Mesmo sem Lula, PT vai ao 2º turno com Bolsonaro, diz Marcos Coimbra ao GGN

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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“O Bolsonaro não precisou de nenhuma mídia para chegar onde chegou. Assim como a candidatura do PT também não precisou de mídia favorável. Os 2 candidatos que lideram as pesquisas foram sistematicamente ignorados e, cada um a seu modo, hostilizados pela imprensa. Não me parece que essa manutenção da desiguladade de tratamento, que vai se acentuar com a participação da chapa de Alckmin com o Centrão, vai mudar o quadro”, diz Marcos Coimbra

Jornal GGN – Enquanto a direita está fragmentada e Geraldo Alckmin (PSDB) não esboça “vitalidade” para desbancar Jair Bolsonaro (PFL) da vice-liderança nas pesquisas de opinião, o eleitorado mais à esquerda está “fundamentalmente” unido em torno do PT, graças às estratégias de Lula. Com o ex-presidente na cabeça da chapa petista, o partido venceria no primeiro turno. Mas, mesmo com um substituto, deve chegar ao segundo turno com favoritismo e disputar a estadia por 4 anos no Palácio da Alvorada com Bolsonaro. A avaliação que destoa das previsões sobre um embate entre PT e PSDB pela quarta vez consecutiva é do sociólogo e presidente do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra.

Na tarde desta segunda (13), Coimbra atendeu a equipe do GGN para uma entrevista por telefone. Na oportunidade, Coimbra avaliou que Alckmin tenha mais alianças partidárias, maior tempo de rádio e TV, mais recursos para financiar sua campanha e uma certa blindagem da grande mídia, os contras ainda são maiores do que os prós: nada disso deverá fazer grande diferença se o candidato do PSDB é bem conhecido da população e muito mal avaliado. “Televisão faz muita diferença quando os candidatos são pouco conhecidos e bem avaliados.”

Se mídia fosse fator determinante, acrescentou Coimbra, Bolsonaro não estaria bem colocado nas pesquisas. O mesmo raciocínio serve para Lula, condenado e preso pela Lava Jato. “O Bolsonaro não precisou de nenhuma mídia desse tipo para chegar onde chegou. Assim como a candidatura do PT também não precisou, digamos assim, da mídia favorável em momento algum”, disse.A população vem fazendo suas escolhas ignorando o que a grande mídia tem a dizer sobre a eleição e os candidatos, e é por isso que estamos neste ponto. Ambos os candidatos são sistematicamente criticados”, acrescentou.

Coimbra também questiona a estratégia eleitoral do PSDB, que penetra cada vez mais na agenda de extrema-direita, na tentativa de tirar votos de Bolsonaro. Na visão do cientista político, quanto mais Alckmin “vai para a direita, mais ele se afasta do eleitorado social-democrata que, no passado, foi muito importante para o PSDB. Quanto mais ele tenta ocupar o espaço de Bolsonaro, mais ele deixa órfão o eleitorado social-democrata que, digamos, não é petista, mas também não é de ultra-direita.”

Como tudo caminha para que o candidato do PT seja Fernando Haddad, Coimbra aposta que as próximas pesquisas eleitorais apresentarão com mais clareza os resultados sobre o potencial de transferência de votos de Lula. Para ele, aliás, a melhor maneira de aferir isso é quando o instituto de pesquisa deixa claro que o ex-prefeito é o escolhido de Lula. O Instituto Ipespe, a pedido da XP Investimentos, vem fazendo uma série de pesquisas adicionando essa informação ao eleitor. No estudo divulgado na semana passada, Lula empurrava Haddad do sétimo para segundo lugar.

Coimbra ainda comentou ao GGN a candidatura de Marina Silva pela Rede, que em sua visão tende a ter um desempenho pior do que em 2014, quando chegou em terceiro lugar com 21% dos votos válidos. Já Ciro Gomes, pelo PDT, deverá ver frustrada sua estratégia de herdar os votos de um PT sem Lula.

Leia, abaixo, a entrevista completa.

