O modelo de organização dos evangélicos e o jogo político

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Com estrutura descentralizada, a religião é a que mais cresce no país. Mas essa mesma liberdade é o que limita seu alcance eleitoral

Jornal GGN – “Eu não sou candidato dos evangélicos. Eu sou candidato do Partido Social Cristão.” A declaração do presidenciável Pastor Everaldo – em entrevista exclusiva ao GGN, com participação de Luis Nassif – diz muito sobre os evangélicos.

Embora tenham criado condições de crescer mais do que fiéis de outras religiões na última década, os evangélicos, hoje, não configuram um bloco homogêneo, cujo voto, por exemplo, pode ser endereçado a um nome pré-selecionado. A eficiência da Igreja está em sua estrutura descentralizada, que permite que ela seja cada vez mais capilar e se prolifere rapidamente, mas que impede a adesão em massa a um ou outro candidato. 

Por isso, o Pastor Deiró de Andrade, da Assembleia de Deus em São Mateus (São Paulo), é taxativo ao dizer que “nenhum pastor é dono do voto”. Foi o que ele disse a José Serra (PSDB) em 2012, quanto o tucano disputava a prefeitura paulista com apoio de sua congregação. Deiró e nenhum outro pastor nega, por outro lado, o poder de influência das lideranças religiosas sobre os distintos rebanhos. Tanto é assim que, em ano eleitoral, o que não falta é agenda de candidatos em templos, ou reuniões solicitando apoio.

Em determinados casos, é possível que a cúpula evangélica se reúna e chegue a um consenso em torno de um postulante. Foi o que aconteceu com Lula até a eleição de 2010, quando Dilma Rousseff (PT) foi declarada a sucessora. Mas Deiró ressaltou que mesmo o apoio institucional não garante a completa adesão de fiéis. Hoje, segundo ele, a Igreja não escolheu um presidenciável, embora entre os principais candidatos estejam dois seguidores da Assembleia de Deus: Pastor Everaldo e Marina Silva (PSB).

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Certo é que a reeleição de Dilma não é tratada com consenso entre os evangélicos, ao contrário do que aconteceu com Lula. “Tantas coisas ruins aconteceram que não adianta dizer ao fiél que o abacate é bom quando ele está vendo que não é. A gente ensinou ao povo que ele é livre. (…) Esse ano, temos o Pastor Everaldo e Marina Silva [PSB]. Os dois são boas pessoas, da Assembleia de Deus, mas nenhum é candidato da Igreja. É o povo quem vai decidir”, salientou Deiró.

Os evangélicos na política

Tanto Marina quanto o Pastor Everaldo reforçam, sempre que podem, que a questão religiosa fica em segundo plano na disputa eleitoral. “Eu não poderia [ser o candidato oficial dos evangélicos porque sou candidato do PSC. Tem evangélico que pensa comigo, tem outros que não. Tem gente que acredita na política econômica de uma maneira, tem outros que pensam de outra. Nós somos livres”, sustentou Everaldo.

Mas, segundo dados do IBGE, declarar-se candidato dos evangélicos não seria um mau negócio. Pelo estudo de 2010, o segmento cresceu 61% na última década e representa 22% do eleitorado nacional (com projeções de que pode chegar a 30% este ano). Na contramão, o número de fiéis católicos vem declinando discreta e constantemente. Se nos anos 1980 a Igreja Católica falava por 90% da população brasileira, hoje, os ditos católicos são pouco mais de 60% da população e, em 25 anos, podem virar minoria.

O avanço dos evangélicos na sociedade, não à toa, já reflete no cenário político. Após terem passado anos “satanizando” o homem público – muito em função da imagem de corrupto colada a ele pela mídia, esta também demonizada nos templos -, os evangélicos, aos poucos, estão mudando essa mentalidade e avançando nas três esferas do poder. 

É assim desde os anos 1980, contou Pastor Deiró, quando os religiosos começaram a sentir necessidade de ter representantes próprios nos Parlamentos. Reflexo disso é o salto de 40% no número de candidatos evangélicos tentando uma cadeira no Congresso. As estimativas ainda indicam que a bancada evangélica pode crescer 30% após outubro próximo. Nos principais colégios eleitorais, eles já lideram as pesquisas de intenção de voto para a Câmara Federal, caso de Marco Feliciano em São Paulo.

Na visão do Pastor Everaldo, “a atividade política ficou mais representativa para os evangélicos porque aumentou o número de fiéis. Tendo em vista a degradação de costumes e os incentivos para que as pessoas ajam contrariamente aos princípios que acreditamos, começamos a nos posicionar politicamente”.

O crescimento dos evangélicos, segundo ele, se deu majoritariamente entre a parcela da população que ascendeu, na última década, a uma nova classe social. O pequeno empreendedor acolhe perfeitamente as mensagens motivacionais que os templos têm a oferecer. “A fé mostra isso, ensina a isso. Ela diz para que o indivíduo coma o peixe enquanto precisa, mas que ele saiba que é preciso aprender a pescar, porque daqui a pouco o peixe acaba”, comentou Deiró.

A hierarquia da igreja 

De todo o nicho evangélico, os seguidores da Assembleia de Deus, denominação de Marina Silva e Pastor Everaldo, são os que mais crescem na última década. Segundo o Pastor Deiró, para cada igreja neopentecostal, existem pelo menos 15 templos da Assembleia de Deus.

“A Assembleia de Deus não é muito amante de ficar na mídia. Ela não nasceu para isso. A gente vê como famosas a Igreja Universal, a Internacional da Graça, a Mundial ou a Renascer porque eles vão para a mídia, eles estão nos centros maiores, nas avenidas, eles se mostram. Mas enquanto eles têm uma igreja, a Assembleia de Deus deve ter 15 para cada uma. A cada domingo, 70 mil pessoas se convertem na Assembleia de Deus. Quando o espaço físico fica pequeno para tantos fiéis, compra-se outro terreno e se constrói outra igreja”, revelou Deiró, que é evangélico de missão há quatro décadas.

De acordo com Deiró, a vantagem da Assembleia de Deus sobre as demais congregações está na organização estrutural. Ele explicou que a hierarquia da igreja evangélica é, por vezes, horizontal e, em outros casos, vertical, independentemente de rótulos. A grosso modo, as várias denominações dividem-se entre igrejas pentecostais (tradicionais) e neopentecostais (que extrapolam a ortodoxia original da religião). Elas se unem, verticalmente, pelo mesmo credo, a “fé em princípios cristãos basilares”.

Também nessa linha vertical, elas obedecem a uma Convenção Nacional que coordena os trabalhos das convenções estaduais,  a quem estão subordinados os ministérios locais ou “campos”. Cada campo tem um presidente que observa o trabalho de centenas de milhares de congregações (templos). A partir das congregações, a estrutura passa a ser mais horizontal e capilarizada.

“As estruturas são custeadas por uma anuidade paga pelos pastores. Os recursos  vão custear viagens e outras atividades. Mas as igrejas não mandam dinheiro para uma direção. Entre os neopentecostais é diferente. Lá, existe um caixa único que o líder dirige. Isso tira a flexibilidade e a capacidade de crescimento. É exatamente o inverso disso que gerou o tamanho da Assembleia de Deus”, disse. “A Assembleia é muito capilar. Por ser capilar, ela não pode ter uma cabeça única, porque senão fica igual a Roma: o seu tamanho foi seu maior inimigo”, acrescentou Deiró.

O acesso aos veículos de comunicação de massa

O sucesso dos candidatos evangélicos nas urnas está fortemente relacionado ao poder midiático de muitas igrejas. Apesar disso, Pastor Deiró avaliou que os evangélicos mais tradicionais ainda resistem no uso dos canais de massa. “Nós, assembleianos, falamos muito mal da televisão por muito tempo, dizíamos que era coisa do Santanás. Para mudar esse quadro, tem que mudar a geração”, comentou.

