detidos em sedes da Polícia Federal, e o indulto a quem foi seu colega de partido por mais de 20 anos, um tal Paulo Maluf, devido às suas condições de Saúde;

– O recolhimento e reavaliação de todos os livros escolares nas escolas e bibliotecas pública do país, será preciso colocar tarjas pretas para cumprir a promessa presidencial sobre o fim da Ideologia de Paulo Freire. Também foi decretada a obrigatoriedade de uniformes escolares e regras para a aparência em toda instituição de ensino credenciada no Ministério de Educação e Cultura;

No dia seguinte começou a tensão, quando representantes de todos os segmentos tentaram conseguir no Supremo Tribunal Federal uma liminar para revogar as primeiras ordens do mandatário, mas não conseguiram ingressar no prédio rodeado de soldados. Os jornalistas que se atreviam a fazer perguntas eram detidos pelas forças policiais para averiguação de documentos e comprovação de domicilio. O dia foi de total silêncio online, devido a uma ordem do supremo que acabou com a privacidade do Facebook, o aplicativo de mensagens Whatsapp, e certos portais de noticias.

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Nessa noite o apresentador do Jornal Nacional abriu a edição lendo um novo editorial das Organizações, corrigindo um certo equívoco na sua história e reafirmando o seu apoio de seu fundador ao movimento de 1964. O noticiario também trouxe uma entrevista de 15 minutos com o superministro da Fazenda sobre os rumos do país.

Na manhã do dia 3 a equipe da Globo já estava à postos quando o primeiro tanque chegou ao Palacio do Planalto às 7:30 da manhã. De um lado o capitão eleito e seus filhos, todos com a bandeira nas costas, gritando ordens que não seriam obedecidas; do outro o militar da reserva que aceitou ser vice, mas que em nome das forças armadas e com um revólver na mão subia a rampa para exigir a saída de quem achou mesmo que ia governar.

O país inteiro viu o video do tiro certeiro que atravessou a cabeça do Deputado Federal que tentou sacar uma arma. O presidente ajoelhado ao lado do corpo de seu primogênito entregou a faixa entre lágrimas, e acabou sendo expatriado. Do outro filho não há noticias, apenas alguns rumores. O país elegeu um governo de militares, então é isso que vamos ter!

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O Congresso Nacional não chegou a sessionar e já foi dissolvido. O agora representante dos cidadãos de bem trocou os ministros civis e se trancou com seu gabinete durante horas criando as bases da que sería a nova Carta Magna, feita sob medida para impedir as bandeiras vermelhas de tremularem novamente nas avenidas.

Redação

3 Comentários

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  1. Dizem que o celerado não

    Dizem que o celerado não atirou pelas costas porque o atingido estava vestindo camiseta que homenageava o ustra com fotografia no lado de trás da mesma: “e o ustra, cuspiu o celerado, é pessoa que eu (ele) respeito por sua atuação democrática durante as torturas nos anos de chumbo (agora chamados de algodão entre cristais): afinal, levar a família, principalmente os filhos, para assistirem os pais em paus-de-arara, choque-elétricos, réguas, taponas, telefones e o escambau, repetiu o celerado para a “nova” agência brasil e de comunicação, ora rebatizada de “calem a boca, né, dona carmencita?”, em si é ato democrático de primeira e última trincheira da liberdade de bater e cuspir, matar e dar sumiço no corpo”.

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