***

GGN: O senhor prevê, em artigo na CartaCapital, um segundo turno entre PT, independente de quem seja o candidato, e Bolsonaro…

Marcos Coimbra: Tem exatamente um ano que escrevi sobre esse assunto, em agosto de 2017, e conclui da mesma maneira que hoje: com Lula, PT tinha candidatura para ganhar no primeiro turno, mas, mesmo sem ele, é favorito para disputar segundo turno contra um adversário de direita. E este adversário seria Bolsonaro. Há 1 ano eu o considerava o único candidato de direita com vitalidade para chegar ao segundo turno. De um ano para cá, muita pouca coisa mudou. Não creio que seja um resultado surpreendente. É o resultado mais previsível, na minha opinião, há mais de 1 ano.

GGN: Bolsonaro é um candidato sem alianças, com muito pouco tempo de TV e recursos, enquanto Geraldo Alckmin tem a maior coligação ao centro-direita, mais de 5 minutos de TV e muito dinheiro para financiar a campanha. O senhor não acha que, em algum momento, esses elementos vão permitir que Alckmin desbanque Bolsonaro do segundo lugar?

Coimbra: O Bolsonaro não precisou de nenhuma mídia desse tipo para chegar onde chegou. Assim como a candidatura do PT também não precisou, digamos assim, da mídia favorável em momento algum. Os 2 candidatos que lideram as pesquisas com 50% e 60% das intenções de votos [somados] foram sistematicamente ignorados e, cada um a seu modo, hostilizados pela grande imprensa. Não me parece que essa manutenção da desiguladade de tratamento de mídia, que agora vai se acentuar com a participação da chapa de Alckmin com o Centrão, vai mudar muito o quadro.

A população vem fazendo suas escolhas ignorando o que a grande mídia tem a dizer sobre a eleição e os candidatos, e é por isso que estamos neste ponto. Ambos os candidatos são sistematicamente criticados. Eu não tenho nenhuma simpatia por Bolsonaro, mas reconheço que ele também é alvo de tratamento muito desfavorável da grande imprensa.

Televisão faz muita diferença quando os candidatos são pouco conhecidos e bem avaliados. Aí você supõe que quando aumentar o nível de conhecimento, essa boa avaliação vai se ampliar. É exatamente o posto de Alckmin. Ele é bem conhecido e mal avaliado. Não sei como ter uma visibilidade de uma pessoa que as pessoas não gostam [pode ajudar]. Por que ele tem entre 15% a 20% de intenções de voto em São Paulo? Lá as pessoas não o conhecem?! Ele é muito conhecido e, hoje, muito mal avaliado! Não é só responsabilidade dele. O partido dele é hoje muito mal avaliado, tem nível de simpatia que não passa de 2% a 3%, nacionalmente falando. Eu não vejo nenhuma razão para que Alckmin finalmente cresça. Ele é ultra-conhecido e não é bem avaliado. Continuo a achar que o favorito a disputar o segundo turno contra a candidatura do PT é o Bolsonaro.

Por que Bolsonaro está bem arraigado em minha opinião? Porque ele é exatamente o posto de Alckmin. Ele tem nível de conhecimento menor que Alckmin, mas entre quem o conhece, a imagem é melhor do que a do Alckmin. É um sujeito determinado, que tem opiniões e não as esconde. Consegue expressar os sentimentos de um pedaço do eleitorado, coisas que Alckmin perdeu. E quanto mais ele [Alckmin] vai para a direita, mais ele se afasta do eleitorado social-democrata que, no passado, foi muito importante para o PSDB. Quanto mais ele tenta ocupar o espaço de Bolsonaro, mais ele deixa órfão o eleitorado social-democrata que, digamos, não é petista, mas também não é de ultra-direita. No campo da ultra-direita, Bolsonaro é muito mais legítimo que Alckmin ou outros nomes.

GGN: O senhor também diz que o candidato do PT não precisa ser Lula.

Coimbra: Todas as pesquisas indicam isso. Lula tem mais do que intenções de votos suficiente para ganhar no primeiro turno. E, sem ele, as pesquisas mais recentes já mostram Haddad mais a frente do que os outros nomes em discussão. Isso para mim não é surpresa. As pessoas gostariam de votar no Lula, gostam dele, acham que ele foi um ótimo presidente e gostariam de vê-lo disputar. Se não puder, essas pessoas votam no candidato que ele indicar, sim.

