A baixaria na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro

Sugerido por Antonio Carlos Silva

Do O Dia

Chamado de ladrão, Brazão diz que já mandou matar. Cidinha registra queixa Bate-boca na Alerj acaba em ameaça

Caio Barbosa

Rio – A maior baixaria da história da Assembleia Legislativa. Esta era a frase mais ouvida nos corredores do Palácio Tiradentes no fim da tarde de ontem, após uma discussão mais do que áspera entre os colegas Domingos Brazão (PMDB) e Cidinha Campos (PDT). O bate-boca começou na reunião do Colégio de Líderes, que revê o Código de Ética da Alerj. Cidinha quis apresentar duas emendas ao novo código quando foi questionada por Brazão, que ironizou a preocupação da deputada com a ética parlamentar com palavrões e ofensas.

O deputado acusou a colega de “estar no bolso do Cabral”. Indignada, Cidinha rebateu dizendo que nunca tinha sido presa, a exemplo do que aconteceu com Brazão, que reagiu chamando a deputada de vagabunda e puta aos gritos. “É melhor ser puta do que ser matador e ladrão”, rebateu a deputada.

Neste momento, foi preciso que deputados apartassem a discussão, mas Brazão continuou em tom ameaçador. “Mando matar vagabundo mesmo. Sempre mandei. Mas vagabundo. Vagabunda eu ainda não mandei matar”, teria berrado o deputado, de acordo com o relato de vários parlamentares e funcionários da Alerj.

“Por sorte, não havia ninguém armado na casa. Se houvesse, certamente eles teriam se matado e ferido alguns colegas. Nunca ninguém viu nada parecido aqui”, disse um dos presentes à reunião. A confusão continuou no plenário da Assembleia. Tão logo foi aberta a sessão, Cidinha pediu a palavra para relatar o ocorrido e criticou os colegas por não terem prestado solidariedade a ela.

“Não tem mais homem nesta casa que seja digno de usar calça comprida, porque, se houvesse algum homem aqui, teria me defendido e dado um soco na cara dele”, protestou Cidinha. Brazão voltou à carga e alfinetou: “A nobre deputada vem falar de ética, mas está na lista do jogo do bicho, nobre deputada.” Cidinha deu troco em plenário revelando o que havia acontecido na reunião do Colégio de Líderes.

“Não venha aqui, agora, me chamar de nobre deputada se há cinco minutos me chamou de puta e vagabunda”, protestou. No início da noite, Cidinha Campos foi à Delegacia de Atendimento e Proteção à Mulher (Deam) registrar queixa contra Domingos Brazão. A deputada estava muito abalada. “Trabalho desde os 7 anos de idade. Já fui de tudo na vida. Sou casada há 41 anos com o mesmo marido. Se tem uma coisa que eu nunca fui na vida é puta. Vim à delegacia para poder ir para casa e ter coragem de olhar para os meus filhos”, disse.

TV Alerj sai do ar e nada é registrado

O bate-boca no plenário da Assembleia Legislativa fez o presidente Paulo Melo (PMDB) pedir a retirada do ar do sinal da TV Alerj. As notas taquigráficas, que registram os discursos dos deputados, também foram apagadas. 

“Pior do que os discursos no plenário foram as ofensas no Colégio de Líderes. Brazão e Cidinha não se bicam há muitos anos, mas ver um parlamentar que almeja ser presidente da Casa falar que mata e manda matar, assim, na frente de todo mundo, gerou um constrangimento em todos”, contou um funcionário da Casa. O deputado Jânio Mendes (PDT) disse que vai abrir uma representação contra Cidinha e Brazão no Conselho de Ética. Clarissa Garotinho (PR) e Marcelo Freixo (PSOL) manifestaram solidariedade à Cidinha.

Redação

13 Comentários

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    1. Votos de área de milicanos,

      Votos de área de milicanos, que impede que outros candidatos entrem na área para fazer campanha, que troca votos por assistência médica em clínicas particulares, etc…

      1. Dá um desânimo…

        Quando será que o povo conseguirá votar em pessoas que pelo menos pareçam distintas? Infelizmente a grande maioria de políticos aqui no Rio, é feita de criaturas de baixíssimo nível e, porque não dizer, da pior espécie de caráter.Criaturas pequenas e muitas ligadas ao que é ilícito.Literalmente compram os votos dos incautos, com Assistência Médica (?) em comunidades. Imagino que aconteça o mesmo em outros estados. A esperança é que chegue o dia em que o povo consiga identificar esses nefastos.   

