Jornal GGN – A Congregação da ECA (Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo) aprovou manifesto em favor da democracia. E sua defesa intransigente. O ‘Manifesto em defesa de democracia’ foi aprovado em reunião realizada no dia 24 de outubro e, na ocasião, aprovou-se também a Carta das Universidades pela Democracia.
No manifesto, a Congregação posiciona-se, claramente, contra a candidatura que se coloca contra os princípios democráticos mais elementares, onde se postula a defesa do regime militar, da destruição de direitos trabalhistas e armamento generalizado da população. ‘Não se pode silenciar diante de uma candidatura que visa legitimar o arbítrio do estado, a tortura, a homofobia, a misoginia, o racismo e a violência’, diz o documento.
Leia o documento a seguir.
ECA – Manifesto em defesa da democracia
Nesta eleição, diante de uma candidatura que se coloca em flagrante antagonismo aos princípios democráticos mais elementares e que tem encontrado eco em amplas parcelas do eleitorado, a Congregação da ECA entende que não pode deixar de se posicionar.
Não podemos nos calar diante da candidatura do PSL, de Jair Bolsonaro e de Hamilton Mourão, defensores da herança política do regime militar, da destruição paulatina do que ainda nos resta de direitos trabalhistas e do armamento generalizado da população em um dos países que apresenta uma das mais altas taxas de homicídios. Não se pode silenciar diante de uma candidatura que visa legitimar o arbítrio do estado, a tortura, a homofobia, a misoginia, o racismo e a violência.
Não podemos compactuar com a regressão do que com muita luta se conseguiu avançar nesse país em relação às liberdades democráticas, aos direitos humanos e à cidadania, ainda mais quando temos ciência do quão distantes ainda estamos de conquistar uma sociedade mais justa, mais tolerante e inclusiva. Cabe ainda mencionar os conhecidos posicionamentos destes candidatos contra a universidade pública, a favor do malfadado projeto Escola sem Partido e a favor da censura às manifestações artísticas. Estas posições nos atingem diretamente enquanto pesquisadores e artistas.
Além disso, Bolsonaro e seus partidários manifestam abertamente posições que contestam, não só os estatutos dos Direitos Humanos, mas também os esforços no sentido de preservar a biodiversidade e as políticas de proteção aos povos indígenas.
Causam surpresa as alegações que procuram justificar o voto nesta candidatura com base na rejeição a outras ou ao atual sistema político, independentemente da necessidade de transformá-lo. Para cidadãos que têm acesso à informação qualificada e podem realizar apreciações ponderadas e críticas, isso não pode ser pretexto para observar passivamente que o país seja levado a tamanho retrocesso.
Queremos nos somar a tantos que mantém o compromisso de lutar para que nossa sociedade supere as barreiras que nos tem impedido de caminhar para melhores patamares de desenvolvimento e justiça social.
A Congregação da ECA junta-se, portanto, a tantas outras vozes que ecoam “Ele Não”!
São Paulo, 25 de outubro de 2018
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