Um das lideranças que vem cavando espaço na imprensa é Silas Mafalaia. “É um dos pastores da mídia, assim como Samuel Ferreira e outros. Ele é muito importante porque é formador de opinião. Ele entende que esses sistemas de divulgação é importante, mas não é o sistema assembleiano”, acrescentou Deiró.

Em programas de TV, Malafaia pede votos para Pastor Everaldo. Líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, ele escancarou a estratégia em torno de bandeiras conservadoras em um vídeo publicado na internet.

“Existem centenas de projetos no Congresso Nacional para detonar a família, detonar os bons costumes da sociedade. Temos de marcar uma posição firme para que Everaldo, se não for para o segundo turno, possa ter quantidade de votos grande. E aí vamos sentar à mesa e dizer: olha aqui queridão, quer o nosso apoio? Você vai assinar um documento aqui, e não pode votar nisso, nisso, nisso. Esse é o jogo político.”

Para Everaldo, a manifestação de Malafaia é “livre”, mas seu pedido não superará a autonomia dos crentes. Na hora do voto, prevalecerá a forma heterogênea da Igreja do ponto de vista sociológico. “O fiél foi ensinado a raciocinar. Nós somos livres”, garantiu.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

19 Comentários

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  1. Até que ia indo bem, mas,

    Até que ia indo bem, mas, derrapou no malafaia da vida. Sem contar o feliciano. Pobre do país cujo maior desejo é o atraso, através do qual os de sempre mandam e comandam as ovelhas (e nem tanto).

  2. Poxa! Até que enfim um artigo

    Poxa! Até que enfim um artigo mais realista sobre os evangélicos. Boa parte deles foram beneficiados pelo crescimento econômico e social que o país obteve nos governos de Lula e Dilma. Saberão ser agradecidos, sem comprometer a sua fé. Continuarao a lutar pelos seus valores mas sem deixar se levar por uns radicais que falar por eles. Eles falaram nas urnas e desmitificarao muita coisa que estão nos extremos, tanto conservador como progressista. Os extremos nunca fizeram bem a ninguém.

  3. O pr Malafaya se julga

    O pr Malafaya se julga porta-voz dos evangélicos, e sempre diz que vai fazer um “mover” no meio evengélico sempre que alguém o ataca.

    Cascata, papo furado.

    Eu sempre disse que o Malafaya não conseguer falar para 5% dos evangélicos.

    Membros de Igrejas tradicionais não querem nem ouvir falar do Malafaya. 

    Prova maior do que disse é esse pr. Everaldo que está com 1% das intenções de votos, mesmo com o apoio explicito do Malafaia em seu programa de TV.

    1% das intenções de de votos, dá algo em torno de 400 mil votos dos evangélicos.

    Que é muito pouco num universo de 40 milhões de evangélicos.

    Reparem que entre os candidatos evangélicos, não existem nunhum candidato oficial das Igrejas cristã tradicionais.

    Sabem por que ?

    As convenções nacionais e internacionais  dessas Igrejas não permitem apoio ofical à um candidato.

    Na igreja que frequento é proibido falar de politica ou fazer algum tipo de propaganda de candidato cristão dentro da Igreja ou nos arredores.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  4. Evangélicos são tendenciosos para a direita

