Caso Lukaku, por Jorge Alberto Benitz

Se fosse só um centroavante aipim, que fica plantado lá na frente, não estaria no Chelsea.

Divulgação

Caso Lukaku

por Jorge Alberto Benitz

    Baseado em uma informação da jornalista Renata Mendonça sobre o comentário de um jornalista esportivo acerca do Lukaku, Djamila Ribeiro não teve duvidas e escreveu um artigo hoje (18 02 22) na FSP dizendo “Foi racismo porque reduziu o atacante belga Romelu Lukaku a um jogador desprovido de técnica e dotado de mera força física.” O comentário foi feito na transmissão da final entre Chelsea e Palmeiras, no qual o clube inglês venceu o jogo —com gol de Lukaku— e se sagrou pela primeira vez campeão mundial de futebol masculino.

    Assisti esta transmissão do jogo pela TV e ouvi este comentário normal e achei normal. Lukaku ou qualquer outro centroavante, independente de cor ou raça,  com aquele porte físico e com aquele estilo de atacante que se impõe fisicamente, suscitaria este tipo de comentário. O comentário foi feito porque no momento do gol, por Lukaku ser forte e alto  e saber se posicionar, conseguiu cabecear a bola fazendo o gol. Ele não é só forte e alto. Tem técnica, sabe conduzir a bola e se desvencilhar dos adversários. Se fosse só um centroavante aipim, que fica plantado lá na frente, não estaria no Chelsea. Posso estar enganado, mas parec e uma forcação de barra enquadrar este comentário do jornalista esportivo como racista.

    Sei que corro riscos nesta hora questionar formadores de opinião como ela que parecem estar na condição de figuras inquestionáveis, acima de críticas. Sei também que a causa dela é justa e merece todo o apoio das pessoas com senso de justiça e civilidade. No entanto, penso que é assim, tornando esta pessoas acima do bem e mal, que podem apontar o dedo acusatório para qualquer um e o cancelar, que prosperam futuros tiranetes.

Jorge Alberto Benitz é engenheiro e escritor.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Redação

3 Comentários

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  1. Com todo respeito e consideração as duas profissionais mas a onde está o preconceito em dizer que um atleta tem mais força física do que técnica. Quantos jogadores trem uma técnica mais apurada mas não tem força física. Zico por exemplo jogador de uma técnica apuradíssima mas teve que fazer tratamento especial para ganhar massa muscular. Se disser que Zico tinha muita técnica mas não suportava tranco estava cometendo preconceito contra ele? Não sou advogado de Edmundo, mas há muito mi mi mi.

  2. Horst Hrubesch, centroavante alemão, branco, alto, forte, pouquíssima técnica, foi centroavante da seleção alemã em copa do mundo. Seu conterrâneo, e contemporâneo, Klaus Fischer, igualmente branco, alto, forte, técnica apenas razoável, também fez carreira na seleção alemã, fez um gol que os alemães chamam de ‘gol do século’.
    Cansei de ouvir narradores e comentaristas enfatizarem a pouca qualidade desses e de inúmeros outros jogadores estrangeiros. Na época, chamavam-no de ‘rompedores’, coisa de que o futebol brasileiro sempre foi pródigo.
    Dica para os inventores do Vale do Silício: criar uma espécie de filtro de voz, um chip instalado em nosso cérebro, onde ficarão armazenadas as expressões e palavras politicamente incorretas, que, no percurso do cérebro até a língua, serão detectadas, censuradas e eliminadas de nossa fala, substituídas por expressões e palavras previamente armazenadas no mesmo chip.

  3. Concordo. O comentário do Edmundo foi claramente sem intenção racista,quem acompanha futebol sabe disso. O racismo nesse caso,acho eu,está na cabeça da jornalista e acredito que se o comentário fosse feito por outro comentarista ,a jornalista interpretativa de outra forma

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