Um cálculo do percentual de lucro que ficará com o Estado no regime de partilha

Por Paulo Cezar

Percentual do Lucro que ficará com o estado

O Percentual de óleo que ficará no Brasil a principio realmente se aproxima de 81,6 %, porém em relação a renda proveniente deste óleo 75,8 % ficarão no país com certeza – Percentual do governo no lucro + dividendos do governo na Petrobras – , o restante, relativo a participaçãoes acionárias privadas na Petrobras poderá ficar ou não. Percentual do Lucro que ficará com o estado

Baseando-me no estudo cujo link colocarei abaixo. Fiz um cálculo (figura 1 ) que indica que o percentual do lucro que ficará com o governo no regime de partilha é pelo menos 12 pontos percentuais ( ~80 bi de dólares ) maior do que o cenário do regime de concessões para campos com grande produção em aguas profundas – sendo que o percentual tende a piorar com valores maiores do barril ( tabela 1 ). E no mundo trata-se do terceiro melhor regime em termos de remuneração governamental, com 69 %, só perde para o modelo chinês e Venezuelano, igualando-se ao Russo (tabela 2 ). E levando-se em conta o dividendo da Petrobras a que tem direito o governo a participação aumenta para 76 %, a segunda melhor do mundo.

Acrescento a isso tudo o fato da Petrobras ser OPERADORA ÚNICA, isso é o principal fator diferenciador dos modelos e garante controle da união sobre o ritmo de exploração, conteúdo nacional do fornecimento de bens , acuidade das informações sobre a quantidade de óleo sendo retirado, etc, etc, etc ! Fatores importantíssimos para garantir que a exploração do campo garanta o desenvolvimento ao país e remunere corretamente o estado em uma indústria marcada pela trapaça e cobiça.

Dito isso acrescento que não acho a partilha a melhor opção para Libra, e sim o artigo 12 da lei, que permite a contratação da Petrobras diretamente pelo governo para explorar o campo, porém não há como negar que o regime de partilha é muito superior ao de concessões e não é de maneira nenhuma uma entrega do petróleo aos estrangeiros, pelo contrário, tem sido até criticado como “estatizante”….
Fonte:http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/Premio_TN/XVIPremio/financas/2tefpXVIPTN/Tema_4_2.pdf

 

 

 

Mais: O que o leilão de Libra foi e o que ele não foi

Redação

7 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    1. o que faltou dizer.

       

      A comparação é boa, mas faltou contabilizar os R$ 15 bilhões de bônus de assinatura. Talvez, computando o “adiantamento financeiro” elevado sejamos o número 1.

      1. Verdade

        É verdade, porém para calcular o percentual que os R$ 15 bi representam , precisaríamos saber a quantidade exata do total de óleo a ser extraído.

        Se essa quantidade for de 8 bi de barris, o percentual será de aprox 1 %. Elevando a parte do gov nos lucros para 76,8 %.

  1. Não saiu

    Faltou inserir o início do texto de Paulo César:

    O Percentual de óleo que ficará no Brasil a principio realmente se aproxima de 81,6 %, porém em relação a renda proveniente deste óleo 75,8 % ficarão no país com certeza – Percentual do governo no lucro + dividendos do governo na Petrobras – , o restante, relativo a participaçãoes acionárias privadas na Petrobras poderá ficar ou não. Percentual do Lucro que ficará com o estado

  2. Esclarecendo um ponto que achei que não ficou claro.

    “Baseando-me no estudo cujo link colocarei abaixo. Fiz um cálculo (figura 1 ) que indica que o percentual do lucro que ficará com o governo no regime de partilha é pelo menos 12 pontos percentuais ( ~80 bi de dólares ) maior do que o cenário do regime de concessões para campos com grande produção em aguas profundas – sendo que o percentual tende a piorar com valores maiores do barril ( tabela 1 ) .”

     

    No regime de concessões o percentual governamental no lucro diminui a medida que o preço do dolar sobe, pois a “participação especial” prevista no modelo é fixa. O cálculo na tabela 1 se refere a preços de barril a 30 e 70 dolares, a 100 dolares o percentual do lucro que ficaria com o governo no regime de concessões seria menor do que 58 %.