GGN: A pesquisa de julho do Vox Populi não analisou nenhum cenário sem Lula como candidato do PT. O senhor saberia dizer se o instituto pretende aferir essa transferência de votos de Lula para o Haddad nas próximas pesquisas, informando que ele provavelmente é o escolhido?

Coimbra: Não temos apenas as pesquisas do Vox Populi. Temos várias outras que já saíram [e que indicam a transferência de votos]. O Datafolha avaliou a transferência de votos do Lula para quem quer que seja o candidato indicado por ele e é da ordem de 30%. Estou dizendo que existem já pesquisas, temos informação, mas não são pesquisas registradas ainda. Aliás, é uma boa pergunta: por que que não há pesquisas registradas? Provavelmente o Ibope anuncie semana que vem dados como estes que estamos falando aqui: uma tendência de polarização entre Bolsonaro e Haddad quando Lula não está na lista. Se Lula estiver, e as pesquisas têm que incluir o nome dele, vai se manter esse favoritismo muito acentuado que ele tem.

 

GGN: Faz muita diferença nos resultados quando o entrevistador diz ao eleitor que o Haddad é o nome escolhido pelo Lula? Porque não parece ser uma prática entre os grandes institutos.

Coimbra: Faz uma enorme diferença, como fez em 2010, antes de começar o horário eleitoral, antes de haver um pouco mais de equilíbrio na cobertura. (…) A Dilma Rousseff era a candidata que Lula apoiava. Quando você falava isso ao entrevistado, ele pensava melhor. Ele tinha direito de saber disso antes de responder. Não me parece ser nada ilegítimo do ponto de vista de pesquisa. Pelo contrário, isto é o correto. Ao apresentar o nome de Haddad, Jaques Wagner ou outro candidato do PT, sem informar que tem o apoio do Lula, [a pesquisa] não diz nada.

GGN: Eu pergunto porque, na semana passada, o Ipespe, a pedido da XP Investimentos, divulgou pesquisa que mostra que Haddad sai do sétimo para o segundo lugar quando o eleitor é informado de que ele tem o apoio direto de Lula. 

Coimbra: Como você sabe, tem muita pesquisa que não é registrada. Isso que o Ipespe constata é verificado por muitas outras pesquisas.

GGN: E a candidatura do Ciro? Ela dividindo votos com o eleitorado de esquerda ameaça o PT?

Coimbra: Ciro, em determinado momento, fez uma avaliação que ele considerou correta: que o eleitorado petista ia ficar órfão, e ele acha que tinha qualificações de receber esse voto. É um equívoco porque esse eleitorado, em grande parte, tem posição político-partidária. Esse núcleo tem identidade com o PT. Esses 20% do eleitorado simpatizam com o PT. Se a pessoa diz que gosta do PT e vota no PT, ela vai fazer isso muito provavelmente. Acho que isso o Ciro subestimou. Ele achou que teria uma grande massa de eleitores do PT sem saber o que faria da eleição.

GGN: Como vê a candidatura de Marina? Acha que ela pode ter um desempenho pior do que em 2014?

Coimbra: Acho Marina uma pessoa positiva, honesta, com trajetória de vida louvável, muito bonita, mas claramente ela passou do ponto. As pessoas acham que ela se enfraqueceu, que tem pouca motivação, pouca vitalidade, pouca capacidade de enfrentar o desafio de governar o País no momento que vivemos. Ela continua uma pessoa muito respeitada, mas com imagem político-administrativa muito enfraquecida. A decisão de apoiar o PSDB em 2014 fez muito mal a ela junto ao eleitorado progressista. É muito provável [que ela tenha desempenho pior].

De certa forma, eu digo isto no meu artigo. Lula foi de extrema capacidade política unificando o voto de esquerda, e a direita está fragmentada. Das 13 candidaturas, 10 estão disputando o eleitorado do centro para a direita.

GGN: Nesta conta do centro para a direita, o Ciro está incluso?

Coimbra: Neste momento, cada vez mais. Quando ele escolheu a Katia Abreu como vice, ele sinalizou o que ele consegue fazer agora. Mas é claro que ele é uma pessoa que tem que se respeitar, assim como Marina. São pessoas com trajetória de vida muito respeitadas. Mas que o eleitorado de esquerda fundamentalmente está unificado, está. E quem fez isso foi o Lula.

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Cientista político prevê PT e PSDB no 2º turno de 2018

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

16 Comentários

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  1. O Haddad tem todas as

    O Haddad tem todas as credenciais para suceder o Lula. Mais cedo ou mais tarde o PT iria substituir o Lula, e o Haddad é o sucessor natural do ex-presidente.

  2. Os eleitores e seus anseios

    Há uma diferença entre os eleitores de Lula e os eleitores do PT.
    Os de Lula querem um renda maior, mais emprego e oportunidades, uma vida melhor.
    Os do PT tudo isso, mas com inclusão social que permita uma maior igualdade social. e uma maior participação na decisões que definam o destino deste país.

    Os eleitores de Bolsono querem antes de mais nada,  que os mais pobres continuem dispostos a realizar as tarefas domésticas, como empregados.
    Além disso,  eles estão assustados com o recente processo de inclusão social, que aumentou a disputa nas universidades, no empregos de maior salário, nos corredores dos shoppings, nas estradas, nos aeroportos.
    Esses eleitores querem que os mais pobres continuem os mais pobres, sem acesso a escola, saúde, e emprego.

    É preciso lembrar que uma das razões do avanço do fascismo é sentimento de ameaça de perda de espaço ou de algo.

     

     

    1. Está esquecendo dos pobres de

      Está esquecendo dos pobres de direita e evangélicos que não reconhecem no PT nenhuma dívida de gratidão. E esses como todos que são pouco instruídos e/ou possuem baixa independência de pensamento, seguem a manada.

       

       

      1. não esqueci

        Apenas restringi meu comentário(de poucos toques) aos eleitores de Lula, do PT e Bolsonoro, cerca de 70% do eleitorado no momento.

        Quanto aos eleitores pobres de direita(diria conservadores) e evangélicos em geral tem um viés de direita quando o PIB e o emprego estão crescendo. e um viés de esquerda quando o desemprego aumenta.

        No atual momento, eles irão de PT, Lula, Marina e Ciro, esse inclusive é um dos motivos que a candidatura do PSDB não crescerá, 

        Anexo:

        O pêndulo esquerda-direita e suas correntes subterrâneas determinantes

        Dois vetores me parecem importantes para explicar essa evolução: a vida material e a formação de comportamentos e hábitos mentais e o fator subjetivo.

        CartaCapital–Régis Moraes—14/11/2016 22:03

        URL:

        https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/O-pendulo-esquerda-direita-e-suas-correntes-subterraneas-determinantes/4/37238

         

         

         

        1. Apenas restringi meu

          Apenas restringi meu comentário(de poucos toques) aos eleitores de Lula, do PT e Bolsonoro, cerca de 70% do eleitorado no momento.

          Não quis dizer que se esqueceu de analisar os pobres de direita e em quem votariam. Quis dizer que pode ser falso o perfil médio do eleitorado do bosonaro como colocou (“Os eleitores de Bolsono querem antes de mais nada,  que os mais pobres continuem dispostos a realizar as tarefas domésticas, como empregados.”). Esse perfil com certeza é do Alckmin, mas já do bolsonaro precisamos lembrar que as pessoas pobres também compram o discurso de que a corrupção é maior mal do Brasil é por isso é preciso entregar tudo e acreditam até mais que as pessoas da classe média que armar a população é a solução para a violência. Ou seja, talvez o grosso de quem vota em bosonaro sejam as pessoas pobres ou pelo menos a classe média baixa que definitvamente não tem condição de ter empregados.

          1. Confira também

            Cidadãos de baixa renda e mulheres, a resistência eleitoral a Bolsonaro
            CartaCapital—por Laura Castanho — publicado 16/05/2018 00p0, última modificação 17/05/2018 21p5
            Para chegar ao segundo turno, pré-candidato terá que trair as ideias de sua base eleitoral, apontam cientistas políticos
            —Bolsonaro tem quase 30% dos votos entre aqueles que recebem mais de 10 salários mínimos, mas apenas 11% entre aqueles com renda de até 1.908 reais. A parcela mais pobre do eleitorado tem forte identificação com o ex-presidente Lula, diz Guarnieri, e justamente por isso ele não poderia seguir se vendendo como antilulista. “Não vejo ele fazendo isso. Se fizer, os seus adversários vão explorar essa contradição.”—
            —Eleitorado
            Até outubro, a maior fonte de desidratação do candidato deverá ser o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tem investido no discurso pró-segurança pública. “Bolsonaro divide com Alckmin os votos dos que tem preferência pelo PSDB. Seu eleitor tem perfil parecido com o de quem vota nos tucanos”, explica Guarnieri.

            O perfil em questão englobaria os homens brancos de até 30 anos, com nível alto de renda e escolaridade. Entre os eleitores com renda superior a 10 salários mínimos (9.540 reais), ele chega a 29% das intenções de voto;

            dos que ganham até dois salários mínimos (1.908 reais), no entanto, fica em 11%. “Esse eleitor (mais rico) não é majoritário [no Brasil], e aí ele se esgota.”

            Curiosamente, o perfil socioeconômico de quem diz rejeitar Bolsonaro é similar: 45% dos entrevistados com nível superior de ensino afirmaram que não votariam nele de jeito nenhum. Já 36% dos que estavam na faixa de renda mais alta disseram o mesmo. —-
            —Mas o que pensa esse eleitorado? Um relatório elaborado pela professora Esther Solano, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a partir de entrevistas com simpatizantes de Bolsonaro de diferente origens, aponta que ele prospera na convergência direitista entre a segurança pública baseadas em punição e o discurso anticorrupção.

            “São pessoas fundamentalmente conservadoras, com uma rejeição muito grande ao avanço dos movimentos feminista, negro e LGBT. Preconizam muito os valores cristãos, da família, da ordem, da autoridade, da hierarquia, e por isso se sentem ameaçados [por esses avanços]”, afirma Solano. “Ele é de extrema direita e reproduz discurso de ódio, mas se apresenta com uma linguagem muito juvenil nas redes sociais.”—
            —A cientista política Helcimara Telles, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), enquadra o público de Bolsonaro no crescimento mundial da chamada direita alternativa, associada à vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas e na saída do Reino Unido da União Europeia, ambos em 2016.

            No Brasil, essa concepção da direita seria formada a partir de grupos locais, online, identitários e nacionalistas, dirigidos a pessoas de maior escolaridade e que levariam a liberdade de expressão ao extremo. Segundo Telles, pesquisadora do tema, a masculinidade seria um componente igualmente forte. “Você encontra muito mais homens do que mulheres nesses movimentos. É por isso que no Brasil eles são embalados no discurso da ‘ideologia de gênero’”, diz.

            Apesar disso, Telles vê na segurança o maior espaço para que o deputado conquiste eleitores de baixa renda, que “sentem a morte na pele”. “O Bolsonaro expressa essa falta de conexão institucional com a sociedade. Mesmo não ganhando, sua candidatura diz muito sobre a crise da democracia.”—
            URL:
            https://www.cartacapital.com.br/politica/cidados-de-baixa-renda-e-mulheres-a-resistencia-eleitoral-a-bolsonaro

          2. Entre os eleitores com renda

            Entre os eleitores com renda superior a 10 salários mínimos (9.540 reais), ele chega a 29% das intenções de voto;… dos que ganham até dois salários mínimos (1.908 reais), no entanto, fica em 11%.

            Pois então, a parte acima que vc mesmo colocou em negrito mostra que 60% do eleitorado do bosonaro é o que podemos chamar de pobre de direita, isto é, essa faixa de 2 a 10 salários definitivamente não pode ser chamada de rico ou mesmo classe média alta. Se somar os 11% dos que são pobres mesmo (até 2 salários mínimos) o eleitorado de “não ricos”  do bosonaro chega a 71%!

             

          3. está certo

            Na verdade é muito mais, cerca 97% dos eleitores de Bolsonaro tem renda familiar até 10 salários mínimos, e nãp poderia ser diferente, em um país de altíssiima concetração de renda e com 20% do eleitorado.

            Os 11% dos eleitores que tem renda familiar até 2 salário mínimos, representam 7,4 milhões de votos

            Considerando alguns institutos, os 20% eleitores que tem renda familiar até 2 salário mínimos, representam 13,5 milhẽs de votos.

            Os  30% dos que que ganham mais de 10 salários mínimos representam 800 mil votos;

            Considerando a faixa  de renda familiar de até 5 salários mínimos,  os eleitores de Bolsonoro representam 18,8 milhões de votos.