    Infelizmente, dentro das igrejas cristãs (evangélicas) o que impera é o radicalismo, há uma parte que é consciente dos benefícios do Governo, mas muitos são radicais e direitista, e são estes que o Sr Pseudo-Pastor Malafalha atua com rigor para apoiar o Everaldo ou a Marina. E como ele age e consegue com os seu apelos? A questão é economica e cultural, boa parte dessa gente que se converte as Igrejas Assembleia, Universal e outras são pessoas de baixa renda e em sua maioria analfabetas. Os mais “letrados” ou de niveis superiores, até podem omar decisões próprias ou fazerem parte daqueles que manipulam a membresia, apoiando em sua maioria a direita. As denominações conservadoras como a Presbiteriana ou Batista, são em sua grande maioria (90%) de direita. Isso pelo fato de muitos membros mais abastardos, com posições e por terem um grau de instrução e um padrão de vida melhor, têm em sua maioria  lideres que pertencem as classes empresáriais, médicas e magistraturas,  todos com tendências direitistas (não podemos esquecer da maçonaria). Os que conseguem um bom emprego público tornam-se rapidamente da direita ou já eram. Os que possuem uma visão social voltada para o povo, são aquelas pessoas que cresceram e vieram de uma situação inferior bem pobre, mas conseguiram vencer na vida, e apóiam os planos de governos socialistas como o do PT. Pois um dia vivenciaram  essa tal situação. Por isso que Malafalha defende que 80% apoiarão a candidatura da Mariana, mas isso é uma falácia, não se esquece que os pobres foram beneficiados pelos programas do Governo Federal, e eles são honestos em dar a sua resposta a favor do Governo pelos benefícios que receberam. Em outras palavras, seria mais fácil parte dos membros da Assembleia de Deus votarem na Dilma do que na Marina, pois o que prevale é código de ética dos mais humildes. 

  5. hino doidão

    É assim, se eleito eu pastor vou impor os meus princípios, aqueles que eu interpreto da Bíblia.

    Agora defender quem pensa diferente não consta da cartilha.

    Benza Deus!

  6. Os Evangélicos não são homogeneos

    Caro Luis Nassif, acompanho seu blog assiduamente. Percebo que não só vc, mas a imensa maioria dos articulistas e analistas politicos colocam os evangélicos num mesmo balaio. É um colossal equivoco

    Sou evangélico, adventista do 7º dia, voto sempre pelo “centro-esquerda”. Mas se algumas denominações são realmente currais eleitorais, outras tantas não são

    A Igreja Universal do Reino de Deus, do Edir Macedo, é um imenso curral eleitoral. tem até um partido, o PRB. Eles chegam a ponto de mapear e orientar os fiéis pra não subdividir os votos, mirando com empenho e precisão no quociente eleitoral, e assim elegendo muitos deputados. Pras majoritárias, eles vão ao sabor da conveniencia. Edir Macedo passou anos apoiando o PT, mas esse ano, pende pra Marina, por conta das bandeiras conservadoras

    A Assembléia de Deus é mais descentralizada, mas tb chega ao ponto de mapear e indicar quantos fieis devem votar em quem, e com isso, criam vários puxadores de voto. Silas Malafaia é uma dissidencia da Assembléia de Deus. Ele tentou se tornar Presidente Geral, gastou quase 2 milhoes na época pra isso, mas perdeu. Revoltado, se desmembrou. Doutrináriamente segue a mesma linha, mas administrativamente, não

    Os fieis das pentecostais são mais abertos pra votar em Dilma.

    Os Batistas tb tendem a fazer curral, mas sem a mesma força dos pentecostais. Não enfatizam tanto isso

    Presbiterianos, Metodistas, Luteranos, deixam o povo mais livre e à vontade. Mas geralmente os pastores manifestam publicamente apoio geralmente a candidatos da Direita. Como essas igrejas tendem a ter um numero maior de gente na classe C e B, a maioria vota pela Direita. Mas não é dificil achar progressistas ali

    Na minha Igreja Adventista, vc jamais verá um Pastor apoiando alguém no púlpito. òbvio que tem suas preferencias pessoais, e nas rodas de conversa, manifestam. Mas jamais usam o pulpito pra isso, e os fieis são livres pra apoiar a quem quiserem, e inclusive podem se candidatar pelo partodp que quiserem

    As Igrejas Missionais são mais abertas, tendem ao conservadorismo, mas deixam livre. Vc encontra adventistas , presbiterianos no PT ou no PC do B e até no PSOL

    Mas vc JAMAIS verá um assembleiano filiado a partido de esquerda

    Como são “unidos como água e óleo”, os evangélicos acabam é seguindo o padrão de votação por camada social

    A grosso modo, evangélico de classe média alta , vai com PSDB, Marina, DEM, PSD

    O evangélico que vota no PT, PC do B e tal, é o que é classe C, D ou E. Ou os que são beeeeem esclarecidos, e avaliam a politica não apenas pela ótica da Igreja. Como eu.