  1. 09/08/2013 23:56:26
    Família

    09/08/2013 23:56:26

    Família Brazão, unida na riqueza e no poder

    Envolvidos em várias denúncias, irmãos Domingos e Chiquinho tiveram impressionante evolução patrimonial após entrarem para a política

    O Dia

    Rio – Unidos no poder e na riqueza. Desde que o comerciante Domingos Inácio Brazão trocou ferro-velho às margens da Via Dutra e posto de gasolina em Jacarepaguá pela política, a família Brazão viu prosperar os votos e o patrimônio pessoal. Uma arrancada cercada por denúncias de ligações com quadrilhas de adulteração de combustível e sonegação fiscal e de formação de curral eleitoral em áreas dominadas por milícias.

    Nada salta mais aos olhos do que a evolução patrimonial. Domingos, o irmão mais jovem, nas eleições de 2010 avaliou os bens no Tribunal Regional Eleitoral em R$ 5 milhões. Colega de Alerj e adversária política, Cidinha Campos listou mais e enumerou: são 10 postos de gasolina, duas indústrias de café, três comércios de alimentos, um prédio em Jacarepaguá, dois apartamentos de frente para a praia da Barra da Tijuca e carros importados.

    O deputado estadual Domingos Brazão (à esquerda) e o vereador Chiquinho Brazão (à direita) foram citados na CPI das Milícias, em 2008Foto:  Uanderson Fernandes / Agência O Dia

    TRÂNSITO LIVRE

    Chiquinho é mais modesto. Garante que tem R$ 2 milhões em patrimônio: dois apartamentos (um na Barra), três terrenos, bela casa em Cabo Frio, cotas de postos de gasolina, carros e jet-ski. À exceção de um posto, todos os bens dos irmãos foram adquiridos após Domingos chegar à política em 1996 — primeiro à Câmara de Vereadores e, no ano seguinte, à Alerj.

    Eleições que os irmãos vencem com expressivas votações. Uma das razões é o centro social mantido pelos Brazão, em Jacarepaguá, e que quase levou Domingos a perder o cargo, em 2011. O Ministério Público o denunciou por abuso de poder econômico por manter uma sociedade de utilidade pública, que é vedada aos políticos. O deputado alegou ser apenas colaborador e a Justiça o devolveu à Alerj.

    O assistencialismo explica uma parte dos votos, e o mapa do TRE evidencia outro fenômeno. A relação com as milícias de Jacarepaguá rende acesso fácil às comunidades e a acusação de curral eleitoral pelos adversários. Tanto que Chiquinho, no passado, foi o campeão de votos em Rio das Pedras e Gardênia Azul — redutos onde os políticos ligados a milícias foram presos — e Domingos também abocanhou uma gorda fatia dos votos. Talvez por esta proximidade, os irmãos são citados no relatório da CPI das Milícias como políticos que exercem influências nas favelas comandadas pelos paramilitares.

  2. Alerj

    Antonio Carlos,

    A Alerj nunca foi local prá anjos.

    Quase sempre, a discussão é do roto reclamando do esfarrapado, o Poder interno é praticamente o mesmo há décadas, e a transparência daquilo lá é nenhuma.

    Alguns conseguem falar o nome de deputados federais do RJ, de vereadores a Gaiola das Loucas, mas quase ninguém consegue falar o nome de cinco ou seis deputados estaduais, pois notícias da Alerj em jornal parecem ser proibidas e a TV Alerj é como diz a matéria, tudo depende.

    Acredito que Alerj e Alesp ( sobre esta, eu aprendi aqui no blog) sejam bem piores que o Congresso Nacional, que é o que é mas todos podem ver.

     

  3. Brazão foi eleito

    Brazão foi eleito democraticamente.Certo. Discutir a qualidade  do voto  lembra o que os milicos  argumentavam  em  ´64:”O voto  da lavadeira não pode valer o mesmo que   de um general”. Por ai   se  pode avaliar o que os castrenses  pensavam da democracia. Com Brazão e quejandos ,é um pouco diferente. Quem o eleje, participa ou gravita  em torno de  interesses que o identificam em  áreas  cinzentas  da  sociedade. O que  não pode  ser ignorado é a gravidade  do episódio. Cassado por  falta de  decôro parlamentar por  ameaça contra a vida  e a integridade  física de 

    um outro parlamentar em pleno exercício  de suas funções,na sede legislativa. Essa é   medida democrática que se espera da Assembléia   Estadual do Rio de Janeiro.

  4. Cidinha Campos Foi casada com

    Cidinha Campos Foi casada com o novelista Manoel Carlos com quem tem uma filha chamada Maria Carolina, ou seja nessa convivencia aprendeu a representar muito bem, pois a sua vida foi pautada sempre e se auto promovendo atraves de escandalos.