            Os 29% que estão na faixa de renda familiar de 5 a 10 salário mínimos representa cerca 4,1 milhẽs de votos.

            anexo:

            Brasil tem 147,3 milhões de eleitores aptos a votar nas Eleições 2018
            Eleitorado cresceu cerca de 3% em relação a 2014
            TSE—01.08.201812:10

            URL:
            http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2018/Agosto/brasil-tem-147-3-milhoes-de-eleitores-aptos-a-votar-nas-eleicoes-2018

            Intenção de voto para presidente da República—PO813964
            Datafolha—06 e 07/06/2018

            URL:

            http://media.folha.uol.com.br/datafolha/2018/06/22/08fa14d3cef22ac80a3dcb2427ecda84ivc.pdf

            http://datafolha.folha.uol.com.br/eleicoes/2018/06/1971537-sem-lula-bolsonaro-so-e-superado-por-brancos-e-nulos.shtml

            PESQUISA  CNI-IBOPE  AVALIAÇÃO  DO  GOVERNO -SUPLEMENTO ESPECIAL INTENÇÃO DE VOTO Junho 2018

            URL:
            http://www.portaldaindustria.com.br/estatisticas/pesquisa-cniI-ibope-ava

            https://bucket-gw-cni-static-cms-si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/

            https://bucket-gw-cni-static-cms-si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/

          4. Este é assunto de amplo conhecimento

            O senhor ou senhora está equivocado ou equivocada, confira

            30 de outubro de 2017, 16p6-Revista Forum(quase um ano)
            De acordo com IBOPE, Lula lidera no Nordeste com quase 60% dos votos

            Alguns detalhes interessantes revelados pela íntegra da pesquisa mostram que Lula ganhou força em todos os segmentos sociais: em todas regiões, faixas de renda, níveis de escolaridade e idade
            Por Julinho Bittencour
            Alguns detalhes interessantes revelados pela íntegra da pesquisa mostram que Lula ganhou força em todos os segmentos sociais: em todas regiões, faixas de renda, níveis de escolaridade e idade
            Por Piauí 247
            Na região Nordeste, onde Lula realizou uma caravana entre os dias 17 de agosto e 5 de setembro, o líder petista detém na menos que 57% das intenções de voto, contra 8% do deputado Jair Bolsonaro e apenas 1% do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A região Nordeste concentra 26% do total de eleitores do País.
            Como lembrou o jornalista Miguel do Rosário, do Cafezinho, entre os brasileiros que ganham até um salário, Lula lidera com 49%, contra 5% de Bolsonaro e 5% de Alckmin. Esta faixa da população representa 26% do eleitorado.

            Já entre os brasileiros que se declaram negros ou pardos, que representa 60% dos eleitores brasileiros segundo o Ibope, Lula tem 41% das intenções de vota, contra 13% de Bolsonaro e 3% de Geraldo Alckmin.
            URL:
            https://www.revistaforum.com.br/de-acordo-com-ibope-lula-lidera-no-norde

          5. anexo 3:

            EXCLUSIVO: Bolsonaro chega a 24% sem Lula e tem empate técnico na pesquisa espontânea , revela pesquisa da XP
            Infomoney—-Por Thiago Salomão Em mercados / politica  25 mai, 2018 09p5 – Atualizada em 09p9

            Primeira pesquisa realizada pela instituição revela uma forte explosão de brancos e nulos; sem Lula, Jair Bolsonaro chega a 24% das intenções de voto; na pesquisa espontânea, Lula tem 13%, Bolsonaro tem 11%

            As pesquisas completas podem ser acessadas clicando nos links de cada uma delas: 1ª rodada e 2ª rodada.

            URL:
            https://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/7439364/exclusivo-bolsonaro-chega-sem-lula-tem-empate-tecnico-pesquisa-espontanea

            https://s3.us-east-2.amazonaws.com/xpanalisepolitica/15+A+18+MAIO+-+1%C2%AA+rodada.pdf

            https://s3.us-east-2.amazonaws.com/xpanalisepolitica/21+-23+MAIO+2018+-+2%C2%AA+rodada.pdf

  3. O Bolsonaro não precisou de

    O Bolsonaro não precisou de nenhuma mídia para chegar onde chegou…, diz Marcos Coimbra

    Dá pra levar a sério um analista que de cara fala uma bobagem dessas?!

