Opinião de Lula sobre impostos seria aceno ao mercado de que ex-presidente está no jogo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]


Foto: Ricardo Stuckert
 
Jornal GGN – A fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira (20), de que sua gestão não seria “mais radical” e de que “nem o radicalismo fica bem em mim” foi interpretado como um aceno ao mercado, logo após a presidente do PT, senadora Gliesi Hoffmann (PR), ser procurada para uma conversa com investidores.
 
A informação, divulgada pelo Painel da Folha de S. Paulo, é de que a senadora foi procurada pelos empresários, após o ex-presidente despontar em lideranças sucessivas nas pesquisas eleitorais. Entretanto, apontou o jornal, o encontro teria ocorrido antes de o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) ter agendado o julgamento de Lula.
 
O feito da Corte, diz ainda o Painel, pode ter retomado incertezas do mercado sobre dialogar com o ex-presidente para uma eventual candidatura ao Planalto em 2018. Nessa linha, a fala do ex-presidente nesta semana, de que não pode ser considerado “radical”, e sim “mais sabido”, teria sido um aceno positivo aos representantes de grandes investidores sobre a sua possível gestão. 
 
“Eu quero discutir por que o povo pobre tem que pagar mais imposto do que o rico. Por que o rentismo não paga imposto de renda sobre o que ele ganha? Por que não podemos começar a pensar em fazer uma política tributária em que as pessoas humildes paguem menos e os aquinhoados paguem mais?”, havia dito Lula.
 
Em seguida, lembrou que os exemplos são de países mirados pelo mercado, como a Europa e Estados Unidos: “Por que não colocamos em prática o imposto sobre as grandes heranças no Brasil? Parece radicalidade, mas não é. Vamos mostrar as coisas boas que têm na Inglaterra, nos EUA. Não é de Cuba, não”, disse, na entrevista.
 
Disse, ainda, que hoje, aos 72 anos de idade, não tem a mesma visão que tinha aos 40 e que reavaliou sua forma de pensar a economia: “Estou pensando de forma mais justa na política tributária”, completou.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Se não vai ser mais radical!

    Se não vai ser mais radical! E se vai ficar pedindo penico para os rentistas,  pedindo por favor aos donos do país para governar, não terá mais meu voto!

  2. Mais do acorco caracu???
     
    Os

    Mais do acorco caracu???

     

    Os rentisntas, empresários e safados de toda a ordem entram com a cara, já o povo, coitado……..

     

    É cilada, Lula!!!

  3. Se a direita golpista insistir em impedir a candidatura do Lula

    Se a direita golpista insistir em impedir a candidatura do Lula o PT e a esquerda serão obrigados a lançar o Roberto Requião no lugar do ex-presidente. Aí sim o mercado terá motivos de sobra para se preocupar. A farra do capital vadio e da globo acaba no dia da posse do Requião.

  4. O que você quer Lula?

    “O poder! “

    Lula alguma vez foi radical?

    Fez uma revolução, mas não foi radical.

    O que é ser radical? É ser psol?

    Lulão não é bobo, pode ser aquilo que quiserem, mas não é burro.

    Vamos ao que interessa: o poder!

     

  5. Eu gostaria de reforçar o que

    Eu gostaria de reforçar o que eu tinha escrito anteriormente, que Lula é um candidato de centro e que é também exatamente o que o Brasil precisa. Só os escravocratas idiotas vêem ele como “o fantasma do Comunismo”, estes assholes acreditam mesmo que podem continuar no caminho atual (escravizando a população) sem correr o risco de acabarem em um dia próximo sendo enforcados ou decapitados pela população enfurecida.

    Eu estou desconfiando que os escravocratas estão arrogantes porque alguém teria prometido para eles que o exército brasileiro ou o exército americano garantiria a segurança deles quando a corda arrebentar, mas eu quero ver se o exército brasileiro conseguiria manter essa promessa contra uma população inteira de pessoas sem nada a perder (por já terem perdido tudo para os escravocratas).

  6. Lula realmente é o cara…

    político sem igual, fora de série

    sabe muito bem que as antenas da massa dos seus eleitores não captam este tipo de discurso……………….

    vamos a um exercício de imaginação: a crise atual é o dia

    e deslocando-se mais para o centro ele alertou que pode haver mais luz um pouco antes do anoitecer da crise do que ao meio dia do outro dia

    único capaz de consertar tudo mesmo

  7. Conforme previmos
    Antes de 2017 acabar, vamos ver muito tucano e bolsominiom pedindo para o PT voltar.

    Lula é a única – e a última – possibilidade de saída não violenta do abismo que a bandidagem ultraliberal meteu o país.

    Lula vem esboçando um projeto que alia desenvolvimentismo (que demanda investimentos) e a recuperação do estado de bem estar social (idem). Seria um caminho para conciliar os lados rico e pobre da sociedade brasileira, sem os quais não se faz um país, e que foram cindidos por ação criminosa da Rede Globo e do Mercado.

    Lula está no centro, onde sempre esteve. É importante que a esquerda pare de encher o saco e ocupe logo esse espaço com ele, pq em política não existe vácuo. Até Eunício Índio já está apoiando Lula.

    A resposta de Lula a Boulos é sintomática, nesse sentido: Quantos deputados o MTST tem? Nenhum, disse Boulos. Então não posso negociar com vc, pq vc tem povo mas não tem representação.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador