Lula assombra a oposição, por Maurício Dias

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Sugerido por Romério Rômulo

Da CartaCapital

Há mais de 12 anos a oposição tucana, após ser expulsa de um ciclo de poder de oito, procura com o apoio solidário da mídia um remédio para voltar a ocupar o Palácio do Planalto e os demais vetustos conservadores.

Para isso é preciso vencer Lula. A qualquer preço. Como não pode fazer o ex-presidente beber cicuta e, ainda mais, sem um programa alternativo de governo convincente, a dita oposição sentou-se ao piano para tocar o samba de uma nota só: corrupção.

Essa hipocrisia moralista remete à célebre observação entediada de Millôr Fernandes: “Estou cansado de sentar à mesa com corruptos para falar da corrupção”.

Na continuidade desse objetivo político, os oposicionistas, sem sucesso, abalados por quatro derrotas na disputa pela Presidência da República, partiram para o desespero. Resolveram sacrificar os políticos e os partidos e, para isso, não se importaram em atear fogo às próprias vestes.

A oposição plantou vento e colheu tempestade.

Essa é a tradução mais próxima do resultado apontado pela recém-publicada pesquisa Ibope, cujo objetivo foi o de perceber o sentimento do eleitor sobre os prováveis presidenciáveis na eleição de 2018. O resultado está nos porcentuais elevadíssimos de repulsa aos políticos e, por dedução, à política.

Lula lidera esse ranking negativo com 55% de rejeição, em empate quase numérico com José Serra, que tem 54%. Em empate técnico com esses dois, estão Geraldo Alckmin e Ciro Gomes, com 52%, seguidos por Marina Silva com 50% e por Aécio Neves com 47% de rejeição.

Embora a pesquisa foque a rejeição, pode-se projetar o possível resultado nas urnas, se a eleição fosse hoje, a partir da resposta dos eleitores a duas perguntas: a certeza do voto e a possibilidade de votar (tabela).

“O resultado da pergunta sobre a certeza do voto, manifestada pelo eleitor, é, nesse momento, a mais consistente indicação da pesquisa”, assegura Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope.

Há algumas surpresas no resultado dessa sondagem. A elevada rejeição a Aécio e a Marina. Ele tinha 32% e Marina 31% em outubro de 2014. Um aumento de 15% e 19%, respectivamente.

O porcentual de rejeição a Lula, elevada em 22% desde maio de 2014, é facilmente explicável. Além do intenso ataque da mídia, o ex-presidente recebe reflexos da crise econômica conjuntural.

Os resultados da pesquisa fazem vislumbrar uma trajetória para a vitória de Lula maior do que a de seus adversários. O esforço do desmanche da política e dos partidos beneficia os líderes com capacidade de transferir e captar votos de diferentes classes sociais. Favorece, assim, a Lula.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Derrota da grande mídia

    O atual cenário político com o uso do poder judiciário e da da força policial é uma demonstração de que os setores mais conservadores da sociedade não tem nenhuma esperança em derrotar o PT nas urnas, definitivamente jogaram a toalha e partiram para o tapetão.

    A tese de “Lula o Breve” não se confirmou, muito menos a aliança com a grande mídia deu os frutos esperados, nem mesmo com capa de revista  e edição antecipadas as vésperas das eleições.

    Para grande mídia restou apenas o pepel de tentar legitimar a tentativa do golpe, que está seriamente abalada com os desdobramentos das investigações das ações do atual presidente da câmara dos deputados.

    Com a redução do poder de influência junto ao eleitorado, cada vez mais o papel político da grande mídia vai sendo reduzido.

  2. Logo logo, o piso de certo do

    Logo logo, o piso de certo do Lula pulará para 30%, que é o patamar histórico do PT.

    Quando o Lula começar abrir a boca, sai de baixo.

  3. O desespero vai chegar breve …

    Os “grandes” desfiles de beldades e seus pitbulls raivosos deu a esse grupo a ilusão de que “já era” perdeu, perdeu, mané!

    Tadinhos, não aprendem nunca. 

    Realmente fiquei supreso com a elevada rejeição da Marina, que pensei ia colher as sobras da briga entre o mar e os rochedos. Isso não aocnteceu. Daqui a pouco vão ficar contando nos dedos … perdemos 1%, 2% até a inviabilização total.

    Até lá vamos aturando os desmandos, os absurdos e as covardias no nosso dia-a-dia midiático.

  4. A trancinha da Marcela Temer

    “Além do intenso ataque da mídia, o ex-presidente recebe reflexos da crise econômica conjuntural.”

    Só um fanático e lunático (ou seria lulático?) poderia afirmar isso. Conversa mole. Foi uma crise provocada pela incompetência do poste que hoje desgoverna o país. Dilma destruiu a herança recebida, desmoralizou o PT e inviabilizou o retorno de Lula. Se Lula for teimoso sera massacrado pela imprensa que descobrirá corrupção até da mãe dele. E o Moro vai pedir exumação.  

    O PT não tem outro candidato.  O PSDB também está com a bola murcha. Saindo da base aliada o PMDB terá grande chance com Michel Temer. Não será nenhuma tragédia. E vou a Brasilia na posse só pra ver a primeira-dama…..com aquela trancinha que mata as barangas de raiva.

  5. O que vejo mesmo é todo o

    O que vejo mesmo é todo o espaço pro aparecimento de um “salvador da patria” messianico com discurso cheio de lugar comum e que pode acabar chegando com facilidade ao segundo turno e até ganhando a eleição graças a rejeição alta de quase todo mundo… Acho que quem cai é exatamente a tucanada pois nem todos os votos deles são realmente deles e migrariam com facilidade pra uma aventura. a eleição é em 2018 tem tempo pra aparecer um maluco.

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