    Só sendo muito ingênuo, ou burro, para achar que numa sociedade com centenas de milhões de pessoas alguém pode alcançar projeção sem ajuda de uma mídia poderosa.

    O fenômeno bosonaro jamais existiria sem a ajuda de algoritmos nas redes sociais, particularmente o Youtube. Esses algoritmos nada mais são do que propaganda em massa ou alguém aqui não compreende isso?!… E o objetivo mais do que óbvio para quem tem dois neurônios e sabe que as agências de inteligência dos EUA não brincam em serviço, não é eleger bosonaro, mas tornar palatável o candidato do sistema (Alckmin).

     

      1. Eu sei que o autor está

        Eu sei que o autor está pensando apenas na mídia tradicional…  Minha crítica é justamente o esquecimento de que os algoritmos para visualizar “produtos” no seu navegador é propaganda [paga] tanto quanto os comerciais na tv. 

  4. Pesquisa CNI-IBOPE Junho de 2018

    PESQUISA  CNI-IBOPE  AVALIAÇÃO  DO  GOVERNO -SUPLEMENTO ESPECIAL INTENÇÃO DE VOTO Junho 2018
    Especificações técnicas
    Pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência
    Período de campo: De 21 a 24 de junho de 2018.  
    Tamanho da amostra: 2000 eleitores.  
    Registro Eleitoral: Registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo Nº BR-02265/2018
    PESQUISA  CNI-IBOPE  AVALIAÇÃO  DO  GOVERNO  –  SUPLEMENTO  ESPECIAL  INTENÇÃO  DE  VOTO  
    |Publicação da Confederação Nacional da Indústria – CNI—www.cni.com.br
    Documento elaborado em 28 de junho de 2018.-ISSN 2317-7012

    Pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência
    Período de campo: De 21 a 24 de junho de 2018.  
    Tamanho da amostra: 2000 eleitores.   
    Registro Eleitoral: Registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo Nº BR-02265/2018. 
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    Destaques por perfil do respondente

    As menções ao ex-presidente Lula são mais expressivas na região Nordeste, além disso, se destaca em municípios com até 50 mil habitantes e no interior. Suas citações aumentam conforme diminui a escolaridade e a renda familiar do eleitor.

    As intenções de voto em Jair Bolsonaro são mais significativas entre os homens e aqueles com  até  34  anos.  Ao  contrário  das  menções  a  Lula,  o  candidato  pelo  PSL  é  mais  citado  conforme aumenta a escolaridade e a renda familiar dos eleitores.

    As intenções de voto em Marina Silva são mais elevadas nas regiões Norte/Centro-Oeste e  Nordeste.  No  cenário  1  (sem  Lula),  ela  ultrapassa  Jair  Bolsonaro  entre  as  mulheres,  no   Nordeste e entre os entrevistados com renda familiar até um salário mínimo e os com grau de instrução até a quarta série da educação fundamental.

    Ciro Gomes e Álvaro Dias são relativamente mais citados pelos eleitores com 55 anos ou mais.

    Geraldo Alckmin é mais forte na região Sudeste, Álvaro Dias na região Sul e Ciro Gomes na região Nordeste, onde empata tecnicamente com Marina Silva pelo primeiro lugar.

    anexo:

    URL:
    http://www.portaldaindustria.com.br/estatisticas/pesquisa-cniI-ibope-avaliacao-do-governo/

    https://bucket-gw-cni-static-cms-si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/6e/1a/6e1ab0ee-adb5-40c3-92b7-e72b30afd626/avalgoverno_intencao_de_voto_jun18_web2.pdf

    https://bucket-gw-cni-static-cms-si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/4f/6e/4f6e27cf-e1e8-4388-a071-1677afb88e2b/pesquisa_cni-ibope_suplemento_especial_intencao_de_voto_junho2018-v2.xlsx

  5. Muito bem. E então, veremos

    Muito bem. E então, veremos homens tidos como sérios e cultos, vestidos impecavelmente com os melhores ternos e as mais belas gravatas, apoiando sem qualquer pejo a barbárie social e o fascismo, tudo para tentar afastar o perigo de ver novamente o Brasil como grande potência econômica mundial.

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