     

    Sendo assim o modelo de partilha, com preço de petroleo a 100 dolares, como aproximadamente se encontra hoje , é ainda melhor do que o anterior.

  3. Libra não afeta desigualdade, segundo Paulo Nogueira

    O que nem Dilma e nem Marina estão dizendo

      inShare
    Postado em 22 out 2013por : O petróleo é bom, mas não é suficiente para uma sociedade justa como a falada por Dilma

    O petróleo é bom, mas não é suficiente para uma sociedade justa como a falada por Dilma

    Dilma e Marina, os dois principais nomes para 2014, estão falando da questão da desigualdade social – o maior desafio do país e do mundo — sem tocar no ponto central dela.

    O ponto: você não faz nada de realmente expressivo contra a iniquidade se não cobrar mais impostos dos mais ricos. Poucas semanas atrás, o Nobel da Economia Robert Schiller disse exatamente isso.

    Schiller disse temer que o mundo fique ainda mais desigual, e exortou os governos a taxar mais os ricos. Não por gostar dos ricos, ele disse, mas para que as coisas não fiquem ainda mais malucas.

    No Brasil, não se trata nem de fazer os ricos pagarem mais impostos. Estamos um passo atrás. Trata-se de fazê-los pagar impostos. O caso de sonegação comprovada da Globo na compra dos direitos da Copa de 2002 é exemplar. Passados meses desde que documentação denunciadora apareceu num vazamento de alguém da Receita, nada aconteceu.

    Repito: nada. Absolutamente nada. Nem a Globo pagou – em dinheiro de hoje, a dívida é calculada em 1 bilhão de reais – e nem, ao que se saiba, o poder público se movimentou para cobrar e punir.

    Na Europa e nos Estados Unidos, há um empenho dos governos em fechar o cerco a práticas das grandes corporações catalogadas como “legais mas imorais”, a maior das quais é criar subsidiárias em paraísos fiscais com o único objetivo de não pagar o imposto devido.

    É o que no Brasil se chama, eufemisticamente, de “planejamento fiscal”.

    Empresas como Google, Amazon, Microsoft e Starbucks estão sofrendo um forte cerco fiscal nos Estados Unidos e na Europa. Vários governos têm divulgado o quanto faturam e quanto pagam de imposto. São taxas fiscais irrisórias, na faixa de 5%, ou às vezes até menos.

    Na Inglaterra, até escritórios especializados em oferecer “planejamento fiscal” a grandes empresas estão sendo investigados e, não raro, caçados.

    Fora tudo, o uso de paraísos fiscais gera uma enorme desigualdade. Os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres. Para manter as contas em ordem, os governos avançam sobre pensionistas, viúvas etc – a parte mais fraca. E a história contemporânea mostrou que os mais fracos cansaram de ser espremidos, e foram para as ruas protestar.

    Na sociedade mais avançada do mundo, a escandinava, a fórmula do sucesso é exatamente cobrar mais impostos dos ricos.

    No Brasil, é um tema proibido. A direita não fala nada, por razões óbvias: é beneficiária da desigualdade. E a esquerda tem medo do poder da plutocracia. Quem perde, com isso, é a sociedade.

    Veja Dilma e Marina, por exemplo. Dilma afirmou que o leilão de Libra vai contribuir poderosamente para a construção de uma sociedade “mais justa e com melhor distribuição de renda”. A intenção é boa, mas sem cobrar mais imposto dos ricos nem 100 Libras vão resolver a tragédia da iniquidade nacional.

    Marina, no Roda Viva, foi sabatinada sobre sua visão tributária por Maria Christina Pinheiro, do Valor.

    A maior alíquota no Brasil é de 27,5%, disse Maria Christina. (Na Escandinávia, é cerca de 50%.) Marina pensa em mudar isso?

    Loquaz o tempo todo, a ponto de ignorar as tentativas frustradas do mediador do programa de abreviar as respostas, Marina desconversou e logo mudou de assunto.

    Enquanto os políticos brasileiros não enfrentarem a verdade – o Brasil é uma espécie de paraíso fiscal para quem pode mais, e isso tem que mudar urgentemente – falar em sociedade justa vai ser pouco mais que uma questão retórica.

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador