Esqueçam a polarização estatal x privado. Examinem o caso da CEPISA e vejam se, contando a história desde o início, a sociedade brasileira está realmente lucrando com essa maneira estranha de privatizar.
Leiam sobre a história dessa distribuidora de energia de um estado pobre do nordeste. Vejam se é razoável e honesto classificar a Eletrobras como ineficiente como tem sido as declarações do Dr. Wilson Ferreira, justamente o presidente da Eletrobras.
Vejam os investimentos feitos depois de 1997, quando, resultado de um plano de privatização mal feito, a empresa cai nas costas da Eletrobras. Que empresa privada suportaria os desafios?
Reparem que o compromisso era privatizar, mas o poder político (não a Eletrobras) descumpriu o prometido. Mesmo assim, justamente por ter lucratividade nas suas outras atividades, a Eletrobras continuou investindo pesadamente na CEPISA. De 2010 até 2017 o total atingiu R$ 2,3 bilhões. Foram “apenas” 29.000 km de linhas e 11 subestações acrescidas no período.
Todos os dados oriundos do “informe aos investidores” na página da Eletrobras e corrigidos pelo IPCA!
Infelizmente, por adotar o caminho fácil de não enfrentar os erros e os ganhos de grupos poderosos, a MP 579 resolveu baixar tarifas às custas da Eletrobras.
A Eletrobrás não consegue ser, ao mesmo tempo, o Luz para Todos, o quebra galho de privatização errada, a parceira minoritária amiga, a que dá bolsa MW no mercado livre e a que reduz tarifa sozinha.
Deu no que deu! Infelizmente a mídia nunca conta a história toda.
1914
De 1914 a década de 1960, o Piauí dispõe apenas de núcleos precários e isolados de geração e de distribuição de energia por meio de usinas termelétricas a lenha ou a óleo diesel, com fornecimento para zonas urbanas durante poucas horas da noite.
Na capital, Teresina, o suprimento é feito pelo Instituto de Águas e Energia Elétrica – IAEE e, no interior do estado, é de responsabilidade das Prefeituras Municipais.
1962
A Cepisa é constituída, em 8 de agosto de 1962, como Sociedade Anônima e razão social de Centrais Elétricas do Piauí S.A.
No final da década de 60, inicia-se a construção, em padrões técnicos, de um sistema integrado de produção, transmissão e distribuição de energia, possibilitando o surgimento de uma mentalidade empresarial para os serviços elétricos. Em 1969, a Cepisa tem apenas 13.805 consumidores.
1970
Entra em operação a Usina Hidrelétrica de Boa Esperança, construída pela COHEBE – Companhia Hidrelétrica de Boa Esperança, e o Estado começa a dispor de energia suficiente para possibilitar a implantação de atividades econômicas de grande consumo de energia.
No mesmo ano, a Cepisa incorpora os acervos da Companhia de Eletrificação do Nordeste – CERNE e da Companhia Luz e Força da Parnaíba – CLFP e passa a ser a única concessionária de distribuição de energia elétrica no Piauí.
De 1973 a 1978, a Cepisa desenvolve um Plano de Eletrificação para o Piauí, interligando o sistema com a energia hidrelétrica de Boa Esperança. No final de 1978, ano da conclusão da rede básica de distribuição, a Cepisa conta com 93.457 consumidores.
1982
São construídas as duas grandes subestações de 69/13.8 kV – 40 MVA, nos bairros Jockey e Marquês, em Teresina, interligados à subestação da Chesf. Até então, são as maiores obras da Cepisa em porte físico e volume de recursos.
1987
Lei Estadual nº 4.126 altera a razão social da Cepisa para Companhia Energética do Piauí e amplia o seu campo de ação.
1995
Construção da primeira linha de transmissão da Cepisa em 138 kV com 141 km de extensão – Piripiri/Tabuleiros.
1996
Construídas a subestação Macaúba 69/13.8 kV e 50 MVA, a terceira em Teresina, a linha de transmissão em 69 kV entre Picos/Itapissuma e a subestação Junco, em Picos.
1997
Eletrobrás assume controle acionário da Cepisa.
Iniciado o processo de alienação das ações de propriedade do Estado que integravam o capital social da Cepisa.
Numa primeira fase, a Eletrobrás amplia sua participação acionária na empresa para 48,86% das ações ordinárias e assume, em 13 de janeiro de 1997, a gestão da Cepisa de forma compartilhada com o Governo do Estado.
Em 20 de outubro do mesmo ano, a Eletrobrás adquire o controle acionário da Cepisa de 98,8% e assume o compromisso de preparar a empresa para a privatização. (…) continua no site do Ilumina
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