     

    Da arte de bater a carteira e sair gritando “pega ladrão”!

    Maria Aparecida Campos Straus, conhecida como Cidinha Campos, caracterizou sua passagem pela política por acusações à centenas de pessoas, seja através do programa de rádio que apresentava na Rádio Tupi (RJ), seja na Câmara Federal ou na Assembléia Legislativa.

    Suas denúncias contra a corrupção são uma inteligentíssima forma desenvolvida por ela para esconder fatos que jamais podem mais ser escondidos de sua folha corrida.

    O ponto forte de Cidinha Campos é a sua ligação com a contravenção, desde o jogo do bicho até bingos.

    Dona de duas mansões, uma na Barra da Tijuca e outra em Búzios – ambas construidas e integralmente pagas pelo falecido bicheiro Castor de Andrade – Cidinha tem uma estratégia de “denunciar” para não ser denunciada.

    Por exemplo, ao exibir a fotografia de casas de seus inimigos, ela evita ter que se explicar como ganhou de presente duas mansões do jogo do bicho, uma na Barra e outra em Búzios.

    Quando seu nome a apareceu na imprensa na lista da contravenção, em 1994, como beneficiária do jogo do bicho, Cidinha tentou driblar o flagrante, negando tudo, até que, mais tarde, foram confirmados seus serviços à jogatina no Rio de Janeiro.

    Subornada pela contravenção, Cidinha Campos manteve uma estratégia vitoriosa: desde os tempos da Rádio Tupi partia para críticas violentas contra empresas, para depois seu programa ser “prestigiado” por essas mesmas empresas.

    Brizola foi uma de suas vítimas. Conhecida pelo seu destempero, Cidinha Campos recebia verbas e mais verbas de órgãos do governo do Estado do Rio de Janeiro, para se manter calada diante dos erros da administração brizolista.

    Mas ela queria mais e mais. Apoderou-se da Loterj indicando um veterano pedetista chamado Daniel Homem de Carvalho que financiava sua campanha através dos fornecedores daquele órgão oficial. Uma das maiores fornecedoras de produtos lotéricos do país, a Hebara, foi uma de suas doadoras de campanha, junto com a contravenção.

    Cidinha Campos, contudo, queria mais. Ligou-se ao Waldomiro Diniz, personagem central da CPI da loterj que ela apressou-se a comandar para varrer para debaixo do pano a sujeira que entupia seu gabinete na Alerj.

    Denise Frossard, a juíza, chegou até as ligações de Cidinha Campos com a máfia do jogo, apontando a ligação entre a Operação Furacão e a lista do jogo do bicho descoberta em 1994, onde constava seu nome. O nome de Cidinha Campos estava em documentos apreendidos pela Policia Federal durante a Operação Hurricane, na casa de integrantes da cúpula do jogo do bicho: papéis encontrados em 1994 na fortaleza do bicheiro Castor de Andrade.

    Segundo fontes policiais, as duas toneladas de pastas, anotações e discos rígidos obtidos pela PF na foram comparados com os livros-caixa e cadernos com códigos de pagamento de propinas encontrados há 13 anos na casa do maior bicheiro da história do Rio, na chamada Operação Mãos Limpas.

    Na ocasião, a PF e o Ministério Público encontraram, além de US$ 3 milhões, a lista da contabilidade de Castor com nomes de autoridades, policiais e políticos suspeitos – Cidinha Campos, entre eles.

    Procurador-geral de Justiça no estado do Rio na época, responsável pela apresentação da denúncia contra os responsáveis, Antonio Carlos Biscaia investigou fundo: “havia elementos lá (nos documentos de 1994) que indicavam uma ligação de recursos do bicho para outras atividades, com ligações com o tráfico de drogas e armas e financiamento de campanha”.

    Cidinha Campos se elegeu e reelegeu com o dinheiro do bicho e do tráfico, de armas e de drogas. O dinheiro que recebia – e recebe – da jogatina, hoje tem outra origem: armas e drogas.

    Denise Frossard surpreendeu-se com a descoberta: “Era muita gente nessa lista, políticos estavam lá envolvidos”, disse a deputada Denise Frossard (PPS-RJ), justamente a juíza que, há 14 anos, assinou a sentença histórica mandando prender toda a cúpula do jogo do bicho — 14 homens acusados de matar, seqüestrar e corromper para manter seu domínio. E esses bandidos que matam, seqüestram e traficam são os mesmos que financiam Cidinha Campos.

    ASSASSINATO
    O que Cidinha Campos não contava era que seus apoiadores iriam cada vez mais jogar pesado. Ainda assim, manteve-se fiel à máfia do jogo.

    O assassinato do empresário Albérgio Alexandre levou a polícia a voltar a combater o bingo eletrônico, atividade controlada por bicheiros. Um crime cometido a 190 quilômetros do Rio de Janeiro mobilizou freqüentadores de clubes grã-finos na Zona Sul e … Cidinha Campos, é claro!

    Albérgio Alexandre de Oliveira Araújo, de 37 anos, um dos sócios do Bingo Arpoador, em Copacabana, foi assassinado no dia 27 em frente à porta de sua casa de veraneio, em Búzios, onde Cidinha Campos possui uma mansão doada por Castor de Andrade. Tombou com dois tiros de fuzil, disparados de um automóvel de cor escura ocupado por dois homens.

    Eram tantas as áreas em que orbitava – na alta sociedade, na política, no bingo concorrente da contravenção – que, num primeiro momento, o assassinato ganhou ares de crime insolúvel. Frequentador da mansão de Cidinha Campos no Marina Resort Buzios, Alexandre achava-se á prova de qualquer atentado.

    Alexandre, como preferia ser chamado, odiava o primeiro nome: Albérgio. De Cidinha, ganhou o apelido de “Corpinho”, por causa da barriga proeminente. Carismático e sedutor, conseguia ser adorado, ao mesmo tempo, por adversários antagônicos.

    Mas, sua maior admiradora e anfitriã era, indubitavelmente, Cidinha Campos. Sócio de espanhóis em três bingos e em alguns hotéis e moteis, começou a queixar-se que andava em conflito com bicheiros. O motivo: as caixas coloridas e barulhentas batizadas de videobingo. Os bicheiros espalharam milhares delas pela cidade. Os caça-níqueis ilegais disseminaram-se por botequins.

    Cidinha correu para protegê-lo junto aos seus contatos no governo. Ao lado de Alexandre, ela liderava um lobby para coibir a proliferação das máquinas. Foi nomeado chefe de gabinete da deputada.

    A exemplo de Cidinha Campos, Alexandre tinha envolvimento com o mundo do crime por causa da rapidez com que fez fortuna. De jovem militante do PDT no início da década de 80, transformou-se num rico e próspero empresário. O auge foi a sociedade no Bingo Arpoador. Maior empresa do ramo na cidade, foi a única a sair ilesa de duas CPIs – uma na Câmara dos Deputados, outra na Assembléia Legislativa (graças á Cidinha Campos, é claro). No relatório da Câmara, foi citada como “exemplo” para as demais.

    Daniel Homem de Carvalho, amigo de Alexandre e ex-presidente da Loterj, a loteria estadual, afilhado de Cidinha Campos, evitou dar mais declarações por ocasião do assassinato de Alexandre. O assassinato sacudiu o governo. Após anos de tolerância, o poder público fluminense percebeu que há algo de obscuro por trás das máquinas coloridas. E decidiu reprimi-las.

    Cada vez mais preocupada com o cerco à contravenção, apresentou vários projetos de lei que criavam uma blindagem à jogatina, todos os projetos derrubados na Alerj.

    O jogo deu dinheiro e poder à Cidinha. Na campanha de 2002 apresentou ao TER a relação de 10 pessoas que doaram apenas R$ 65.820,00.

    Já em 2004…a relação de centenas de novos doadores de campanha, entre empresas e pessoas físicas, ela declarou ter recolhido “apenas” R$ 875.791,00 (valor oficialmente declarado).

    Ao se esquadrinhar os doadores, surpresas e mais surpresas: empresas, fornecedores, redes hoteleiras, fabricantes, comerciantes e prestadores de serviço, além de funcionários da Alerj, obrigados a se confessarem “doadores” de sua campanha.

    A denúncia é do site Às Claras.org.br

    Leia Mais… Postado por VSD às 10:16 PM Links para esta postagem

    É MUITO FACIL SE AUTO PROMOVER…ATRAVES DA FALTA DE INFORMAÇÃO DOS OUTROS…

    UMA PESSOA QUE CONSEGUE QUALQUER COISA ATRAVES DE DINHEIRO DE CONTRAVENÇÃO SE COLOCA COMO A PESSOA BOAZINHA…

    LEIAM E SE INFORMEM MELHOR

  5. Aliados da Dilma. Aliás, ela

    Aliados da Dilma. Aliás, ela afaga mais o PMDB do Rio que o Lindbergh.

    Diga-me com quem andas…

    1. Bairrismo

      Que bairrismo lamentável… Como se, mesmo que houvesse um escândalo deste em São Paulo ou qualquer lugar que fosse, o escândalo ocorrido no Rio fosse menos grave.

       

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