Percival Maricato
Percival Maricato é sócio do Maricato Advogados e membro da Coordenação do PNBE – Pensamento Nacional das Bases Empresariais
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Torcedores justamente indignados ou cafajestes estúpidos?, por Percival Maricato

A torcida do Santos agrediu até os jogadores do Corinthians que nada mais fizeram do que o que deles se esperava:  jogaram para ganhar

ESPORTE BRETÃO

por Percival Maricato

TORCEDORES JUSTAMENTE INDIGNADOS OU CAFAJESTES E ESTÚPIDOS?

Certos torcedores se acham no direito de descarregar suas frustrações nos campos de futebol. Quando não brigam entre si, geralmente encontrando um outro torcedor adversário isolado, costumam agredir jogadores do próprio time, quando ele não vai bem, e/ou do adversário, como fez parte da torcida do Santos recentemente. Os jogadores, no fundo, são trabalhadores procurando desempenhar suas atividades profissionais, ganhar os jogos, até porque sem ganhar eles não só não se valorizam como podem perder o emprego. As vezes acontece de termos um ou outro pilantra fazendo corpo mole, não poucos porque querem mudar de time ou receber aumento, mas a maioria quer obter os benefícios do capitalismo, ficar rico se bem que para a imensa maioria sobra o ganhar a vida. Além do Santos também alguns vascaínos deram lição de baderna e covardia, agredindo jogadores indefesos.

A torcida do Santos agrediu até os jogadores do Corinthians que nada mais fizeram do que o que deles se esperava:  jogaram para ganhar. Os santistas lançaram dezenas de rojões no campo. É certo que é difícil prender um dos vândalos quando em meio à massa , mas nada impede que sejam fotografados, filmados etc e depois punidos, proibidos de assistirem jogos do time por dez anos, serem chamados para responder cursos educativos, inquéritos e a ações de indenização por dano material (o Peixe terá que ficar 30 dias sem usar o campo; brigas afastam torcedores civilizados e famílias do campo etc) e moral (imenso desgaste da imagem do clube, do time, dos jogadores).  Os Cartolas, de quem pouco se espera calam, culpam os técnicos, sempre punidos nessas ocasiões. O Ministério Público assiste, e vez ou outra tenta algo.  Essas agressões são ainda estupidas, ajudam a derrubar o time, desmoraliza e desmotiva os jogadores.  

As torcidas precisam encontrar meios mais criativos, aceitáveis e eficientes de protestar, têm sim, direito a ver seu time correr , lutar, tentar acertar etc, seus dirigentes serem mais eficientes e menos corruptos, mas não podem recorrer à  violência. Esta é  sabidamente inútil, dai porque nada mais acontece que um descarrego, ato típico de frustrados.  

Por sua vez, os jogadores têm que se posicionar mais enfaticamente como trabalhadores. É certo que há jogadores talentosos que se tornarão famosos e ricos, alguns destes irão se tornar exibidos, arrogantes, abusados, tais como Neymar ou Daniel Alves. Eis aí outra coisa que esses futuros craques deveram se preocupar: “vencendo na vida”, não deveriam esquecer as origens, a classe social de onde saíram, onde há desemprego, fome,  falta de esgoto, de assistência à saúde, deveriam ter consciência e serem solidários, ajudar a resolver os problemas sociais do país que nasceram ou que os adotaram. Passariam a ser mais respeitados e não só invejados quando vencem ou objetos de agressão quando perdem.

MESSI: OUTRO HOMEM DE MILHÕES DE DÓLARES

Messi trabalhou para os ricos espanhóis, árabes, agora esta sendo contratado por dois filhos de um bilionário cubano que, expulso de seu pais, ficou rico na Flórida. O time é o Inter de Miami. Lembremos que no fim de sua carreira Pelé também foi contratado para jogar nos EUA, no Cosmos, visando popularizar o futebol. Conseguiu poucos resultados, os americanos continuam gostando de esportes de machões, onde força, corpo, estatura, são fundamentais. Futebol não precisa disso, as vezes os baixinhos e frágeis tem até vantagens quando são dotados de habilidades. Na semana passada mostramos o absurdo valor que o Real Madrid ofereceu a Mbappé. A Messi os dois bilionários americanos vão pagar US$ 40 milhões por ano (mais de R$ 190 milhões, mais de R$ 500 mil  por dia). E noticia-se que Messi desprezou proposta de US 400 milhões do time saudita onde joga Cristiano Ronaldo. Importante lembrar  que nos EUA ricos pagam imposto de renda elevado. Os ricos brasileiros babam de admiração com os EUA, mas nem um pouco quando se fala em impostos. Quem quer aumentar imposto de renda no Brasil, um tantinho mais, é logo chamado de comunista.

EQUIPE  MOTIVADA  VALE MAIS QUE SOMA DE CRAQUES: BRAGA PÕE FLAMENGO NA RODA

Os 4 x 0 que o Braga impôs ao Mengo, de Sampaoli, na última quarta-feira, vai ficar na história. O Mengo não conseguiu chutar no gol  adversário, não conseguiu achar a esfera. Não gosto muito dessa mistura de time que inclui no nome, até no distintivo, empresa comercial, fica fazendo propaganda do produto. Mas, no caso,  a Red Bull investiu pouco mais de R$ 19 milhões e o Braga passou a ter gestão e contratar técnicos e jogadores competentes. Lembremos que o estádio (o Nabizão)  é pequeno (13 mil lugares) e Bragança tem 170 mil habitantes. Há em São Paulo, dezenas de cidades mais populosas, mais de uma centena no país.  Outros compradores de time gastaram centenas de milhões e nunca tiveram resultados positivos. Ronaldo gastou R$ 400 milhões no Cruzeiro e os resultados são pífios. Enfim, reconheçamos, o Braga é bem gerido e merece estar no 9º lugar do Brasileirão.

FOGÃO APAGA VERDÃO

No jogo entre os dois primeiros da tabela, até sábado, o Fogão mostrou porquê de estar à frente da tabela do Brasileirão, ganhou do  Palmeiras por  1 x 0 . O Verdão  tem jogadores mais renomados e hábeis, teve quase 60% de posse de bola, perdeu um pênalti, mas pouco importa, o Fogão ganhou, tem uma defesa muito sólida, merece estar em primeiro. Os dois técnicos portugueses mostraram, também, competência, e que são grandes prima donas, enfezadinhos.

VEJA COMO FICOU O CAMPEONATO :  PREDOMÍNIO DE CARIOCAS E GAÚCHOS

Classificação Brasileirão 2023 – 12ª rodada

12ª Rodada

Percival Maricato é advogado.

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Percival Maricato é sócio do Maricato Advogados e membro da Coordenação do PNBE – Pensamento Nacional das Bases Empresariais

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