    Acho que se partidos e analistas politicos quiserem realmente compreender o eleitorado evangélico, o primeiro passo é parar de os colocar num balaio só

    Não estão unidos, nem doutrinariamente, nem administrativamente, nem politicamente

    Espero ter ajudado, e se me permitir, posso explicar e exemplificar melhor

  7. interessante matéria.
    marx já

    interessante matéria.

    marx já disse que a religião é o ópio do povo.

    mas não se trata disso.

    a realidade brasileira é que essas religiões crescem mesmo, a católica decresce.

    mas é bom alertar para o fato de que

    o crescimnto economico da maioria da população

    acabou “beneficiando”de certa forma essa ascendencia.

    é porque muitos crentes acreditam que

    melhoraram na vida porque entraram nessas ugrejas.

    algumas tem estrutura mais ou menos

    semelhantes ao que weber fala no seu

     livro sobre o protestantismo e o capitalismo.

    quer dizer: o cara cresce com  

    novas oportunidades economicas

    supostamente oferecidas pela igreja,

    mas obviamente se não

    houvesse crescimento economico real

    na economia real não haveria

    melhoria de vida para esse crente, né mesmo?

  8. interessante matéria.
    marx já

    interessante matéria.

    marx já disse que a religião é o ópio do povo.

    mas não se trata disso.

    a realidade brasileira é que essas religiões crescem mesmo, a católica decresce.

    mas é bom alertar para o fato de que

    o crescimnto economico da maioria da população

    acabou “beneficiando”de certa forma essa ascendencia.

    é porque muitos crentes acreditam que

    melhoraram na vida porque entraram nessas ugrejas.

    algumas tem estrutura mais ou menos

    semelhantes ao que weber fala no seu

     livro sobre o protestantismo e o capitalismo.

    quer dizer: o cara cresce com  

    novas oportunidades economicas

    supostamente oferecidas pela igreja,

    mas obviamente se não

    houvesse crescimento economico real

    na economia real não haveria

    melhoria de vida para esse crente, né mesmo?

  9. Impossível falar pelos

    Impossível falar pelos cristãos evangélicos. São tão diferentes entre si como as árvores da floresta. Não existe essa figura do “Evangélico”. Cada um tem a liberdade e independência de fazer o que quer em matéria de votos. Quantos candidatos saídos do seio das igrejas já ficaram frustrados pois, antes das eleições, fizeram as contas e acharam que pelo número de fiéis em sua igreja estariam eleitos mas, ao serem abertas as urnas verificaram que apenas sua família votou nele?

    Sou evangélico desde criança, vindo de uma família evangélica desde meu avô paterno. Aprendi que não há cabresto político, não há curral e o candidato que professa a mesma fé precisa conquistar os votos dos irmãos da mesma forma que aqueles que não pertencem ao grupo. Lógico que há aqueles que acompanham o líder mas há também ditos líderes que mistificam seu poder de conduzir o rebanho até a boca das urnas. Falácia. Aliás, políticos evangélicos como o senador Magno Malta ou o deputado Feliciano, conseguem destaque nos votos muito mais por seu desempenho que agrada a muitos do que pelo simples fato de serem membros de uma igreja.

    Tentar entender o fenômeno político entre os evangélicos sem pertencer a uma igreja é tarefa quase impossível. Haja vista que aqui só se falam dos pentecostais e neopentecostais, nem de longe representantes do pensamento evangélico. Onde está a análise sobre os batistas (em suas diversas versões: batistas independentes, batistas regulares, batistas da Convenção Batista Brasileira, batistas da Convenção Batista Nacional, batistas, batistas sem pertencer a qualquer denominação, presbiterianos, presbiterianos independentes, presbiterianos renovados,  metodistas, metodistas ortodoxos, metodistas wesleyanos, luteranos, congregacionais, cristãos do Brasil, igreja Cristã Independente, adventistas, igrejas das Comunidades (inúmeros “sabores”. E as inúmeras pequenas igrejas que não se alinham com qualquer dos grupos citados.  Por aí se vê que não dá para juntar todos debaixo do mesmo balaio.

    Portanto, falar que os “evangélicos pensam e agem assim ou assado” é puro exercício de imaginação. Impera a total liberdade. Malafaia, Feliciano, Everaldo, Marina Silva não representa o pensamento evangélico Representam a si mesmos.

  10. INCRÍVEL: TURISTA DA VEIGA PERDE DISCUSSÃO COM CANDIDATO AUSENTE

    INCRÍVEL: TURISTA DA VEIGA PERDE DISCUSSÃO COM CANDIDATO AUSENTE

    No debate de candidatos a governador de Minas Gerais, Turista da Veiga, do PSDB, perdeu feio para Fernando Pimentel, do PT, mesmo na ausência deste último, o que levou a uma risadaria geral. Turista da Veiga foi indicado por Aécio Neves, que foi, por sua vez, indicado por FHC, o que explica tudo. Turista da Veiga mora em Goiás. Já Turista das Neves mora no Rio.

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=6EMfdmv-jH8%5D

    1. Esse ´cara´ só quis descer do

      Esse ´cara´ só quis descer do muro que tradicionalmente os tucanos ocupam. Ele decidiu partir para o lado da comédia, não desejando mais ser chamado de ´zangadinho

    2. No interiorzão de Minas

      No interiorzão de Minas Gerais há um ditado popular sobre pessoas abobalhadas que nem este tal Pimenta da Veiga: mais bobo do que bezerro de manhã cedo.

  11. Bons costumes

    Pastor, os bons costumes tem que vir de dentro de todas igrejas, crenças e das familias com isto formando uma comunidade ideal, (o povo ateu se adentra na  boa familia) No Brasil nenhum governo implanta maus costumes e ideologias contrarias a qualquer religião, o Brasil é um Pais laico e livre para as escolhas religiosa ou de vida, Pastor procure salvar almas e trazer mais dignidade a vida das pessoas que o buscam sem manipular fieis e sem muito dizimos.

  12. Os evangélicos em geral são

    Os evangélicos em geral são conservadores em matéria de costumes e liberais em termos financeiros. Isso que os une, e os faz tender para direita.

    Crescem porque oferecem um porto seguro em um mundo em constante de mudança, ainda que esse porto não seja assim tão seguro, são misto de doutrina de auto-ajuda com planejamento pessoal.

    Os valores neoliberais tendem a ser exaltados por esses, mesmo porque o neopentecotalismo é a face da doutrina liberal aplicada ao protestantismo histórico, a ponto de fazer Igrejas como a Assembleia mudar tanto nos últimos 20 anos.

    Quanto a questão politica, não há entre eles algo se quer parecido com a Teologia da Libertação católica, por outro lado há o sentimento de identidade “evangélica” mesmo em denominações tão distintas e o consenso acerca de ser positivo ter um homem de deus no governo, e o projeto de tornar o país em uma nação evangélica, e ainda são em geral contrários ao ecumeismo porque capitaneado pelos católicos e igrejas reformadas, mas são muito afins de movimentos como os que criaram a tal “Marcha para Jesus”.

    São um leitorado importante, mas não deve haver ilusão, são em geral conservadores e suas lideranças têm um projeto poltico claro para o país, conservador em matéria de costumes e liberal em termos economicos.   

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