Os adversários de Dilma, por Marcos Coimbra

Sugerido por Assis Ribeiro

Da Carta Capital

Os adversários de Dilma
 
Empurrados para a radicalização pró-mudanças, eles agradam apenas a quem detesta o lulopetismo
 
Por Marcos Coimbra
 
À medida que o tempo passa, mais claro fica o quadro: nenhum dos possíveis adversários de Dilma Rousseff na eleição deste ano demonstra ter fôlego para vencê-la. Não é impossível que algum venha a encontrá-lo, mas o certo é que, até agora, ninguém conseguiu.
 
A afirmação pode soar estranha a quem presenciou a celebração de nossa “grande imprensa” nos últimos dias, a propósito da divulgação de pesquisas de institutos como MDA, Datafolha e Sensus. Em manchetes às vezes garrafais, a mídia corporativa as apresentou como reveladoras de um quadro novo, desfavorável à presidenta e propício às oposições.
 
Foram pesquisas a respeito de intenções de voto e avaliação do governo federal. E todas mostraram uma queda na popularidade da presidenta e do governo, acompanhada de uma redução quase idêntica na proporção daqueles que dizem pretender votar em Dilma.
 
Até aí, tudo natural. Se alguém está insatisfeito com o desempenho do governo, se está convencido de que as coisas não vão bem em Brasília, é lógico não desejar a continuidade. O passo seguinte é igualmente lógico: não querer votar em quem a representa.

 
Eleições são, no entanto, semelhantes àquilo que os economistas chamam jogo de “soma zero”, o que um jogador perde é igual ao que o outro ganha. Neles, é impossível todos lucrarem ou terem prejuízo ao mesmo tempo. Na divisão de um bolo, por exemplo, se alguém aumenta o tamanho de seu pedaço, a parte restante aos outros fica menor. Os votos que um candidato não consegue obter (ou deixa de ter) são repartidos pelos demais.
 
Desse modo, era de esperar que a queda de Dilma beneficiasse algum ou vários de seus adversários. Mas não foi o que as pesquisas mostraram.
 
Note-se: esses levantamentos foram feitos logo após o ciclo de propaganda partidária dos oponentes de Dilma. Como sabemos à luz do ocorrido em eleições anteriores, pesquisas feitas nesses momentos costumam provocar “picos” nas intenções de voto, que tendem a desaparecer com o transcurso do tempo.
 
Primeiro foi a vez de Eduardo Campos, que, no fim de março, usou as inserções e o programa do PSB para se promover. Depois, Aécio Neves, em meados de abril, fez o mesmo com o tempo do PSDB. Até o Pastor Everaldo, na segunda quinzena de abril, utilizou o estratagema de dizer que fazia propaganda de seu partido, o PSC, para praticar, de fato, proselitismo a favor de sua candidatura (o que a legislação proíbe, mas ninguém respeita).
 
Quando se consideram o contexto em que as pesquisas foram realizadas e a queda apontada de Dilma, deveríamos ter resultados favoráveis aos adversários da presidenta. Pelo que vimos no passado, a expectativa, na verdade, é que fossem muito favoráveis.
 
Contudo, só o tucano cresceu e em patamar modesto. O pernambucano e o pastor ficaram fundamentalmente iguais, movendo-se dentro da margem de erro. As oposições melhoraram pouco, menos do que deveriam e menos do que precisam para alcançar a candidata do PT.
 
A esta altura da eleição, os problemas que atingem a imagem da presidenta, do governo e do PT afetam a candidatura, mas pouco benefício trazem às oposições, apesar da ininterrupta campanha de desconstrução movida pela mídia oposicionista. O saldo? Dilma cai (apesar de menos do que seus inimigos gostariam) e ninguém sobe (de maneira significativa).
 
É sempre bom lembrar que, com números de popularidade e intenção de voto semelhantes aos de Dilma hoje, Fernando Henrique Cardoso reelegeu-se no primeiro turno em 1998. Em junho daquele ano, estava empatado com Lula. Na urna, o ultrapassou com folga. E era Lula e não algum candidato pouco conhecido e com imagem problemática.
 
Vamos fazer neste outubro uma eleição diferente. Não será de pura continuidade, como aquelas de 1994, 1998, 2006 e 2010. Não será tampouco de pura mudança, como as de 1989 e 2002. O eleitorado busca agora uma boa mistura entre as duas possibilidades.
 
Os adversários de Dilma, empurrados para a radicalização pró-mudança pela fúria do oposicionismo de uma parte da sociedade, do empresariado e da mídia, agradam apenas a quem detesta o lulopetismo. Afastam-se, porém, daqueles que desejam que diversas coisas mudem no País, mas têm certeza de que há muito que deve continuar. E permanecem a léguas da ampla parcela que prefere a continuidade.
 
Talvez por isso não cresçam.
Redação

24 Comentários

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  1. Análise ou torcida?Marcos

    Análise ou torcida?

    Marcos Coimbra, petista até a medula, quer convencer todo mundo que as pesquisas deveriam ser binárias, um perde outro ganha, assim automaticamente, se não, não serve.

    Dilma vem caindo há um ano, tem a caneta na mão e mesmo assim não estanca a queda.

    A tendência de queda de Dilma e subida da oposição não se reverteu e o primeiro objetivo foi alcançado, a existência de segundo turno.

    Convém não esquecer que a última Datafolha se deu após o discurso em rede nacional em Primeiro de Maio, que serviu apenas para propaganda eleitoral.

    Além do mais, a recente propaganda do PT, apelando para o medo, não teria sentido se não houvesse medo do PT do desejo explicito da população por mudanças. É uma cartada de risco essa mensagem de ruim com Dilma mas pior sem Dilma, meio desesperada.

    Noves fora, a situação vem piorando para o governo devagar e sempre…

     

     

    1. Medo

      O filmezinho do medo te apavorou, companheiro? Te lembrou quando estavas na M? Do termpo em que tu não conseguia vaga na faculdade? Cuida em quem vota, pois os piores tempos podem voltar.

    2. Blaya, da pra ler o item

      Blaya, da pra ler o item antes de comentar?  Ate sua introducao eh uma burrada:  “Coimbra, petista até a medula”!!  Voce, PSDBista ate a medula, nao tem autoridade pra dizer isso sem confessar que eh PSDBista ate a medula.

      1. Não sou o Blaya e voto na

        Não sou o Blaya e voto na oposição, sem nenhuma vergonha de achar que o PT representa o atraso econômico e institucional.

        Democracia é isso, cada um acha e vota do jeito que quer.

         

    3. É torcida mesmo

      Estarrecedora a propaganda do PT ressuscitando a Regina Duarte de 2002, um dos momentos mais patéticos da história política brasileira. Antes do início da campanha oficial o pessoal do governo entrega os pontos e começa a jogar no quanto pior melhor. É isso que eles prometem nos próximos 4 anos, ficar nos comparando com 2002? É muito pouco para quem quer administrar um país da complexidade do Brasil.

      Sua análise é coerente, e posso lhes dizer pela minha experiência diária aqui no RJ que uma parte considerável da turma que votou nela em 2010 está bastante insatisfeita com os rumos do governo. Esse papo de ódio ao Lulopetismo é a coisa mais sem noção que existe.

      Pelo contrário, o tom da campanha do Aécio e do Eduardo em relação ao Lula tem sido respeitoso. Eles apenas estão apontando (como o Nassif já fez centenas de vezes aqui) a incompetência da atual administração.

      O tremendo desgaste de um governo que prometia continuidade e competência técnica e não entregou nenhum dos dois é evidente. Se há alguma dúvida nisso, a aposta no medo (no melhor estilo José Serra) tornou a fragilidade exposta.

      Achar que é só o pessoal que lê a Veja que está criticando o governo é coisa de torcida fanática.

    4. Caneta e mídia.

      “Dilma vem caindo há um ano, tem a caneta na mão e mesmo assim não estanca a queda.”

      A oposição tem a grande mídia na mão, que ataca ferozmente o Governo Federal e o PT, além de  enaltecer os candidatos de oposição. Isso é feito 24 h por dia, 7 dias por semana e 365 dias por ano. A queda nas pesquisas é inevitável, resta saber se a oposição irá conseguir sair da casa dos 30% das inteções de voto que têm obtido nas 3 últimas eleições. 

       

    5. Caneta e mídia.

      “Dilma vem caindo há um ano, tem a caneta na mão e mesmo assim não estanca a queda.”

      A oposição tem a grande mídia na mão, que ataca ferozmente o Governo Federal e o PT, além de  enaltecer os candidatos de oposição. Isso é feito 24 h por dia, 7 dias por semana e 365 dias por ano. A queda nas pesquisas é inevitável, resta saber se a oposição irá conseguir sair da casa dos 30% das inteções de voto que têm obtido nas 3 últimas eleições. 

       

    6. Mauro B.

      como profissional de pesquisa, deixa eu te explicar uma coisa, essa queda da Dilma, acompanhada da baixa subida dos adversários tem nome: doações p/ campanha, Aécio e eduardo precisam mostrar algum desempenho p/ conseguir doações. É disso que se trata….e os institutos precisam garantir entrada de $$$$ nas suas pesquisas, se eles mostrarem a realidade, a oposição desiste de fazer ($$$$$) pesquisas.

  2. Vitória

    Assis,

    Se DRousseff já não tinha adversários, pois quando caiu  nas pesquisas analisadas pela oposição, os dois netos não saíram do lugar, agora ficu ainda mais fácil em função do confronto estimulado pela acreana entre os dois candidatos de oposição.

    Esta disputa que só interessa a Marina Silva, aliada ao início de mudança de postura de Drousseff em relação à corrida eleitoral e ào início da campanha publicitária da situação, fará com que a vantagem de DRousseff aumente, quebrando a sempre perigosa curva descendente.

    Quanto a este novíssimo comercial do PT, ao assisti-lo pela primeira vez o pessoal da oposição deve ter pensado- quando eu crescer, quero ter um marqueteiro assim. 

  3. Dudu Calabar corre pensando

    Dudu Calabar corre pensando em 2008. Marina também.

    Para estes, ver o Aócio detonado é lucro, assim como nada perdem em perderem para a Dilma.

    Eles buscam ser os apadrinhados do mercado e do PIG em 2018.

  4. O grande problema do PSDB

    O grande problema do PSDB como oposição é que ele já foi Governo, se tivesse de fato feito um bom Governo para a maioria hoje seria muito mais fácil tirar Dilma. É o passado cobrando a sua conta em quatro eleições consecutivas. Tanto é que a rejeição ao FHC jamais é colocada como pergunta nas pesquisas. No futuro, o PT estara fora do poder e o partido que estiver terá que seuperá-lo em ganhos sociais e economicos e de bem estar para a população, do contrário, ficará fácil para a legenda volta.

  5. Avanços de Dilma no Combate à corrupção

    O Instituto Alvorada, formado por Gestores Públicos Federais de carreira, fez um importante texto sobre o combate `a corrupção.

    Vale a pena. 

    http://institutoalvorada.org/transparencia-e-combate-a-corrupcao-nos-gov

     

    A corrupção sempre foi apontada como um dos mais graves problemas enfrentados pelo Brasil, e vista, inclusive, como um mal inevitável e invencível, como fenômeno peculiar e inerente à cultura brasileira.

    No entanto, diversas pesquisas hoje já demonstram que a corrupção é um problema global que afeta todos os países do mundo, comprometendo a efetividade das políticas públicas e o crescimento econômico e atentando contra a democracia e a legitimidade das instituições.

    Relatório divulgado pela Comissão Europeia em fevereiro deste ano conclui, por exemplo, que a corrupção atinge todos os seus 28 países-membros, custando cerca de 120 bilhões de euros por ano (quase R$ 390 bilhões) à economia do bloco. Trata-se do primeiro estudo do gênero realizado pela Comissão que, ouvindo também o público, aponta que para três quartos dos europeus entrevistados a corrupção é comum e para mais da metade seu nível vem aumentando nos últimos anos.

    No continente americano, pesquisa similar divulgada em 2010, realizada pela Vanderbilt University nos EUA, perguntava ao entrevistado se algum funcionário público havia lhe solicitado propina no último ano. O Brasil ficou com o segundo melhor resultado das Américas, com apenas 1,6% respondendo que sim – atrás unicamente do Chile, com 1,2%. Os Estados Unidos ficaram com 2,2%, a Argentina com 7%, o México com 9,2%, e a Bolívia com 18%.

    Se a corrupção está presente em todas as sociedades, o que as diferencia é a disposição e capacidade de estabelecer mecanismos de controle que inibam a prática de irregularidades. No Brasil, durante séculos, o governo não teve a necessária vontade política para enfrentar o problema, pois investigar e trazer à tona casos de corrupção provoca, muitas vezes, crises e desgastes políticos, aumentando a percepção da sociedade de que a corrupção está crescendo, mesmo quando o que ocorre é exatamente o contrário.

    Essa situação começou a mudar a partir da decisão corajosa tomada pelo Governo do PT de construir um Estado mais transparente e republicano e enfrentar definitivamente a corrupção. Rompeu-se com uma prática de gestão que imperava na Administração Pública, marcada ora pela completa omissão, ora pelo combate frouxo, burocrático e ineficaz dos desvios de recursos públicos. Assim, a partir de 2003, o país passou a contar com uma política pública de Estado de prevenção e combate à corrupção por meio da ação articulada entre os diversos órgãos e do estímulo à participação da sociedade civil no controle da gestão. Uma política que, seguindo padrões internacionais, dá ênfase tanto a medidas repressivo-punitivas, como a medidas preventivas.

    Fortalecimento institucional

    Nesse sentido, diversas ações foram adotadas, como a criação da Controladoria-Geral da União (CGU); o fortalecimento da Polícia Federal; a plena autonomia garantida ao Ministério Público; o incremento da atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) no ajuizamento de ações de improbidade e de ressarcimento ao erário; o aumento e maior eficiência das fiscalizações da Receita Federal; e a atuação precisa do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (COAF) no monitoramento de movimentações atípicas que possam configurar lavagem de dinheiro ou corrupção e enriquecimento ilícito de agentes públicos; e a reestruturação do Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (CADE), que fortaleceu sua atuação no combate a carteis. No esforço de aprimorar o sistema de prevenção e combate à corrupção, diversas medidas no plano legal também foram adotadas, assim como de melhoria da governança pública, conforme a seguir apresentado.

    Com a criação da Controladoria-Geral da União (CGU), em 2003, o Governo Federal foi dotado de um órgão estruturado e permanente de fiscalização, com auditores qualificados e técnicas modernas de controle. Até então o que existia era a Corregedoria-Geral da União, órgão criado em 2001, penúltimo dos oito anos do governo FHC, pela Medida Provisória n° 2.143-31, em resposta ao clamor da opinião pública diante doengavetamento da CPI da corrupção. No primeiro momento, o órgão desempenhava apenas funções correcionais; um ano depois, o Decreto n° 4.177, de 28 de março de 2002, transferiu a Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) ¬– unidade responsável pela auditoria do Poder Executivo Federal, que integrava a estrutura do Ministério da Fazenda – para a então Corregedoria-Geral da União. Em 1° de janeiro de 2003, um dos primeiros atos do Governo Lula foi a edição da Medida provisória n° 103, posteriormente convertida na Lei n° 10.683, que, entre outras providências, alterou a denominação do órgão de Corregedoria para Controladoria-Geral da União, lhe concedeu o status de Ministério, vinculando-o diretamente à Presidência da República, e denominou seu titular de Ministro de Estado do Controle e da Transparência, além de definir suas competências, ampliando sobremaneira suas atribuições e alçando-a a condição de uma verdadeira agência anticorrupção.

    A partir de sua criação, a CGU instituiu o Programa de Fiscalizações por Sorteio Público de Municípios, o qual já fiscalizou 2.084 municípios (37% do total dos municípios brasileiros) e a aplicação de cerca de 20 bilhões de reais. Nas cidades, os auditores realizam visitas in loco a obras, escolas, hospitais, postos de saúdes, residências de beneficiários de programas sociais e demais locais onde há aplicação de dinheiro público federal a fim de verificar a correta destinação dos recursos. Os relatórios resultantes dessas fiscalizações não vão para nenhuma gaveta, como acontecia no passado; vão, conforme o caso, para a Polícia Federal, para o Ministério Público, para o TCU, para os ministérios responsáveis pelo dinheiro repassado, e para o site da CGU, onde toda a sociedade pode acessá-los.

    Além da fiscalização de municípios, a CGU também realiza diversas outras ações de controle, como Auditorias Anuais de Contas, Auditorias Especiais e Investigativas e Avaliações da Execução dos Programas de Governo (como o Bolsa Família, o Saúde na Família, a Qualificação Profissional, o Minha Casa, Minha Vida, os empreendimentos da Copa do Mundo 2014, etc.). Todos os órgãos e entidades públicas, inclusive as empresas estatais, se submetem ao controle permanente da CGU.
    Em paralelo à ação fiscalizatória, a CGU instituiu, em 2005, o Sistema de Correição do Poder Executivo Federal, que acompanha os processos instaurados e por instaurar em cada ministério, garantindo a efetiva apuração das irregularidades praticadas por servidores públicos. Assim, de 2003 a 2013, 4.577 servidores públicos federais foram expulsos , incluindo dirigentes e servidores de cargos elevados, por envolvimento em diversos tipos de irregularidades, sendo que 3.078 (67%) por algum ato ligado à corrupção. O Cadastro de Expulsões da Administração Federal exibe os nomes de todos os agentes públicos que foram demitidos do serviço público desde 2005.

    Mas a CGU não se preocupa apenas com as infrações cometidas por servidores públicos. Se a corrupção envolve um corrupto e um corruptor, é preciso agir nos dois lados. Nesse sentido, em 2007, a CGU passou a atuar também na aplicação de sanções a empresas que cometem ilícitos contra o Estado e criou o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS), que lista as empresas punidas e que estão, por isso, proibidas de contratar com a Administração.

    Ainda no campo repressivo e demonstrando não temer ser alvo de investigações, os governos Lula e Dilma promoveram profundas mudanças na Polícia Federal e praticamente a transformaram em uma nova instituição. O órgão foi fortalecido com a ampliação do seu quadro de delegados e agentes, uma política de valorização salarial, o incremento de seu orçamento – que permitiu a compra de novos equipamentos e a modernização das técnicas de investigação – e, principalmente, foi garantida à PF ampla liberdade para atuar no combate à corrupção.

    Não é sem razão que entre 2003 e 2012 centenas de operações foram deflagradas, que resultaram na prisão de mais de 2 mil servidores públicos. A Polícia investiu na estruturação de uma área especializada no combate a fraudes e à corrupção e, somente em 2012, foram criadas 17 delegacias especializadas no combate à corrupção e desvios de recursos públicos. Em 2013, as investigações de crimes do colarinho branco suplantaram as ações contra o tráfico de drogas e o contrabando. Além disso, dados de dezembro de 2013 mostram o andamento de 12.870 inquéritos policiais em todo o Brasil que apuram a prática de crimes que envolvem o desvio de recursos públicos. Esse número representa mais de 10% de todas as investigações em curso na Polícia Federal. Os contratos sob investigação da PF somam o número recorde de R$ 15,59 bilhões em recursos públicos.

    Polícia Federal - Operações e Servidores Presos

    Polícia Federal – Operações e Servidores Presos

    Também a Advocacia-Geral da União (AGU) passou a ter uma atuação destacada no enfrentamento da corrupção, assumindo o papel de braço jurídico dos órgãos de controle do Governo Federal nessa luta. A partir do ajuizamento de ações, a AGU tem conseguido reaver verbas desviadas, garantindo a efetiva recomposição do patrimônio público. Em 2010, foram ajuizadas 3.706 Ações Civis Públicas, de improbidade administrativa e de execução de decisões do TCU para reaver R$ 2,7 bilhões desviados em esquemas de corrupção. No mesmo ano, foram recolhidos aos cofres públicos cerca de R$ 491,2 milhões referentes a verbas desviadas em convênios firmados pela União com prefeituras e entidades públicas. Em 2011, foram ajuizadas 2.343 ações para reaver aos cofres públicos mais de R$ 2 bilhões desviados em atos de corrupção. Em 2012, a AGU obteve a maior recuperação de créditos devido a atos de corrupção com a devolução de quase R$ 468 milhões desviados da construção do TRT de São Paulo e ainda conseguiu a repatriação de US$ 6,8 milhões da conta bancária na Suíça do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto. E em 2013 foram ajuizadas 2.109 ações visando a recuperação de R$ 1,05 bilhão.

    Para garantir o efetivo enfrentamento da corrupção, os governos Lula e Dilma asseguraram também ampla autonomia ao Ministério Público. Contrariamente ao governo anterior, todos os Procuradores-Gerais da República nesse período foram nomeados respeitando lista tríplice apresentada pela categoria. Assim, se encerrou o nefasto período do “Engavetador Geral”, quando o MP não exercia a plenitude de suas atribuições no combate à corrupção, em especial quando isso pudesse alcançar altas autoridades. Enquanto Procurador-Geral da República do governo FHC, Geraldo Brindeiro recebeu 626 inquéritos criminais, engavetou 242 e arquivou 217. Somente 60 denúncias foram aceitas. As acusações recaíam sobre 194 deputados, 33 senadores, 11 ministros e, em quatro casos, sobre o próprio presidente FHC. Entre as denúncias que engavetou está a de compra de votos para aprovação da emenda constitucional que aprovou a reeleição para presidente,beneficiando o então ocupante do cargo.

    Todas essas medidas adotadas demonstram o claro compromisso dos governos Lula e Dilma de combater a corrupção, institucionalizando controles democráticos e punindo responsáveis por danos ao patrimônio público. O Governo do PT não esconde a corrupção embaixo do tapete; ao contrário, vem sistematicamente enfrentando e expondo o problema.

    Cultura de Transparência

    Mas todas essas medidas de repressão da corrupção não bastariam se uma decisão fundamental não tivesse sido tomada: a de se investir, pela primeira vez no Brasil, em políticas públicas de transparência da gestão. Assim, a CGU criou, ainda em 2004, o Portal da Transparência, que disponibiliza informações detalhadas e atualizadas diariamente sobre cada gasto do Governo Federal, acessível a qualquer cidadão, sem exigência de senha ou cadastro.

    Ao longo dos anos, o Portal foi sendo constantemente aperfeiçoado para incluir novos dados e tornar as informações publicadas ainda mais acessíveis. Destaca-se, por exemplo, a divulgação de todos os recursos transferidos a estados, municípios e ONGs por meio de convênios, dos benefícios pagos no âmbito do Programa Bolsa Família, das operações efetuadas com os cartões de pagamento do Governo Federal, dos recursos investidos na Copa 2014 e nas Olimpíadas 2016 e dos salários de todos os servidores públicos federais.

    E o mais importante, o Portal da Transparência do Governo Federal é hoje um instrumento de controle social que está sendo efetivamente utilizado pela população: começando com menos de 300 mil acessos em 2005, atingiu mais de 11 milhões de acessos em 2013, com média mensal de visitas em 2014 em torno de 1.131.669 milhão.

    Além das importantes medidas de divulgação espontânea de informações na internet, os Governos do PT também foram os responsáveis por aquela que é, sem dúvida, uma das mais importantes leis editadas no Brasil no período recente: a Lei de Acesso à Informação, cujo projeto foi enviado ao Congresso Nacional em 2009, pelo Presidente Lula, e sancionado pela Presidenta Dilma em novembro de 2011. A Lei de Acesso à Informação rompeu com a cultura de sigilo que há séculos imperava no Estado, determinando que todas as informações são, em regra, públicas. A Lei também estabeleceu curtos prazos para respostas aos pedidos de acesso dos cidadãos, responsabilizando servidores que os descumprissem e incentivou a divulgação de dados em formatos abertos. E contra expectativas pessimistas, foi implementada pelo Governo Dilma em tempo recorde – apenas 6 meses – e de modo exemplar, servindo de referência para os demais Poderes, Estados e Municípios. Desde maio de 2012, já foram apresentados quase 165 mil pedidos de acesso à informação ao Governo Federal, todos processados eletronicamente, com o percentual de 98% respondidos, em um tempo médio de 13 dias (que corresponde a menos da metade do limite permitido pela lei, que é de 30 dias).

    Os Governos Lula e Dilma partiram, portanto, praticamente do zero na área de transparência para levar o Brasil a ser reconhecido hoje como um dos países com maior grau de transparência do mundo. Não por acaso, o Portal da Transparência do Governo Federal já recebeu diversos prêmios internacionais (entre eles, prêmio da ONU que o reconheceu como uma das cinco melhores práticas de prevenção da corrupção no mundo). Também não foi sem razão que o Brasil foi o primeiro país a ser convidado pelo presidente Obama, em 2010, para liderar, junto com os Estados Unidos, a iniciativa global Open Government Partnership (parceria para o governo aberto) que atualmente já congrega 63 países. Só um governo que nada tem a esconder e não tem compromisso com o malfeito é capaz de se abrir para o completo e permanente escrutínio público.

    Avanços normativos

    No esforço de enfrentamento da corrupção, várias outras medidas de aprimoramento do marco legal também foram adotadas ao longo dos Governos do PT, com destaque para os seguintes: Lei que regulamenta o Conflito de Interesses no âmbito do Poder Executivo Federal, coibindo condutas como o uso de informação privilegiada, o exercício de atividade incompatível com o cargo e a concessão de benefícios indevidos a particulares (link); Lei que institui a Responsabilização de Pessoas Jurídicas por Atos de Corrupção, que vem sendo denominada Lei Anticorrupção e trouxe, de forma inédita, punições severas a empresas corruptoras; Nova Lei de Lavagem de Dinheiro, que endureceu o combate a esse crime retirando a obrigatoriedade de comprovação da prática de crime antecedente que deu origem ao dinheiro e aumentando a multa a que está sujeito quem é condenado, que hoje é cem vezes maior; Lei que pune as organizações criminosas e regulamenta técnicas especiais de investigação que permitem identificar e desarticular essas organizações; e a Lei que reestruturou o CADE, fortalecendo a sua atuação no combate a cartéis. Trata-se de importantes diplomas legais, propostos pelos Governos do PT, que promovem mudanças estruturais no sistema de prevenção e combate à corrupção.

    No plano infralegal, legados fundamentais para o Estado Brasileiro também foram deixados, como o Decreto nº 5.483/2006, que instituiu a Sindicância Patrimonial dos servidores federais; o Decreto nº 6.170/2007, que criou o Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse – SICONV e revolucionou o procedimento de transferências voluntárias de recursos da União para estados, municípios e entidades sem fins lucrativos, especialmente para imprimir-lhe mais transparência; o Decreto nº 6.370/2008, que dispõe sobre a utilização do Cartão de Pagamento do Governo Federal; e o Decreto nº 7.568/2011, que estabelece critérios mais transparentes para a celebração de parcerias com Organizações da Sociedade Civil, a exemplo do chamamento público obrigatório para as ONGs.

    Ademais, diversas medidas de modernização da gestão, que diminuem a burocracia, aumentam a transparência e promovem a ética também foram adotadas de modo a coibir a ocorrência de irregularidades. Destaca-se a edição do Decreto n° 5.450/2005, que tornou obrigatório o uso do pregão eletrônico nas aquisições de bens e serviços comuns do Governo Federal e do Decreto 5.497/2005, que estabeleceu limites para que os cargos em comissão fossem ocupados exclusivamente por servidores de carreira; a criação, em 2007, da chamada Super-Receita, que reduziu o desperdício e permitiu maior combate a fraudes e à sonegação; e a edição do Decreto nº 7.203/2010, que combate o nepotismo no Governo Federal.

    Diante de todo o exposto, resta evidente e inquestionável o quanto se fez, de forma inédita, no Brasil nesses últimos anos na prevenção e no combate à corrupção. No entanto, embora as ações adotadas ao longo dos Governos Lula e Dilma tenham sido fundamentais para que o país pudesse finalmente apresentar avanços efetivos nessa área, a grande exposição do combate à corrupção na grande mídia deixou a falsa impressão em alguns de que a corrupção cresceu nos governos do PT. Um mal entendido que precisa de uma vez por todas ser desfeito. Na verdade, os casos só apareceram porque, pela primeira vez na história do país, instituições de defesa do Estado foram estruturadas e fortalecidas e, principalmente, puderam atuar livremente, sem nenhuma interferência.

    O trabalho, certamente, não está concluído. Diversos são ainda os desafios a ser enfrentados, pois ninguém desconhece que as causas mais profundas da corrupção têm raízes em questões como o financiamento privado de campanhas e de partidos. Por isso, a importância da continuidade desse esforço. Não pode haver retrocesso nem recuo nessa caminhada. A sociedade brasileira não o toleraria. A luta contra a corrupção precisa continuar.

  6. O comercial do PT foi ,

    O comercial do PT foi , apenas , o preâmbulo do que deverá vir a seguir. A inexorável e demolidora comparação entre as maneiras de governar dos dois principais partidos e suas realizações .  A oposição sentiu o golpe , porque sabe que há muito pouco a mostrar para muitos e muito a mostrar para poucos …  

  7. Eu acho muito engraçado

    Eu acho muito engraçado alguns argumentos dos fãs da oposição: O que o Marcos Coimbra fala não serve, pq ele é petista até os fios de cabelo. E quando o Montenegro fala que o PT não ganha de modo algum, eles “não tem nada a comentar”. Se acostumaram tanto a só ler na imprensa coisas favoráveis aos Tucanos, que não aceitam ninguém que possa ter outra opinião. Não é mesmo sr. Mauro b (o que será esse b?)

  8. É só um elogio ao

    É só um elogio ao Santana.

    Exxxxxxcelente o comercial. Até os poderosos do Norte queriam um marqueteiro assim. Resta saber se o Tofolli, vai se assustar como fez no julgamento. Este é o principal problema do lado da mudança, verdadeira mudança, a do Brasil como vem sendo feita nos 12 anos, as pessoas se assustam e ficam tímidas enquanto a direitona fica bem visível e corajosa. 

  9. alem do povo ja conhecer gov

    alem do povo ja conhecer gov psdb

    AECIO nao empolga nem os tucanos

    eu nao conheco pessoalmente ninguem que defenda aecio, os anti-pt se dividem entre ele e eduardo, apenas no voto contra, nenhunzinho defende aercio,,,,,

    risco é o aercio virar covas/89 e imprensa abandona-lo em apoio a campos, como fez com collor,,,,,,,,

  10. Sem sutilezas. O PIG acusou o

    Sem sutilezas. O PIG acusou o golpe,não dissimulou e  pôs a boca  no mundo.Faltou chamar o Barbosa…

    No fundo, no fundo, trabalham para  que o Tribunal Eleitoral tome  a iniciativa.Bem, parece que já tomaram….

    1. Troca de comercial

      Durvaldisko,

       O TSE  já barrou o comercial que eu em vi , o tal em que aparece DRousseff, e entra em campo este excelente Fantasmas do Passado”.

      Esta troca é um tremendo de um tiro no pé desta turma de incompetentes que, a qualquer momento, passarão a dormir nos corredores do STF e STE.

  11. Cautela e canja de galinha

    Tem um detalhe que não pode ser esquecido.

    No 1º turno os eleitores buscam o ‘candidato ideal’, que não parece existir, daí tantos ‘brancos/nulos/indecisos’.

    Mas para o 2º turno só há o ‘sou a favor’ e o ‘sou contra’.

    E nisso tem havido movimentação nos últimos 3 meses.

    Dilma estava com 70% nas simulações de 2º turno feitas em fevereiro.

    Passou para 65% e agora está por volta de 60%.

    Se chegar aos 55% é o patamar que as pesquisas davam após o 1º turno de 2010.

    E não era uma situação exatamente tranquila para o governismo.

    Por que achar que este ano será mais fácil?

     

  12. Nada está ganho, mas para

    Nada está ganho, mas para ganhar é só lembrar o que foi o desgoverno do PSDB. Aí meu amigo, é duro de engolir.

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